O QUE É DISCALCULIA?
Que número vem depois do 42? Para a maioria das crianças que passou pela primeira série, a resposta é quase automática. Mas, para alguns, acertarem a seqüência dos números é um desafio. O motivo pode ser a “discalculia”, um problema causado pela má formação neurológica e que se manifesta como uma dificuldade da criança em realizar operações matemáticas, classificar números e colocá-los em seqüência.
Caso não seja detectado a tempo, o distúrbio pode comprometer o desenvolvimento escolar de maneira mais ampla. Inseguro devido à sua limitação, o estudante geralmente tem medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem por acreditar que não é capaz de evoluir. Abaixo temos os requisitos necessários para o aprendizado da matemática e as dificuldades causadas pela “discalculia”.
Aptidões Esperadas
Aptidões esperadas
3 a 6 anos
• Ter compreensão dos conceitos de igual e diferente, curto e longo, grande e pequeno, menos que e mais que
• Classificar objetos pelo tamanho, cor e forma
• Reconhecer números de 0 a 9 e contar até 10
• Nomear formas
• Reproduzir formas e figuras
6 a 12 anos
• Agrupar objetos de 10 em 10
• Ler e escrever de 0 a 99
• Nomear o valor do dinheiro
• Dizer a hora
• Realizar operações matemáticas como soma e subtração
• Começar a usar mapas
• Compreender metades, quartas partes e números ordinais
12 a 16 anos
• Capacidade para usar números na vida cotidiana
• Uso de calculadoras
• Leitura de quadros, gráficos e mapas
• Entendimento do conceito de probabilidade
• Desenvolvimento de problemas
Dificuldades
3 a 6 anos
• Problemas em nomear quantidades matemáticas, números, termos, símbolos
• Insucesso ao enumerar, comparar, manipular objetos reais ou em imagens
6 a 12 anos
• Leitura e escrita incorreta dos símbolos matemáticos
• Lentidão extrema da velocidade de trabalho
• Problema com orientação espacial
• Dificuldades para lidar com as 4 operações
• Dificuldade de memória de curto prazo
12 a 16 anos
• Falta de compreensão dos conceitos matemáticos
• Dificuldade na execução mental e concreta de cálculos numéricos
• Dificuldade de memória de longo prazo
• Dificuldade para entender palavras como: “diferença”, “soma”, “total”,” conjunto”, “casa”, “raiz quadrada”
Alguns problemas associados com a discalculia derivam das dificuldades com processamento de linguagem e sequências, característico da dislexia. O desconhecimento dos pais, professores e até colegas podem abalar ainda mais a auto-estima do estudante com críticas e punições.
Como lidar com esta situação?
Desenvolvimento profissional para a equipe de professores.
Tempo adequado para planejamento e colaboração entre eles.
Turmas com um tamanho adequado para o desenvolvimento do trabalho.
Profissionais e auxílio técnico apropriado.
Utilizar métodos variados.
Explicar ao aluno suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre que precisar.
Não forçar o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido.
Propor jogos na sala.
Procurar usar situações concretas, nos problemas.
Permitir o uso de uma calculadora.
Oferecer fácil acesso às tabelas e listas de fórmulas (não exija que o aluno memorize).
Dar mais tempo para o aluno fazer a tarefa.
Utilizar recursos tecnológicos disponíveis.
Permitir o uso de calculadora e tabela de tabuada.
Uso de caderno quadriculado.
Avaliação: elaborar questões claras e diretas. Reduzir ao mínimo o número de questões. Fazer prova sozinho, sem limite de tempo e com um tutor para certificar se entendeu o que pede as questões.
Muitas vezes o aluno poderá fazer prova oralmente, desenvolvendo as expressões mentalmente, e ditando para que alguém as transcreva.
Moderar a quantidade de lição de casa. Passar exercícios repetitivos.
Incentivar a visualização do problema, com desenhos e depois internamente.
Prestar atenção no processo utilizado pela criança. Que tipo de pensamento ela usa para resolver um problema?
Faça uma aula “livre de erros”, para esse aluno conhecer o sucesso.
"Não se pode falar de educação sem amor". Paulo Freire