Matemática e o professor gente boa - Materiazinhas descomplicadas...

E era uma vez... Quer dizer, certo dia, se é que era certo o dia, né! Bom, vivia na cidade cerca de 10 mil idosos, 25 mil mulheres e o dobro de homens, sendo metade da soma dos dois últimos o número de habitantes crianças e jovens, ou seja... Ih, a matemática complicou... Bom, 25 mil crinças na cidade, a maioria delas estudavam. Naquela classe, ai, naquela classe... Reinava o sono, se é que me entendem, justo na aula do quê...? Matemática! O professor ia batendo a régua na mesa de cada um, até os "dorminhocos" acordarem. Pois é, o problema é que eles não davam a mínima. Chegava a aula de português, o sono ainda reinava. A professora então, não vendo outra solução pega em sua bolsa 40 livros e distribui 2 para cada, dizendo que é uma cópia para o fim de semana. Que lição, hein. Já saía a professora de língua portuguesa, e de novo entrava o professor de matemática, que vinha com um aviso de que iria pra outra escola, chateado com o desinteresse dos alunos.

Muitos até soltaram fogos, pularam, gritaram, riram, alguns choraram, né, sabe como é... Saía o professor e entrava o diretor, sem solução alguma, sem substituto. Eis que entrava pela porta, um senhor de terno, um matusquela, alto, parecia um poste. Levantava o chapéu e já mostrara o diploma e o currículum ao diretor, que se impressionava com a nota do professor no concurso público. Os alunos, naquele burburinho, só escutando a conversa do diretor e do professor:

- Olha, senhor diretor Ávila, o problema da sua escola é a falta de estímulo aos alunos.

- O que quer dizer com isso, senhor...?

- Antônio, muito prazer! - E já continuava, todo argumentado - O estímulo é a principal chave para destrancar os segredos da matemática. Um professor de matemática não pode simplesmente chegar na lousa, como quem não quer nada e pôr uma conta com 10 algarismos e mandar os alunos resolverem. O professor que acabou de sair ele fazia isso. Então, senhor diretor Ávila, eu estou contratado?

Não vendo outra opção o diretor aceita o professor, mas diz que "mais tarde" tem um outro assunto para tratar com o professor "bom de argumento".

Passava-se um dia e o diretor Ávila, em mais uma de suas vistorias pelo corredor da escola, vira naquela aula de matemática, que até então era uma chatice, muitas crianças de pé, crianças se dedicando a aprender mesmo, naquela lousa, naquele quadro negro, via-se o giz sendo apertado pelas mãos dos alunos e saindo números poderosos. Naquela hora, vira então o diretor Ávila que encontrou o professor certo, o professor que formaria novos mestres da matemática.

Mais dias se passam e os alunos esperavam ansiosamente pela aula mais incrível, mais agitada, mais acesa, mais viva: a matemática! E entrava a apenas o diretor Ávila na sala, cabisbaixo, pronto pra mandar a desgraça aos alunos:

- Alunos, eu... eu vou sentir muito em dizer isso, mas... Mas o professor Antônio, ele, ele infelizmente teve que ir embora às pressas da cidade. O motivo? Não me perguntem... Mas ele deixou uma carta, cujo escrito nela diz que ele já deixara a vocês o segredo da matemática, basta vocês fazerem dela uma animação e um estímulo. Incitem seus amigos, diz eles, incitem seus pais, seus irmãos, e até aos professores, pode? Satiriza ele.

Embora aqueles alunos ficaram tristes com a partida do professor mais legal de matemática, eles começaram a pensar, pensar melhor e ... Eis que eles encontraram mesmo o segredo da matemática, e aquela matéria que parecia o bicho-de-sete-cabeças, de nove cabeças, era apenas uma matéria comum, como geografia ou história.