O que é um conceito?

Wilson Correia

O conceito é uma opinião e se realiza na verbalização do entendimento cognitivo sobre coisas, seres, fenômenos e relações.

Trata-se de uma ideia ou forma de ver o mundo. É, ainda, um juízo, por meio do qual afirmamos ou negamos algo sobre algo, ou alguém.

Conceito é engenho, criação. Envolve tese, antítese e síntese. Por isso ele está lá, no ‘insight’ (iluminação) súbito do pós-charada, pós-chiste ou pós-piada.

O conceito é o olho e os óculos. Multiplicidades condensadas. Plurais, abertos, desprovidos de quaisquer absolutismos, tiranias ou totalitarismos.

O conceito é relação. Implica o reconhecimento e a atribuição de legitimidade ao outro. É a tolerância no limite daquilo que é racionalmente suportável, mas necessária.

Por derivar de um ato criador, o conceito não é ponto de partida. O ponto de partida é aquilo que é conhecido, velho, já realizado, já cristalizado.

O conceito quebra todas as cascas e couraças, todas as personas e todas as armaduras, deixando o seu criador plenamente livre para partir rumo ao sempre novo do olhar.

Conceito, então, é ponto de chegada. Uma chegada em aberto, daquelas que só prenunciam outros pontos de chegada.

Conceituar é um ‘continuum’ que só encontra seu próprio limite dentro das tábuas de um caixão de defunto ou de uma indumentária fúnebre.

O conceito é o condutor dos saberes. Dos saberes que são produzidos para se saber a enormidade do tanto que se ignora.

Na verdade, então, o conceito não é nem ponto de partida nem ponto de chegada, mas o “durante” que se vive entre um e outro.

Por isso o indefinido, o incerto e o imprevisível estão aí, aos nossos olhos, embalados por nossas infindas tentativas de conceituar.

Em uma palavra, conceito é vida!