O PACOTE DE ABRIL

O PACOTE DE ABRIL

FlávioMPinto

Antes tarde do que nunca chegou ás prateleiras mais um pacote econômico do governo federal.

Desejando atacar problemas que afligem o comércio e a indústria nacionais, que pecam pela falta de competitividade congênita. Como sempre, não atacou os pontos principais: a desoneração dos tributos que encarecem os produtos e folha de pagamentos.

Ficou na meia sola, novamente jogando a culpa de tudo nos industriais e comerciantes, desonerando a folha de pagamentos e ampliando o crédito. Lançou a bola para os produtores e consumidores.

Claro, um governo esquerdista jamais assumirá a culpa de não fazer nada em benefício do setor produtivo, aquele setor que carrega o Brasil nas costas.

Um pacote de medidas eleitoreiras que não ataca, e sequer passa perto, dos maiores problemas que afligem o Brasil: o Custo Brasil, encravado nos gastos do governo e juros altos. Não adianta baratear o crédito se os preços não baixam. Não adianta desonerar a folha de pagamentos se o maior problema não é atacado: a voracidade fiscal do governo, que não abriu mão sequer de um centavo de sua arrecadação.

Mas fiquem tranquilos, consumidores brasileiros, as medidas não baixarão um centavo sequer dos preços das mercadorias e serviços. O consumidor continuará a pagar a conta.

E aí continuaremos com os impostos de primeiro mundo e serviços públicos de quinto.

E lá vão os nossos produtos continuarem a marchar atrás da competitividade, seja no mercado interno seja no externo. Carros, vinhos, móveis, tecidos, manufaturados em geral, só passam a concorrer quando são fruto de absolvição pontual de impostos. E temporária.

Tais medidas não resolvem. Apenas distraem os produtores e consumidores da real culpa pelos altos preços praticados no Brasil, resultando na falta absoluta de competitividade dos produtos nacionais.

Tanto aqui como lá fora penamos com a alta carga de tributos e com isso deixamos de ganhar dinheiro, gerar empregos aqui dentro e nos defasamos dos demais países. Veja o caso dos carros: produzimos aqui os modelos populares, enquanto as fábricas recebem e vendem no mercado interno os médios, de maior valor agregado, da Argentina e México. O lucro é astronômico. Enquanto investimentos nesse setor, no mundo, são recuperados em 10 anos, aqui é em UM ANO!!!

Já estamos nos desindustrializando a olhos vistos e não demorará para nos constituirmos, em definitivo, num país produtor de matéria-prima e importador de produtos acabados, tal como sempre fomos.

Aí....

FLAVIO MPINTO
Enviado por FLAVIO MPINTO em 06/04/2012
Código do texto: T3597552