Novamente sobre o relativismo das artes com uma comparação

Nadar versus natação

Tudo o que você faz dentro de uma piscina, de um lago ou no mar é nadar, correto??

Mesmo se você ficar só boiando, ainda estará batendo os pés levemente para não afundar. No entanto, se você começar a nadar, no sentido de ir de um ponto ao outro e, cronometrando o tempo, então, você estará praticando natação, certo??

Nadar é uma coisa. Praticar natação é outra.

O mesmo vale para a autoexpressão e as artes. Pois se autoexpressar, por exemplo, apenas assobiando, sem ter outra finalidade, não é o mesmo que cantar ou compor uma música. Definir a arte apenas como autoexpressão, portanto, seria o mesmo que definir o ato de nadar, sem estabelecer regras ou critérios, como prática de natação.

Sem falar que, a natação exige esforço, foco e superação, enquanto que nadar, a priori, não exige nada disso. Portanto, a autoexpressão sem ser elaborada, orientada e avaliada, não pode ser considerada arte, pelo menos em um sentido que vai além de um autoentretenimento lúdico. Por isso que, a atual relativização artística, pela hegemonia da ideologia pós moderna na alta cultura, em que a qualidade de uma obra é determinada por popularidade ou lucratividade, mas também se corresponde com o princípio relativista que determina essa ideologia, de originalidade, radical a uma estética mais tradicional, é uma distorção venenosa do que mais importa para as artes, o talento genuíno.

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 12/01/2023
Código do texto: T7692863
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.