Fundamentos em Oralidade e Escrita

O meu interesse pela disciplina “Fundamentos em Oralidade e Escrita” começou a existir desde que a minha atenção foi despertada para a importância da Língua, quando ainda era aluno da graduação em Língua Portuguesa no início dos anos 90, na Universidade Federal da Paraíba.

Já na disciplina Linguística I, quando me deparei com as dicotomias saussureanas e depois nas disciplinas Linguística II e III aconteceu em minha mente, uma percepção curiosa com relação a fala e a escrita em geral, como partes fundamentais da Língua.

Depois resolvi, por livre e espontânea vontade, ler o livro de Ferdinand Saussure “Curso de Linguística Geral” o que provocou em mim, maior interesse pelo assunto. Principalmente os capítulos VI e VII do referido livro, onde são tratados os assuntos Representação da Língua pela escrita e A Fonologia, respectivamente, pude aprender sobre a Escrita como representação da Língua e tenho a dizer que é um assunto muito legal. Isso me reportou às aulas de Linguística III quando conheci o alfabeto lingüístico e rendeu experiências interessantes pois comecei a observar a maneira de falar dos meus próprios familiares em casa. Vi na prática o que significa a lei do menor esforço para falar. Registrei, usando o alfabeto lingüístico, palavras que não tinham nada a ver com o significante original, ainda que tinha o mesmo significado na comunicação.

Ainda na minha experiência como Professor de Gramática e Redação em Colégios particulares, pude constatar a importância da Língua no ambiente acadêmico e, como o professor iniciante sente- se inseguro na sua própria fala, mesmo diante de alunos que não tem a mesma percepção que a dele. Mas, com o passar do tempo, a gente vai se impondo e conquistando o devido respeito. Voltei à Universidade pela necessidade de conhecer mais e mergulhar mais fundo na investigação do fenômeno lingüístico e sua representação gráfica.

Conhecer mais a Língua é conhecer mais o homem em suas múltiplas complexidades. A gente não nasceu para viver isolado. O homem tem a intrínseca necessidade de se comunicar e para tanto, precisa conhecer bem a própria língua e se possível, compará-la com outras línguas para interagir com outras culturas. Foi o que aconteceu comigo nestes últimos sete anos (2004 a 2009) quando morei em Houston-Tx em intercâmbio religioso. Imerso que estava em outra cultura, foi possível perceber a diferença fonética, a ligação da língua com os próprios costumes dos falantes, a relação da língua com a ética do povo, com a qualidade de vida, etc. Vi meus filhos de sete e de nove anos aprenderem a segunda língua em seis meses sem o uso da escrita, somente na base da conversação. Passei momentos de agonia lingüística, de rejeição da nova língua, de supervalorização da minha língua materna até alcançar um estágio de equilíbrio, embora sei o quanto é confortável e prazeroso viver no ambiente da língua materna.