O doce sabor de viver

O homem é o senhor de toda criação; acima do homem só existe Deus e Deus é o nosso maior amigo em todas as situações da vida. Só este fato já é suficiente para transformar o pessimismo em otimismo e fazer com que levemos uma vida que vale a pena ser vivida. Por que então o homem limita-se a si mesmo e vive escravizado, sofrendo quando deveria se alegrar e debatendo-se quando possui tudo para uma vida livre e desimpedida? É porque ele vive encarcerado pela ilusão. Não há outra explicação para a infelicidade. Deus jamais criaria sofrimento ou infelicidade para o ser humano, Seu filho adorado, mas existem muitas pessoas infelizes; por razões diversas. Porém, a principal é por desconhecerem o Deus verdadeiro, aquele que jamais criaria sofrimento ou infelicidade para o ser humano.

O passo mais importante na vida para adquirir a serenidade espiritual e ser feliz é ter a exata noção de Deus. Ele não se mostra visível à maioria de nós por ser espírito; no entanto há os que conseguem ver Deus através de sua clarividência. Ver ou não ver Deus não vai alterar em nada sua maravilhosa influência sobre nossas vidas. Da mesma forma que acreditar ou deixar de acreditar n’Ele não vai fazer com que a verdade deixe de ser verdade. Podemos não vê-Lo, mas sentimo-Lo através de suas ações insofismáveis. Deus é espírito e toda Sua criação vem impregnada de Sua influência espiritual.

Tudo aquilo que remete ao espírito, como o amor, a alegria espiritual, o bem, a natureza, a vida no seu sentido mais amplo e perfeito são coisas de Deus. O que traz sofrimento e infelicidade nada tem a ver com Deus, mas com algo criado pelo próprio homem ao achar que, podendo usar livremente seu livre arbítrio, perde-se em labirintos criados por sua falta de consciência, cego pela ilusão, procurando a felicidade onde ela não se encontra.

A verdadeira felicidade consiste em levar uma vida intensa em atividades e feitos que deixem a real sensação de realização. Ser medíocre não convém à vida, pois esta clama por crescimento. No entanto, inconscientemente ou mesmo sabendo, o homem costuma optar por um crescimento desequilibrado, o que o faz sofrer desnecessariamente. Deus não é o culpado pela falta de sorte de alguém que, visando exclusivamente a si, não mede esforços em obter sucesso nas coisas que faz, mas, por outro lado, vive deixando sua marca egoísta nos atos do dia a dia. Esquecer que o outro é irmão e que merece e busca a mesma felicidade é plantar sementes que mais tarde irão germinar em forma de arrependimento. As leis de Deus são inquestionáveis e cumprem rigorosamente o seu papel; não adianta forçar a situação para conseguir destaque, fama, prosperidade, pisando em falso nas tábuas da lei, pois elas serão aplicadas mais cedo ou mais tarde. O homem possui uma mente que pesa e analisa os seus atos um a um e não precisa chegar o dia do juízo final para que ele seja cobrado e responsabilizado pelas ações cometidas, sejam elas boas ou más.

Todavia, achar que isto vem a ser castigo de Deus é o cúmulo da inocência. O homem pune a si mesmo pelas coisas que faz e Deus nada tem a ver com isto; como pode a perfeição anular o bem programado? O desvio do bem é culpa exclusiva do homem e não de Deus. Quando se fala em ilusão alude-se à pretensão do homem de buscar benefícios egoísticos, que o satisfaçam enquanto carne e matéria. Falta-lhe a verdadeira consciência do plano de Deus ao pô-lo no mundo. O homem é espírito e tudo aquilo que lhe traz felicidade, abundante paz, serenidade mental e satisfação plena deve advir-lhe ao espírito. Tendo como prioridade puramente a satisfação dos desejos carnais em detrimento da evolução do Eu verdadeiro ele adentra a porta larga que leva ao sofrimento.

É preciso compreender que a vida é feita de equilíbrio. Se possuímos um corpo material é justo que cumpramos nossa obrigação no sentido de satisfazê-lo em todas as suas necessidades básicas com sabedoria e comedimento; isto contribui para a saúde e conduz a uma vida longa e próspera. Ultrapassar esse limite deixa o peso na consciência e a culpa na alma de não estar vivendo uma vida digna de filho de Deus. Será preciso então retornar centenas ou milhares de vezes a esse plano denso a fim de retomar as lições que não foram aprendidas. Representa isto uma chance de Deus àqueles desobedientes que só a custa de muitas provas conseguem passar a um nível mais avançado.

Deus é onisciente e conhece os desejos do homem antes mesmo que ele os exprima em pensamentos. Cada um possui uma missão supra e indispensável a sua evolução como espírito. Seguir a vontade de Deus não é abdicar das graças materiais. É, contrariamente, recebê-las em toda sua plenitude e se alegrar com elas. As coisas boas para nós já existem no mundo de Deus, ou seja, aqui mesmo onde vivemos. O momento é o agora; deixar para daqui a pouco ou para o início do próximo ano a execução do que está no fundo da alma é adiar a evolução; é comprar cada vez mais e mais bilhetes para o retorno à mesma escola de aprendizado quando há, a nossa espera, inúmeras universidades espalhadas pelo mundo de Deus. A procrastinação enfraquece a alma e deixa aquele vazio insuportável e causa a sensação de não estarmos cumprindo com a nossa parte dentro do plano cósmico. Perdemos demais tempo com preocupações imprestáveis e medos infundados quando poderíamos levar uma vida cheia de glória e de alegria.

O medo do futuro é o veneno que corrói a felicidade e destrói a iniciativa. Em vez de temer uma possível desgraça ou se preocupar com coisas que nem se sabe se virão ou não, é muito mais produtivo ocupar os pensamentos em orações pelo bem dos menos favorecidos ou pela paz mundial. Quando oramos permitimos a presença de Deus e sua divina graça em nossas vidas; fechamos assim a porta do mal e ganhamos força para enfrentar a vida. O homem é um ser preocupado por natureza. Quando conseguir vencer esse inimigo da felicidade conseguirá sentir em toda sua plenitude o doce sabor de viver.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 27/12/2011
Reeditado em 27/12/2011
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