POR QUE SER PROFESSSOR?

Uma interessante pesquisa do “Observatório da Educação” confirma que, em todos os países da América Latina, as políticas públicas implantadas, os novos temas, disciplinas e materiais para as aulas são modificados sem que os professores sejam consultados sobre a política educacional. Contudo, a má qualidade do ensino é sempre atribuída a eles. Não só os baixos salários, mas sobretudo a ausência de formação, assim como a falta de um processo de negociação que traga valorização para a profissão, afastam os mais jovens que se preocupam, após dando aulas durante alguns anos, em encontrar outra ocupação melhor. Aos vários problemas que atingem a escola se acrescenta a questão das tecnologias de informação na educação que, muitas vezes, entra em conflito com o docente porque se generaliza a idéia de que o aluno não precisa do professor para aprender, porque consegue aprender sozinho com o computador. Os professores, que vivem o dia a dia das salas de aula, reclamam do número excessivo de alunos em sala de aula, do ressentimento por serem culpados pela má qualidade do ensino e, principalmen-te, da falta de participação na organização e discussão das políticas educacionais.

Com a perda de noção do coletivo, os professores se individualizam sob um sistema de avaliação com prêmios e castigos. Além disso, como o currículo e demais materiais para aulas, elaborados por especialistas, ignorantes das experiências hauridas em salas de aula, lhe são impostos, o professor se sente desvalorizado, como não protagonista do fazer pedagógico. Os jovens estão desistindo da profissão docente por conta da precari-zação do ensino. Seria preciso, pois, retomar a função do professor, que é ensinar os alunos e ser um mestre.