Embriagar de você

A morte viveu em mim por horas corridas, alegres e doloridas. Morro e vivo quando vejo o frescor da vida sendo roubado, farejado e airado por perspicaz verdade. Li certa vez que a verdade mais verdadeira é a história. Desde então indago sobre a real lucidez sobre a minha história e, daqueles que eu amo num exercício de construção de verdades vividas, sentidas e sonhadas.

Viver, sentir, sonhar... O que sei sobre isso? Nada. Nada. Nada! Vivemos em uma bolha complexa de mentira e de fantasia inalcançável pela verdade e pelo sonho simples, como por exemplo: existir. Existir exige verdade. Falo aqui da verdade individual, lugar onde a solitude humana encontra espaço para existir e coexistir em completo desacordo com os ditos sociais.

Para mim, “acordar verdades” exige acordar o olhar sobre si mesmo – de verdade! Tarefa difícil em tempos onde as mentiras das sensações alucinógenas e etílicas dominam por horas o jovem corpo abandonado em descompassado equilíbrio. Este, sobrecarregado pelos delírios do cérebro forçosamente energético e potente por acreditar, enfim, estar vivendo de modo Livre... Maduro... Adulto... Capaz...

Como é difícil regar a sede da verdade! Como é difícil desvendar as faces da verdadeira diversão frente à cara exibida e abundante da sedutora mentira. Enquanto a primeira aguarda ser sentida na alma, a segunda invade o corpo por alegoria fugaz, faz carão de intensa alegria.

A verdadeira alegria vem engarrafada pelo amor - mágico elixir da verdade! Então, acalme seu espírito. Ama seu corpo e apaixone-se por sua alma. Morra e nasça todos os dias numa crescente necessidade de se enveredar nessa arte essencialmente humana em aprender a descobrir os caminhos do amor próprio, sentimento de êxtase à vida e com muita sede de viver. Dessa forma, descubra seu ponto de equilíbrio, faça festas, deixe-se embriagar de você.