A FOFOCA COMO INFOTENIMENTO. FELIZ ANO VELHO!

                      A FOFOCA COMO INFOTENIMENTO.

 

VALÉRIA GUERRA REITER

 

 Difundir notícia como se fosse fofoca, não parece ser uma tarefa muito séria; ou que expresse a autoridade exigida pela profissão de jornalista. Porém, este tipo de jornalismo , já é realizado há decênios, na história midiática. Expor a vida particular das ditas personalidades, através de hiperconsumo, em sites meramente sensacionalistas - no sentido bom e mau do termo, virou sinônimo de entretenimento cultural para pessoas que só seguem esta modalidade de conteúdo; e que em minha humilde opinião não é diversional: é fofocal.

 Richard Adler, escritor, disse que A TELA PEQUENA LIMITA GRAVEMENTE A EFICÁCIA DO ESPETÁCULO, isso em relação a televisão. Guy Debord já havia classificado assim, a Sociedade nascida para consumir imagens (consequentemente) do século XX, como a sociedade do espetáculo. Seu livro intitulado A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO; foi lançado em 1967.

 

·        James W. Carey (p.210, do livro UMA HISTÓRIA SOCIAL DA MÍDIA) através de seus estudos sobre a COMUNICAÇÃO questionaria: "Será que eles abarcariam todas as questões relevantes"?  E refletindo aqui eu questiono: Será que a fofoca é uma questão relevante da comunicação?

 

 Afinal de contas, o que é FOFOCA? seria uma forma noticiosa entre o entretenimento e a verdade? De origem africana o termo fofoca significa REMEXER, REVOLVER. E parece ser exatamente isto que é feito e refeito nos fornos das Revistas, programas, e outros bunkers de infotenimento. Quando citamos a frase de Richard Adler acima, foi para frisar que o advento da TV como fonte comunicacional, reduziu, de certa forma, o poder da literatura, do teatro, e por último, do cinema em termos de linguagem. Cada vez mais enxergo reducionismo no sofisticado e ao mesmo tempo (parco) universo digital.

 

 Os holofotes do Tik Tok, por exemplo, iluminam o cotidiano simplista de televisivos; youtubers, em suas atuações mais esdrúxulas

 

 Mulheres seminuas dançam em suas mansões, passinhos ensaiados de ruídos sem melodia. Existem castas nestes nichos, sob forma de aplicativos e outros "bichos digitais", que sedentos por likes e visualizações criam e recriam o  modo audiência/gado....

 

 A sociedade de consumo, parece nunca pensar, ela é constantemente bombardeada pelos canhões imagéticos fragmentários da realidade. E consumir fofocas se transformou em uma doutrina de fé da maioria da população colonializada, e pautada por criadores de conteúdo, que emitem trash messages carregadas de um excelsior convencimento de que estas sejam: a preferência de uma audiência engajada.

E agora...

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 27/11/2020
Reeditado em 27/12/2020
Código do texto: T7122077
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