O SISTEMA CAPITALISTA NOS GARANTE MUITAS COISAS

Mas seriam essas coisas o que realmente precisamos?

- Ou fomos disciplinados a acreditar e sentir que precisamos delas?

Estariam, realmente, estas coisas disponíveis para serem obtidas?

- Ou esta disponibilidade estaria maquiada pela meritocracia ludibriadora que superestima conquistas dos desiguais enquanto subvaloriza a importância dessa desigualdade?

Seria o capitalismo o melhor dos sistemas?

- Ou seria um pouco pior, visto que a opressão é oculta, imposta e absorvida pelos próprios elementos sociais no frenesi da busca da satisfação das necessidades básicas, que estão sendo gradativamente futilizadas, tornando-se necessidades supérfluas, todavia, supervalorizadas?

Estaria eu, ao questionar o capitalismo, propondo uma especie de socialismo?

- Ou esta seria a única argumentação dos pró-capital, incapazes de pensar além dos sistemas até então existentes, e segundo aqueles que qualquer um que ponha à prova o sistema instalado é indigno dele?

Enfim, para mim, o problema não resume-se ao capitalismo; mas a aceitação inquestionável e ao endeusamento feito a este sistema. Ate mesmo os pontos tidos como positivos são questionáveis, visto que apelam para questões de valores morais, éticos, econômicos e institucionais (família, religião, comunidades, escolas, governo, etc).

Ainda assim, pontos positivos existem, e devem ser conservados. Mas uma gama muito grande, funcional, comportamental, e estrutural merecem uma reformulação. Mas neste ponto entramos no mérito das possibilidades reais, e possibilidades ideais. Uma mudança geral (não algumas poucas pessoas, mas a sociedade) verdadeira existe apenas no campo ideal - pelo menos até então; na esfera da realidade, qualquer mudança sugerida, fere profundamente os interesses da grande maioria.