Financiamento sem Juros ...

(é marketing de venda ou o juro já está embutido no preço a prazo?)

Aqueles já “bem crescidinhos” para acreditar em Papai Noel, Mula Sem Cabeça ou em Bandido Bom Caráter, certamente também não acreditam em "Financiamento Sem Juros".

Mesmo porque, por mais ingênuo que seja um comerciante, ele nunca venderá à prazo, o que puder vender à vista.

Comercialmente falando, quem tem um retorno certo à vista, não troca por um retorno (incerto e/ou duvidoso) à prazo, a não ser que haja algum tipo de compensação.

Um preço à vista, dividido em duas ou três parcelas iguais, num ambiente de economia com inflação bem baixa, não representa grandes vantagens financeiras para quem compra.

Hoje, dividir um preço à vista em poucas prestações iguais, é mesmo um marketing de venda, e que funciona, porque promove o encontro da comodidade pessoal daquele que compra, com a necessidade comercial de quem vende.

De qualquer forma é interessante verificar em outras lojas, se o preço à vista na praça é igual ao preço que você está parcelando. Pois se na concorrência o preço à vista for mais baixo, fica óbvio que neste seu parcelamento já estarão sendo incluídos (embutidos) os custos financeiros.

Mas, nem tudo pode ser generalizado assim de uma maneira tão simplista.

Principalmente quando se tratar de um grande volume de moeda envolvido numa transação de compra e venda.

Neste caso, mesmo que o percentual de vantagem financeira seja reduzido, o montante em moeda gerado, será bastante significativo, e, não poderá ser desconsiderado de jeito nenhum.

Para chegar ao valor em moeda, referente a vantagem tida pelo parcelamento de uma compra (dispondo-se de uma calculadora financeira), calcule o Valor Presente Líquido* das prestações a prazo, segundo a taxa de juros de mercado. A diferença deste, para com o preço à vista, será o valor em moeda da vantagem (ou desvantagem) do parcelamento.

Para comparar as condições à prazo, com o preço de compra à vista, basta aplicar os cálculos de exclusão de juros nas parcelas, ou seja, dividir cada parcela (exceto a entrada) por 1,035**, tantas vezes sucessivas, quantos forem os meses de prazo de cada parcela. A seguir, somar a entrada (se houver), com cada resultado final das divisões feitas sobre cada parcela.

Assim você chegará ao seu custo à vista.

Se este valor (custo à vista) for menor que o preço à vista do fornecedor, continue comprando à prazo do fornecedor. Porém, quando o seu custo à vista calculado, for maior que o preço à vista do fornecedor, tome financiamento através do seu banco, e, consequentemente, compre à vista do seu fornecedor.

* Valor Presente Líquido, é o somatório das prestações, descontado os juros contidos em cada uma delas.

** 1,035 - é o divisor do desconto por dentro pela taxa de juros de 3,5 % ao mês.