APRESENTAÇÃO DA BANDEIRA AOS RECRUTAS

APRESENTAÇÃO DA BANDEIRA AOS RECRUTAS.

Soldado tenha certeza, que hoje é, sem dúvida, o dia mais importante desde que ingressastes nas fileiras da Força Aérea Brasileira, porque tu terás a honra e o privilégio de estais frente a frente pela primeira vez com a nossa Bandeira, Bandeira do Brasil, que nesta Solenidade Cívico-Militar estar sendo a ti apresentada.

Inspira-nos sempre com a tua divisa ORDEM E PROGRESSO, fonte asseguradora da fraternidade e da evolução, ideais supremo da humanidade na sua marcha infinita através dos séculos, Bandeira de minha Pátria que simbolizas a beleza, a opulência e a glória de nossos céus e das nossas terras; Bandeira que refletes em tuas sacrossantas dobras como luminosa bênção do alto, as estrelas do cruzeiro do sul; Bandeira que resumes numa página colorida, página de ouro, esmeraldas, safiras e diamantes, o poema heróico das nossas glórias, no passado de nosso esforço, no presente, e das nossas aspirações no futuro.

Bandeira de minha Pátria! É a secular expressão de nossa história. Saístes há 18 de setembro de 1822, das próprias mãos do patriarca de nossa Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, e a partir de 1889, passastes a exprimir o anseio Republicano de nosso povo livre.

É de fato símbolo glorioso, antes de tudo realidade psicológica que floresce e frutifica pelo amor comum de todos.

É a expressão da própria alma do brasileiro – o homem cordial por excelência, por seus costumes, por sua razão de ser, por sua razão de pensar, por sua razão de crer.

A esfera celeste que a República inseriu no duplo delta de ouro e onde cintilam as estrelas de nosso firmamento, símbolo da união indissolúvel de nossos Estados Federados, irradia a flama sideral do cruzeiro do sul, cruz no infinito alçada, para que tenhamos sempre presente à bênção da cruz e a lembrança da primeira Bandeira que Cabral hasteou em nossas plagas. Por isso, drapejam ao manso sopro da brisa, todos sentidos palpitar em ti a plenitude das glórias do passado, a profunda solidariedade do presente, a certeza de nossa crescente elevação.

Quando te contemplamos, em ti vemos refletida a grandeza de nosso passado. Tu és então, evocação de Fernão Dias, de Borba Gato, de Antônio Dias Adorno, de todos os viola dores de sertões que conquistaram o nosso território; Tu és evocação dos heróis de Guararapes e de Pirajá; Tu és evocação de nossos irmãos que em 1888, romperam os grilhões das vítimas e baniram no Brasil a escravidão; Evoca todos que por seu esforço, por sua fé, por seu trabalho, construíram a nossa grande Pátria uma e indivisível e em cinco séculos de lutas profínquas, ergueram a maior civilização tropical do mundo.

Diante de ti sabemos o que queremos. No presente, em todos os rincões de nosso imenso território, de florestas densas de campos cultivados, de campos incultos, de ricos garimpos e de rios caudais, de montanhas escarpas e de extensas planícies, onde vive, e luta, e sonha o nosso povo sofrido e sofredor.

Isso é que nos dá a convicção de nossa crescente elevação, firma a nossa crença, aprofunda o nosso afeto, empolga o nosso entusiasmo e impõe que olhemos para o alto e para longe, que lutemos com denodo e nos retemperemos em nossas fontes de cultura de amor afim de que, para que todos os sempre esplenda em cristalina luz de liberdade o Brasil eterno, o Brasil que nos legaram nossos avós, que nosso esforço acresce e agiganta para que leguemos esplêndido à nossa posterioridade de homens livres.

Bandeira de minha Pátria, eu ti saúdo, eu ti beijo, eu ti bendigo.