Coitadinho do Vira-Latas!
 

Ao ler na Veja (Ano 46, 7) a Entrevista de Helge Lund, 50 anos, presidente da Statoil, a maior estatal da Noruega e um gigante mundial do petróleo, bateu-me forte a noção de que somos uma nação de coitados.

Vendo a nossa maior estatal, a Petrobrás, ter o seu valor de mercado reduzido nos anos de Governo(?) Roussef derreter em quase 70% vem-me a impressão de que o Brasil é um país surreal, emergido da imaginação de Salvador Dali, ou de um texto de Kafka.

Ademais, a empresa se vê agora sendo alvo da acusação, por parte de fornecedores que alegam atrasos nos pagamentos – algo inédito na história da gigante. Mais um demérito da era sombria da gestão petista que o futuro nos há de cobrar.

Ao invés de mexer nos lucros, por que o Governo Roussef não reduz os impostos, estes sim, os grandes vilões do entrave econômico? A resposta é simples segundo a cartilha do falido bolivarianismo: o lucro é de todos, mas os impostos são nossos. A miopia dessa gestão anacrônica, que privilegia a mediocridade, que passa a mão na cabeça dos alunos, impedindo qualquer tipo de reprovação, que distribui bolsas e mais bolsas de sustento alimentar desvalorizando a luta de quem trabalha, transforma o Brasil na nação dos coitados aprofundando o nosso já arraigado Complexo de Vira-Latas. Por que também, ao contrário do que fazem os noruegueses, não permite que a empresa cresça livre da ineficiência e busque a competitividade? Por que transformar a Petrobrás em mais uma instituição lerda e pesada como atualmente são todas as Câmaras Legislativas do país? Senadores, Deputados e Vereadores: os senhores estão nos servindo ou sendo servidos?

Se alguém é desafortunado: ¨tadinho dele¨. Vamos criar uma bolsa socorro dividindo o fruto do suor de quem estuda e trabalha em prol do prejudicado pela sorte. Enquanto isso, não se procura combater as causas da pobreza, da fome, da falta de estudo e da saúde. Dá-se um dinheirinho e tudo fica bem. O povo está se acostumando a receber esmolas do Governo e isso, no longo prazo, empobrecerá a nação como um todo.

Há que se socorrer o necessitado, sem dúvida, mas o descaso com o país tem um limite que o organismo econômico já começa a cobrar. Podem mascarar os números inflacionários o quanto queiram, mas nossos carrinhos de supermercado já não suportam mais o peso da realidade.

Esse Governo, um dia, poderá ser lembrado pelos ¨nãos¨ e pelas oportunidades que deixou escapar. Não se investe em educação, não se beneficia a produtividade, não se combate a corrupção – vide o quão gritam os petistas contra o Julgamento do Mensalão, não se investe adequadamente na infra-estrutura, não se valoriza o mérito, a competência e o esforço.

Machado de Assis, se fosse vivo, alardearia que isso faz parte da ¨lógica da contradição humana¨, conforme escreveu no excelente conto ¨A Igreja do Diabo¨, tomara esteja ele certo ou coitados de nós...