TODOS OS DEMOS DO MUNDO (VOODOO MUNDUS)

TODOS OS DEMOS DO MUNDO

(VOODOO MUNDUS)

TODOS OS GESTOS se repetem “ad infinitum”. No Brasil e na China, nos pulinhos engraçadinhos das meninas. Quintilhões de vezes por todo o mundo pessoas matam a sede de água. Todos estão à caça de todos, todo tempo. As imundícies quânticas perpassam as auras das pessoas: das menos às mais ordinárias. Fotos, filmes, prefixos, sufixos gregos e latinos.

AS MÚMIAS dominam minúcias. Os políticos e os advogados fazem de tudo um pouco para continuar a muito enganar o gado. Enganar o gado: faturar espertamente o rebanho que muge ressentimentos e dores pelos séculos dos séculos. Olhos veem coisas irreais que não estão à vista. E nunca estarão. Gritos desesperados ecoam nas inconsciências do mercado de inconsistências.

ARLEQUINS E sorrisos abjetos inventam horrores risonhos. Todos os horrores se presentificam num único tempo presentepassadofuturo. A insegurança escorre dentre os dedos das mãos em busca de novos negócios. Buscam o lucro em escala maior. As escolas enganam os alunos vendendo-lhes uma possibilidade de vida normal. A anormal idade flui de longe do fundo insone do coração das trevas.

OLHOS VEEM o que jamais esteve à vista. Os romances e suas comédias perpassam todas as vidas em suas ordinárias tragédias. As pobres criaturas persistem em suas azáfamas diárias. A busca de surpresas e entretenimentos motivam os espíritos presos em corpos sedentos de emoções e sentimentos. Os palhaços e os programas de humor não mais fazer rir, há tempo muito. Mas as plateias de teteias batem palmas.

O APLAUSO é uma homenagem à hipocrisia de vidas secas que circulam em ônibus táxis e carros particulares pela Urbis dos espíritos presos em corpos que sofrem. A naturalidade do mundo sobrenatural perpassa os quarteis e seus milicos do soldado raso ao general. Ordenanças tenentes-coronéis obedecem a ordens como se fossem moleques de recado sem a mínima noção do que são e do porquê guardam orgulhosamente suas insígnias.

UM FASCISTINHA enlouquecido pela sede de poder arregimenta mentalidades sem noção do que acontece e muito menos do que está por acontecer. Discursos saídos das tumbas de faraós e de suas múmias, saem das criptas milenares para assombrar um mundo que por si mesmo se assombra de sombras semoventes. Vidas buscam viver numa normalidade inexistente.

ESPÍRITOS SE agarram à carne humana que se desprega dos ossos: a naturalidade do sobrenatural se faz presente em todos os momentos, sem que seus corações e suas mentes se deem conta do que está a acontecer. Ordenanças de blocos de carnaval zelam pela ordem e o progresso do desfile para que ele possa acontecer.

BILHÕES DE seres desumanos obedecem a seus superiores num ritual cotidiano de morte e humilhação. Os cadáveres fodem em suas camas. E depois morrem para a vida. Sonhos incestuosos dão origem a mistérios gozosos e gasosos. Baús cheios de roupas de fantasmas vestem dramas que se repetem sucessivamente sem cessar. Restos do dia de ontem buscam desesperadamente persistir no amanhã repetitivo.

PESSOAS AOS milhares marcam encontros em horas erradas, nos bares cheios de gente vazia. Querem assentar-se em horas erradas, porque inexistem horas certas. Ordens e obediências persistem em cada contingência. Ódios enrustidos cansam as consciências aflitas, ignorantes de si mesmas. Violências gratuitas, feminicídios, amizades traiçoeiras, na capital do estado que não é mais Oeiras.

BILHÕES DE seres em incoerentes assédios cheios de interesses inconfessáveis. Uma pulseira dourada atualiza uma amorosidade interesseira. O constrangimento incestuoso na respiração afetada pela Caixa de Pandora afetada pela possibilidade tenebrosa de se abrir em uma pandemia que pode ser a definitiva. A laranjinha do Itaú para no sinal fechado. A plataforma do áudio toca Jimmy Hendrix noutro tempo antepassado.

A JUSTIÇA demanda-se lenta. O celular toca uma canção insistente e muda. Pronta a destruir um sonho ou dois. Tragédias alegram a motivação dos repórteres nos jornais da tarde, mais tarde, nos jornais nacionais. Os registros das misérias sem fim, continuam em todas as avenidas que não têm nome de Frei Serafim. Membros de corpos desmembrados rezam para que o dr. Frankenstein possa costura-los no corpo que deseja inteirar-se.

AS CASAS, apartamentos e garagens nos Jardins Botânicos lutam para apagar o fogo que, de repente, queima como se estivessem no próprio inferno. Os repórteres parecem não entender nada. Apenas registram os acontecimentos nus e crus. Os focos de incêndio queimam o interior dos milênios que se reduziram em quânticas quantidades de memórias. O coração das trevas reconecta-se às notícias noticiadas pelas moças caiadas que fazem valer as imagens de Tv visão.

A LAVA-JATO não para de gerar o noticiário dos ratos. A isenção do imposto de renda para salários do pasto miúdo, está garantida pelo governo. Os milhares de abatidos pela Covid-19, esperam de seus apartamentos tumulares que se faça justiça às suas vidas abatidas pelo “Fascistinha, O Iluminado” do presidente do PL.

O ESTADO de pública emergência satisfaz as conveniências da pandemia do momento. Os mosquitos, veja bem, os mosquitos, se vestem para o desfile do carnaval.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 07/02/2024
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