Professor vive de “bico”

Wilson Correia

A mídia noticia que pesquisa realizada por José Marcelino de Rezende Pinto e Thiago Alves, ambos da USP, mostra que 10,5% (dez vírgula cinco por cento) dos professores da educação básica brasileira vivem de “bico”.

“Bico” é uma segunda ocupação para complementar renda como vendedor, em salões de beleza e assemelhados, uma vez que com o salário de professor não dá para viver.

Baseada em dados de 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Censo Escolar do Ministério da Educação, a pesquisa mostra que a quantidade de professores com uma segunda ocupação (10,5%) é bem superior à média geral para todos os brasileiros, que é de 3,5% (três vírgula cinco por cento). E não importa se o professor está na rede pública ou privada.

Essa é a realidade de um país que, embora seja sexta economia do mundo e esteja despontando como potência mundial, ainda não acordou para o valor de se tratar a educação como setor estratégico para crescer com qualidade.

Os baixos salários dos professores mostram a mais crua verdade de que, entre nós, educação não é prioridade. Imagine se análises sobre os outros aspectos implicados na educação forem levados em conta?

Já passou da hora de o Brasil destinar 10% de seu Produto Interno Bruto para a educação. Essa deveria ser uma medida para ontem, até porque os impostos recolhidos compulsoriamente pelo Estado de todo trabalhador precisam ter uma destinação ética mais saudável, visando a fortalecer a saúde, a segurança pública e a educação.

Que bom se acordássemos do sono coletivo e que nos convencêssemos de que nosso direito à indiferença já se esgotou!