RENDA NO BRASIL

Por Sandro Sacchet de Carvalho

 

Os dados da PNAD Contínua mostraram que, no terceiro trimestre de 2023, a renda média voltou a crescer após relativa estabilidade ao longo do primeiro semestre. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,2%. Estimativas mensais mostram que o rendimento médio real em setembro de 2023 (R$ 3.059), foi 3,8% maior que o observado no mês anterior (R$ 2.946), e 3,4% superior ao valor de junho do mesmo ano, além de 3,7% maior que o valor registrado em dezembro de 2022 (R$ 2.950). No mês de outubro, a estimativa mensal recuou para R$ 3.012. No segundo trimestre de 2023, a renda média havia estado acima da observada no mesmo trimestre de 2019 pela primeira vez desde a pandemia (0,6%). E já no terceiro trimestre de 2023, a renda média superou o mesmo trimestre de 2019 em 2,2%.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período do ano passado foram registrados no Sudeste, entre os trabalhadores jovens (entre 14 e 24 anos) e com ensino superior. Nenhum grupo demográfico de trabalhador apresentou queda na renda, mas o crescimento foi menor para os que habitam no Sul e em regiões não metropolitanas, os maiores de 60 anos, aqueles com ensino fundamental completo e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, revela-se que o menor crescimento dos rendimentos no segundo trimestre de 2023 encontra-se nos trabalhadores do setor privado com carteira, com elevação da renda habitual de 2,3%, e os trabalhadores do setor público 3,6%. Por sua vez, os trabalhadores informais foram os que tiveram o maior aumento da renda habitual, com acréscimo de 7,5% para os trabalhadores por conta própria e de 6,3% para os sem carteira.

Por setor, no terceiro trimestre de 2023, houve uma maior desaceleração do crescimento da renda nos setores de comércio e construção, com crescimento interanual da renda habitual sendo 2,5% e 1,9% respectivamente. Já os trabalhadores da indústria, serviços pessoais e coletivos e alojamento e alimentação mostraram um crescimento maior que o observado no trimestre anterior, tendo o setor de alojamento e alimentação mantendo um forte crescimento da renda há quatro trimestres consecutivos. Destaque negativo foi a queda de 4,6% da renda média interanual no terceiro trimestre de 2023 na agricultura.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No terceiro trimestre de 2023, o índice de Gini da renda domiciliar subiu para 0,521.  Já o índice de Gini da renda individual apresentou uma elevação de 0,488 para 0,492 no terceiro trimestre de 2023.​

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Infelizmente a renda dos aposentados (a maioria) é insatisfatória para levar um padrão de vida decente.