O desenvolvimento da linguagem

Segundo Vygotsky, a construção do conhecimento acontece na interação social entre indivíduo (criança) e o contexto sócio-histórico (o meio em que vive e a história de vida) em que ele se insere. Quando a criança estabelece experiências com outras pessoas, ela desenvolve a inteligência verbal, ou seja, o sujeito se constrói e se desenvolve à medida que interage socialmente.

“Uma implicação importante é a de que o aprendizado humano é de natureza social e é parte de um processo em que a criança desenvolve seu intelecto dentro da intelectualidade daqueles que a cercam.” (Vygotsky, 1998).

A linguagem é o resultado objetivo da atividade das relações humanas anteriores. A criança se apropria desta no processo de desenvolvimento porque se formam nela capacidades e funções que são somente humanas, como a de falar, de ouvir, e de articular a linguagem falada, e estas não são inatas, é a presença da linguagem no ambiente da criança que faz com que elas surjam.

Vygotsky propõe que as formas de comunicação e as palavras que constituem a cultura da criança, circulando em seu meio social, tornam-se suas próprias palavras e formas de comunicação, ou seja, refaz os códigos do seu grupo social de uma forma particular.

O desenvolvimento de uma criança é composto do que faz sozinha e do que ela conclui com ajuda, pois a distância entre o nível real (o que ela faz sozinha) e o nível de desenvolvimento potencial (o que ela faz com ajuda) configura a zona de desenvolvimento proximal, onde ocorrem as aprendizagens e para Vygotsky a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento.

Para Vygotsky aquisição da linguagem passa por três fases: a linguagem social, a egocêntrica e a interior, ligada ao pensamento.

A social é que tem por função denominar e comunicar, a linguagem egocêntrica é a transição da fala social para a interna, onde há curiosidade da criança pelas palavras e o enriquecimento do vocabulário e a interior é a fase que as palavras passam a serem pensadas, mesmo que não sejam faladas, é um discurso interior coma finalidade de resolver problemas.

Porém o plano interior não é o último analisável da linguagem, ainda há a motivação do pensamento, “a esfera motivacional de nossa consciência, que abrange nossas inclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos, nossos afetos e emoções. Tudo isso vai refletir imensamente na nossa fala e no nosso pensamento.” (Vygotsky,1998)

Liliane Maciel
Enviado por Liliane Maciel em 26/09/2010
Reeditado em 26/09/2010
Código do texto: T2521557
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