Ler e escrever

Wilson Correia

Bem disse Paracelso que "A aprendizagem é a nossa vida. Da juventude à velhice, de fato quase até à morte, ninguém vive durante dez horas sem aprender".

Dez horas não seria tempo demais? Penso que esse período poderia ser encurtado, sem o menor peso na consciência. Desde que se respira, aprende-se - aprende-se até mesmo a identificar aquilo a ser esquecido, e não apreendido.

Dentre as várias coisas a mim ensinadas pela mestra vida no dia de hoje encontram-se as lições de Luiz Antonio de Assis Brasil. Segundo ele, "PARA LER. 1. Ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação. Deixe passar cinco anos. Se o livro ainda respirar bem, pode investir. 2. Ler com desconfiança o que lê. Se o livro resistir a essa leitura, é porque é bom. 3. Ler com um lápis na mão. E usá-lo. 4. Conhecer pessoalmente o escritor só depois de ler o livro; caso contrário, a figura do escritor ficará colada ao texto, como um fantasma. 5. Ler edições que tenham bom gosto. Uma edição amadora piora dramaticamente o livro". E "PARA ESCREVER. 1. Dedicar mais tempo à leitura do que à escrita. 2. Usar em abundância o ponto final, especialmente quando a frase resiste a qualquer conserto. 3. Usar material de primeira qualidade: bom computador, bom papel de impressão, bons cadernos (sugiro o Moleskine), boas canetas, bons lápis. 4. Não levar o laptop para a cozinha ou para a sala de visitas. Se não tiver um gabinete exclusivo, o quarto é uma boa escolha. 5. Escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente, mesmo que seja um romance passado no futuro".

Conslusão: minha primeira professora é que estava certa: "Alfabetização [hoje ela diria 'letramento'?] é uma coisa para a vida e só tem fim ao termo da labuta sísifica do coveiro".