Platão explicando a origem da alma para Aristóteles e o futuro do ateismo.

Platão como professor de Aristóteles explicava ao mesmo a origem da alma.

Alma precede ao corpo, aprendi tal proposição com Sócrates, o nosso grande mestre.

Portanto, senhor Aristóteles, primeiro existe a alma, posteriormente, a matéria, o corpo sem alma não desenvolve o espírito.

Aristóteles escutava essas explicações no mais absoluto silêncio, entretanto, imaginava Platão delírico.

Não existe corpo sem alma, todavia, o corpo aprisiona a alma, sendo a morte um grande alívio para o espírito.

Viver é uma tragédia senhor Aristóteles, felizes daqueles que morrem, pois a alma terá liberdade para sua libertação, voltando para onde nunca deveria ter saído.

A terra é uma breve passagem, o espírito está aprisionado a uma grande caverna, na qual falta ao homem a eternidade, pois a única eternidade é a alma.

O mundo é vazio sem sentido, o homem é igual a um objeto exposto, a única realidade é o espírito, o homem tem medo de olhar para sua interioridade por isso foge de si mesmo.

Aristóteles na intimidade contestava Platão, o homem é um átomo inacabado, não existe uma natureza fixa, nada é dado a priori, o que é a alma, apenas a cognição construída, a única realidade possível o mundo empírico praxiológico.

Sócrates inteiramente errado, não existe espírito a priori, o que há mesmo é a linguagem formulada, o homem a passagem da potência ao ato, por meio da evolução constante.

O homem só se torna algo a partir daquilo que ele faz de si mesmo, determinado pelas circunstâncias, pelas as contingências da vida.

Já na filosofia moderna, na figura de Karl Marx, o desenvolvimento humano é condicionado no interior das práticas sociais através de sua cultura e pela prática da produção econômica.

Com efeito, o que significa isso, a posteriori, para Sartre, o homem não é nada, por ser inacabado, em permanente elaboração.

Fundamental entender o vazio humano, objetivo da vida preencher o referido, o vazio é o nada, motivo pelo o qual determina a essência humana.

Não há uma finalidade para a vida, a não ser a morte, aprendi isso com a filosofia de Martin Heidegger, referiu Sartre.

O homem é um ser para a morte, o nada constitui o fundamento da existência, o homem está aniquilado por ele mesmo e também por um sistema político econômico fundamentando no liberalismo.

O homem alienado pelo espirito cognitivo, Sartre reconhece em Platão a salvação da alma, como forma de salvar a essência humana, o vazio permanente.

O homem recusa encarar a verdade, que consiste tão somente na efemeridade da vida, a morte a única proposição.

O Nada retira o sentido da vida, somos seres para a morte. A descoberta do nada faz o homem reconhecer que a existência é um acidente, algo casual e efêmero, no amanhã o homem não existirá.

O homem recusa a encarar a verdade, falta ao mesmo a consciência da facticidade, estamos lançados no mundo como um barco sem rumo, a alma platônica nos tira a consciência da condição finita.

Apenas o nada disse Sartre, nos permite avaliarmos a vida, dando sentido ideológico a existência, uma vez que não há sentido metafísico.

Temos dificuldade em entendermos que não existem forças espirituais que nos subjugam, o único domínio em referência ao homem, o poder político, o conjunto das instituições.

As estruturas sociais que nos governam, apegamos aos valores culturais ideológicos, regras que não escolhemos, verdades inventadas, como se o mundo tivesse algum sentido.

A razão a priori, somos despersonalizados pela cultura, não conseguimos separar a consciência da realidade, confesso finaliza Sartre, o mundo de Platão, mistificações metafísicas, nunca existiu a alma, Aristóteles estava certo, tão somente a cognição construída.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 25/05/2019
Reeditado em 25/05/2019
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