Como entender o livro: Eclipse da Razão.

Eclipse da Razão.

Alemanha: Escola de Frankfurt.

A escola de Frankfurt desenvolveu uma crítica racional em oposição à teoria tradicional da razão, crítica ao velho Iluminismo.

Representada pela lógica clássica desde de Descartes, quando a Filosofia racionalista atingiu o melhor momento da razão iluminista.

Os filósofos da Escola em referência sabem muito bem que não existe razão inocente, pelo contrário, a mesma sempre foi instrumentalizada pelo liberalismo econômico, hoje neoliberalismo, a razão é construída em sua ideologia de domínio.

Com efeito, a razão é exaltada traz dentro de si a lógica dos princípios irracionais com objetivo de organizar a dominação, formulando proposições enganosas, a serviço naturalmente em defesa da Revolução Burguesa.

Com efeito, em nossos dias a razão fundamenta-se com as leis do capitalismo financeiro, denominado capitalismo improdutivo em consonância com o neoliberalismo, assim sendo, define o novo Estado político.

No livro Eclipse da Razão, o filósofo Max Horkheimer formula os substratos racionais: a razão cognitiva e a racionalidade instrumental, com objetivos diferenciados.

Sendo que a primeira tem como finalidade buscar meios cognitivos para o desenvolvimento do conhecimento da verdade, enquanto seu antagonismo tem como objetivo sua operacionalidade substanciando a dominação econômica.

O objetivo da segunda razão é agir sobre a natureza, com o desejo de transformá-la, visando obter lucros por meio da transformação da referida em objetos comercializáveis.

Com a Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo, na formatação da sociedade atual, permite-se o desenvolvimento do progresso através de técnicas sofisticadas.

Nesse momento histórico a razão instrumental sobrepõe-se à razão cognitiva, não havendo mais interesse pela verdade e sim pelo domínio tecnológico e econômico, a grande finalidade a exploração da classe trabalhadora.

Os filósofos da escola de Frankfurt começam a entender que a nova razão identifica-se com os novos pressupostos da irracionalidade, pelo fato de voltar objetivamente aos fins lucrativos da sociedade liberal capitalista.

Deste modo, sem perspectiva humana, como fundamento a exclusão social, o novo modelo político de Estado, quer funcionar a referida mecanicidade por meio da democracia, a natureza do Estado pós contemporâneo.

Com efeito, no estabelecimento da corrupção institucional, no uso da Estado fazendo leis para empobrecer a sociedade produtiva, a nova razão como instrumento de poder.

Nesse momento a Ciência e a técnica voltam exclusivamente a serviço do capital, naturalmente, contra a razão cognitiva, sendo que a razão instrumental é instrumento político da direita e extrema direita, a razão cognitiva das forças progressistas.

Assim sendo, uma guerra terrível entre a concentração da riqueza e a produção da pobreza.

Para Frankfurt a natureza da razão instrumental fez sua trajetória de Descartes aos grandes filósofos do século XIX, particularmente, Marx que acreditava na força da razão com a finalidade de combater a escuridão dos regimes, inclusive a modernidade.

Entretanto, o marxismo foi demolido, hoje a prevalência da Escola de Chicago e nova escuridão epistemológica.

Todavia, os meios sobrepõem os fins humanos a serviço do capitalismo, a técnica não caminha para libertar o homem do jugo da dominação econômica.

Portanto, cria-se o homem sempre mais alienado e dependente das novas técnicas, do mesmo modo, da estrutura mecânica completamente cega como produto da razão de instrumento.

Está previsto que o capital deve prevalecer não possibilitando o nascimento do homem autônomo racionalmente, sendo, de certo modo, embutido pela conformidade cultural.

Com efeito, produzido pela indústria de consumo, conforme tinha previsto Adorno e Horheimer refletindo na mesma óptica Marcuse.

Os filósofos da escola de Frankfurt teceram uma forte crítica à dominação da razão instrumentalizada, como também o controle da natureza na produção dos objetos de uso.

Em síntese a escola de Frankfurt recusa toda forma de racionalidade que tem como fim dominar os recursos e explorá-los na perspectiva de atender o liberalismo econômico, neste momento histórico entendido como neoliberalismo.

Encobre-se, portanto, a razão de cognição como possível conhecimento da realidade e a sua transformação política e social, a recusa até mesmo ao modelo social liberal, desenvolvimento econômico com a renda distribuída, o denominado capitalismo para todos, a absoluta recusa da inclusão social.

O verdadeiro objetivo da razão instrumental, como produto do neoliberalismo, é fazer que o trabalhador volte a sua condição social de empobrecido.

Autor: Edjar Dias de Vasconcelos...

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 25/12/2020
Reeditado em 25/12/2020
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