Pescando com marreta

Um motorista de táxi de Campinas, o Manoel, nascido em Provença Nova, em Portugal, comentou comigo que, na sua cidade natal, ele e alguns amigos pescavam antigamente com marreta - isto mesmo, marretando os peixes. Piada de portuga? Não, fato verdadeiro...

Ele explicou que usavam uma marreta contra as pedras da beira de um rio, para apanhar os peixes entocados debaixo delas. O impacto da marreta provocava barulho ensurdecedor, que deixava os peixes atordoados, e eles afloravam à superfície da água completamente indefesos, como se tivessem sofrido o impacto de uma bomba. Peixes pequenos e grandes.

É um tipo de pesca criminosa, admitiu Manoel, que exigia a permanente vigilância da polícia florestal municipal. O barulho da barreta contra a pedra ecoava longe, e os pescadores apanhavam os peixes e fugiam do local, sabendo que a polícia chegaria a qualquer momento.

Imaginemos nossa cabeça dentro do casulo de um sino, e alguém batendo uma ferramenta metálica qualquer... É mais ou menos o que acontece com a pesca de marreta, coisa que tem no Brasil correspondência com a pesca utilizando-se bombas - igualmente criminosa e antiecológica, que dá cadeia.