O CURRÍCULO OCULTO E A SUA PRÁTICA NOCIVA

A prática do currículo oculto é muito mais utilizada do que imaginamos. Basta procurarmos entender que o próprio ensino regular beneficia essa prática e, ainda por cima, influencia na prática pedagógica do próprio professor das escolas públicas.

Diferentemente do que podemos pensar, a escola pública, apesar de ser constituída, na sua maioria, por pessoas da classe média baixa, o currículo implantado nela é produzido em cima das necessidades da classe dominante, ou seja, classe média alta. Assim, é descartado o conhecimento prévio de pessoas pobres, já que são valores informais que não condizem com a realidade de mundo em que as práticas irão ser adotadas.

A partir daí temos uma verdadeira noção de como se processa, dentro da escola, a questão do currículo oculto. São atitudes ditatoriais, por parte dos senhores professores, cerceando a liberdade de expressão e de discernimento dos jovens, cuja autonomia financeira não lhes dá respaldo para que o seu lastro de intenções sirva como um anteparo para que não seja usada, contra eles, a força de um mecanismo que apenas aplica sanções ao invés de auxiliá-los no verdadeiro sentido de introduzi-los na prática, de fato, do ensino/aprendizagem.

Entretanto, as sequelas provocadas pela falta da reflexão crítica, por parte do educador, se refletem, muitas vezes, na perda da autonomia reflexiva do aluno, que se vê impedido de ir construindo, de forma progressiva, o seu mundo crítico. Além do mais, a utilização do currículo oculto, por parte da escola, acarreta um processo desorganizado de inserção dos jovens na sua comunidade, em nada ajudando no combate as suas fraquezas temporais.

Faz-se, portanto, necessária a convicção, por parte dos profissionais, de que os mecanismos a serem utilizados para uma prática curricular, que respeite as adversidades, seja a de sempre estar se avaliando criticamente, buscando no olhar pedagógico imparcial os resultados para se mudar uma realidade.



Fonte:
MARTINS, Marlene Nunes. O currículo Oculto na prática pedagógica. In PROJOVEM: formação inicial de educadores. Ministério da Educação. Brasília, 2008.


 

Obs. Imagem da Internet


Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 17/08/2011
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3165579
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