Universidades públicas estaduais no Paraná e avaliação do MEC-2011

Avaliar a educação, permanentemente, da pré-escola à posgraduação é necessário. Elogiável a atitude dos governantes, porém, se estas forem segmentadas, comprometerão sua eficácia. Apesar do governo e educadores estarem empenhados na qualidade da educação superior, estamos longe de vislumbrar a conversão social da instituição, superação do corporativismo, empreguismo, pedantismo, a clausura acadêmica, a fobia social, secundarização da extensão, responsabilidade no desenvolvimento e autonomia da nação. Ultrapassamos meio século de batalhas perdidas em relação ao desempenho intelectual útil e social da universidade. A ineficiência continua marcando suas pretensões cientificistas, pesquisa relevante em raros centros, nos eixos políticos do país. A posgraduação anda reduzida ao caminho fácil para alterações salariais. Distanciamento das exigências da realidade brasileira das dissertações e teses defendidas às pencas. A teimosia dos quadros institucionais em trilhar pelo conteudismo tecnicista, reprodutivista de ensino, a ausência de perfil pedagógico à maioria dos docentes em concursos públicos, predomínio do bacharelismo e da demagogia sobre o aspecto educacional-filosófico, além dos modismos contemporâneos que não permitem à instituição fincar pés na realidade nacional e trabalhar pausadamente seus problemas. Para justificar a sua incompetência, a universidade gera subterfúgios, ensino à distância, cursos que não são médio nem superiores. Um sistema que absrove considerável verba do serviço público superior ao que se gastaria em saúde e políticas públicas. Na fiscalização do que seja ou não a qualidade no ensino universitário, a sociedade brasileira não vem logrando êxito. Engana-se o MEC ao confundir titulação com ensino eficaz e condizente com as transformações nacionais. Na maioria das vezes, isso nem sempre redunda resultados positivos. Pesquisas, vítimas do individualismo, dissociadas da concretude, abortam o professor. Nossas bancas de concurso aprovam e desaprovam sem a presença de educadores, dominadas por especialistas, que autorizarão à entrará em salas de aula à quem nunca se preparou desde a graduação para o ato educativo. Para atrair recursos governamentais, confundir a comunidade internacional de que democratizamos a educação universitária, criam-se cursos de graduação à distância que não ultrapassam o nível de cursos por correspondência, baseados em apostilas, questionários e salas de bate papo. Entusiasmados ou oportunistas, os alunos, se apropriam da noção de que estão aprendendo de fato, quando não lêem os livros clássicos, não pesquisam nem produzem textos dissertativos, incapazes de opções teóricas. Criam-se cursos para atender disputas políticas. No Paraná às forças feudais defender a implantação de cursos de medicina, contrariando as recomendações dos Conselhos Federais, que depois de instalados, porque eleitoralmente lhes convinha. Voto hipotecado fiscalização desnecessária. O comércio da Educação já até possui o mercado empresas especializadas na elaboração de programas pedagógicos. Alguns destes, num pedantismo, recusam a relação interpartamental e a interdisciplinariedade. A vigilância e a reação do MEC apreende contradições, e mereça incentivo, mas está longe de ser rigorosa, realizada a partir das necessidades concretas da sociedade brasileira e do seu desenvolvimento pleno. Descendo do altar da idolatria intelectual dispondo mestres e pesquisadores a circular entre o povo, alijados do processo produtivo.