ÁRABES E ISLAMISMO

A civilização Arábe-muçulmana nasceu na Arábia, do lado esquerdo (oeste) é separada da África pelo mar Vermelho e a direita lado leste é separada da Ásia pelo Golfo Pérsico, os árabes são descendentes de Ismael que era filho de Abraão com a escrava egípcia Agar, o Mar Arábico está na parte sul. O clima é quente e seco, o território é formado por planícies áridas com alguns oásis utilizados para a agricultura. A presença humana na região é muito antiga, mas até o sec. VII (601 a 700) viviam dispersos. O deserto era habitado pelos Beduínos que eram grupos nômades, criavam camelos, carneiros e cabras, animais de pequeno porte capazes de sobreviver nesse clima árido. Em torno dos oásis viviam os agricultores. O camelo era utilizado para o transporte de mercadorias por um grupo de pessoas que tinham muito prestígio, eram os comerciantes.

Uma das cidades mais importantes era Meca onde esta a Caaba que era um templo religioso em seu interior estavam as imagens de vários Deuses e também uma pedra negra considerada sagrada. O templo era controlado por ricos comerciantes da tribo Coraixita, é nesse local que no ano de 570 nasceu Maomé, o criador do islamismo. De origem pobre aos 15 anos começou a trabalhar como condutor de caravanas (grupo de comerciantes que viajavam para outras cidades levando suas mercadorias). Aos 25 anos casou-se com uma viúva chamada Cadija, pouco tempo depois passou a fazer retiro espiritual nas montanhas da região, onde recebeu do Arcanjo Gabriel uma revelação que Deus é um só (ALÀ) e começou a pregar a nova fé. Como o aumento gradativo dos muçulmanos começou a prejudicar os comerciantes Maomé foi expulso de Meca e fugiu para Yatreb chamada depois de Medina (cidade do profeta) esse episódio ocorreu em 622 ficou conhecido como Hégera, os muçulmanos usam como ano I de seu calendário. Em 630 Maomé retorna para Meca e seu exército retoma a cidade e destrói as imagens dos santos locais, mas não destruíram a Caaba. Meca tornou-se a capital da religião muçulmana e Medina como capital política e residência de Maomé. O profeta não deixou nada escrito, mas 20 anos após sua morte seu sucessor Abu Bakr ordenou que fosse reunidos todos os escritos que estavam espalhados, dando origem ao Corão que é o livro sagrado dos muçulmanos.

O Profeta Maomé morreu em 632 e os califas que eram seus sucessores começaram a lutar pelo poder. Foram formados dois grupos, os sunitas que aceitavam como líder espiritual um califa que necessariamente não fosse descendente de Maomé, ao passo que os Xiita eram a minoria, mais radicais exigiam que o líder fosse descendente direto de Maomé. Após a morte de Maomé os califas passaram para a conquista de terras e homens para o islamismo, no que decorreu sua rápida e grande expansão. Esse processo foi chamado de Jihad (Guerra Santa). Os muçulmanos acreditavam que quem morresse nessa guerra em nome de Alá ganharia o paraíso. Formaram um grande império da fronteira com a China até Portugal na Europa. O islamismo do século XXI já pode ser considerado a religião com maior numero de seguidores, superando inclusive o cristianismo católico. Em suas conquistas no decorrer dos séculos os árabes espalharam pelo mundo sua cultura e ciência.

Desde os tempos de Maomé os árabes já se destacavam como bons comerciantes, com o crescimento e expansão do Islã o crescimento do comércio árabe foi extraordinário. Vendiam entre Ásia e Europa artigos de luxo como tapetes, joias, sedas, armas, móveis e especiarias vindas da Índia. Também praticavam o artesanato, de cada região comercializavam os melhores produtos como os tecidos estampados de Damasco na Síria, de Marrakesh no norte da África artigos de couro, de Bagdá no atual Iraque vidros e joias. Entre os gêneros agrícolas espalharam pelo mundo o uso de produtos como o café, cana de açúcar e o algodão. Com o comércio difundiram também ideias e conhecimentos, na medicina, alquimia e principalmente matemática. Foram os primeiros a substituir o algarismo romano que dificultava muito em fazer cálculos como divisão e multiplicação, para os números indo-arábico que conhecemos hoje, introduziram o “ZERO” que ampliou e facilitou os cálculos mais complexos. Difundiram para a Europa e depois para a América a bússola, papel macarrão e pólvora. Através da alquimia desenvolveram o sabão, que nada mais é que a mistura de gordura com soda cáustica, o álcool e o ácido sulfúrico muito utilizado na produção industrial como os fertilizantes.

Nas artes se revelaram em todas as áreas, na literatura o célebre clássico com a narrativa de “As Mil e Uma Noites” em que a bela e esperta Sherazade seduz o sultão com suas histórias. No filme “EL CID” podemos compreender melhor o resultado das invasões árabes, onde eram conhecidos na Europa por mouros. Na cidade de Toledo Espanha deixaram muito de suas maravilhas na engenharia arquitetônica, o ouro e o aço de Toledo são valorizados no mundo inteiro. Os espanhóis principalmente de Toledo tornaram-se mestres da cutelaria (produção de facas e similares) na industria brasileira do século XX e XXI os espanhóis são imbatíveis no setor de afiação de ferramentas.

Completando a ideia de quem foram ou são os árabes, não podemos nos esquecer de que Osama Bin Laden responsável pelo ataque de 11 de setembro de 2001 na cidade de New York, era um árabe saudita, no entanto isso não significa que todo árabe ou muçulmano seja violento. Quanto a essa questão podemos reconhecer que há uma pequena parcela Xiita radical, mas a grande maioria principalmente os Sunitas são voltados para a paz. O perfil do muçulmano violento é apenas fruto de uma imprensa tendenciosa, em defender o interesse da classe dominante, que procura mostrar que o muçulmano ou Islã é voltado para o mal, quando na realidade é perseguido no ocidente apenas por ser diferente e, não aceitar a dominação imposta pelo imperialismo norte americano.

Em se tratando de Brasil recebemos muitos imigrantes islâmicos, os quais contribuíram para a construção de nossa pátria, aqui vivemos em paz e harmonia, onde questões religiosas não são motivos para discórdia. Apenas para recordar: Abrão teve dois filhos, Ismael e Isaac . Isaac teve dois filhos = Jacó e Ezaú. Ismael filho de Abraão com a escrava egípcia Agar deu origem aos árabes. Jacó, filho de Isaac com Rebeca deu origem aos Judeus Ezaú, filho de Isaac com Rebeca deu origem aos palestinos.