A IMPORTÂNCIA DE UM CONSELHO

Em um interior não muito distante, morava um rapaz chamado Sebastião e uma jovem chamada Ana. Sebastião se apaixonou profundamente por Ana, e decidiu-se casar com ela, mas ambos eram muitos pobres.

Certo dia depois de casados, Sebastião chamou Ana e disse-lhe que queria viajar para capital, trabalhar durante 5 anos, ganhar muito dinheiro e poder lhe dar uma vida melhor. Perguntou-lhe se ela seria capaz de esperar por ele. Ela concordou em esperar, e assim aconteceu.

No dia seguinte Sebastião partiu, encontrou um Senhor que estava precisando de homens para trabalhar em sua fazenda, cuidar dos bois e da fazenda. Sebastião aceitou e ficou trabalhando na fazenda.

No primeiro mês do seu pagamento Sebastião conversou com o seu patrão, contou-lhe sua história, e pediu-lhe que guardasse o seu dinheiro e lhe entregasse somente quando ele regressasse para sua terra.

E assim aconteceu, Sebastião trabalhou um ano, dois anos, três anos. E quando completou dez anos de trabalho Sebastião chamou seu patrão e disse-lhe: - Sabe patrão o Senhor realmente tem me tratado como um filho, me recebeu aqui, me deu roupa e comida, eu já trabalhei dez anos para o Senhor, foram muitos anos e eu preciso voltar para casa.

O patrão havia se tornado muito amigo de Sebastião e concordou que realmente ele precisava voltar para sua esposa, mas antes lhe disse o seguinte: - Eu tenho duas coisas para lhe propor, a primeira é o seu dinheiro pelos dez anos de serviço prestado e a segunda são três conselhos, o que você prefere? Não precisa dizer a resposta agora, pense bem e depois você me fala.

Então, Sebastião ficou muito confuso, pois o seu patrão era como um pai. Pensou durante três dias, e chegou a uma conclusão, levaria os três conselhos. O patrão muito contente arrumou uma sacolinha, pegou alguns pãezinhos para ele levar para casa, umas peças de roupas que tinha lhe dado, e uns trocados para sua necessidade durante a viagem, e finalmente os três conselhos.

1º - Não aceite informações ou ajuda de estranhos.

2º - Não seja curioso.

3º - Não haja pela emoção.

Sebastião muito satisfeito seguiu viagem de volta para casa, e quando chega na metade da viagem, aconteceu um acidente e o ônibus para, obrigando assim todos os passageiros saírem do ônibus. Havia um pequeno hotel ali perto, mas tinha que andar um pouco até chegar lá, e já era noite. De repente aparece um estranho diante de Sebastião e lhe diz que mais adiante há um atalho e que é bem mais perto até o hotel, algumas pessoas do ônibus foram por lá, e Sebastião também decidiu ir, quando ia chegando na entrada do atalho, lembrou-se do primeiro conselho: “NÃO ACEITES INFORMAÇÕES OU AJUDA DE ESTRANHOS”, imediatamente ele voltou-se para o restante das pessoas que seguiam pela estrada até o hotel. Algumas horas depois, escutou informações de que pessoas que viajavam no ônibus, foram assaltadas pelos bandidos no atalho próximo ao acidente.

Já cansado Sebastião ficou num quarto, e durante a noite já bem tarde quando ia dormir, ouviu alguns barulhos e um grito horrível, deu um pulo da cama e foi abrir a janela para verificar o que estava acontecendo, quando se aproximou da janela, lembrou-se do segundo conselho: “NÃO SEJAS CURIOSO”, imediatamente deixou a janela e foi-se dormir. Quando amanheceu perguntou ao dono do hotel, que gritos horríveis fora aqueles durante a noite? E o dono do hotel disse-lhe: - Ah, é meu filho, ele é louco, ontem ele se soltou, ele bate em qualquer pessoa que encontrar pela frente, e as vezes até mata. Sebastião pagou então ao dono do hotel pela hospedagem e continuou sua viagem.

Finalmente Sebastião chegou a sua terra, tinha um morro ali perto que podia contemplar a sua casinha, continuava do mesmo jeito, de lá ele olha também sua esposa Ana, sentada numa cadeira com a cabeça debruçada sobre os peitos de um bonito homem. Furioso, Sebastião desce o morro com tanta ira, e ao aproximar-se da porta, lembrou-se do terceiro conselho: “NÃO HAJAS PELA EMOÇÃO”, bateu na porta, e sua esposa ao olhá-lo fica tão alegre e radiante de felicidade e lhe diz: - Você partiu com tanta pressa que nem mesmo deu tempo de lhe dizer que eu estava grávida, este é o seu filho. Abraçaram-se os três muito felizes.

Enfim, Sebastião conta toda a história para Ana sua esposa, e sentam ao redor da mesa para tirar os pães que o seu patrão lhe dera, e ao repartir o pão, para surpresa de Sebastião e sua esposa Ana, estavam ali todo o pagamento dos dez anos trabalhados e mais gratificações.

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 17/12/2010
Reeditado em 22/12/2010
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