Colégio de Cotia faz História

O Colégio Espaço Verde Rousseau, no município de Cotia, na grande São Paulo, realizou na última sexta-feira, 25 de maio, a CPLP 2012. CPLP é a abreviação de Comunidade de Países de Língua Portuguesa, ou seja, o nome do órgão internacional formado por todos os países que têm o português como idioma oficial. Atualmente, oito nações em quatro continentes distintos integram a CPLP. São eles: Brasil, Portugal, Timor Leste, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Este mês, como definido em Lisboa, onde fica a sede mundial da CPLP, todos os países-membros, incluindo o Brasil, devem promover atividades de valorização à língua e aos costumes, por isso, o Rousseau, antenado aos grandes eventos culturais, fez parte deste movimento e comemorou o “Dia da Língua Portuguesa”, com um evento bastante singular.

Foram apresentados os principais traços culturais de cada país, incluindo a bandeira, a música, a dança, a arte cênica, os trabalhos artesanais e a gastronomia (pratos típicos), com direito a degustação e a receitinhas de cada prato servido.

Mas as principais atrações estavam reservadas para o final do evento, quando o grupo de capoeira da Associação Cultural de Capoeira de Roda Viva mostrou como esse misto de luta e dança está enraizado na cultura brasileira por influência direta dos “ irmãos africanos”. Em seguida, o Guaçatom, grupo formado por adolescentes de Caucaia do Alto, demonstrou por meio de instrumentos rudimentares, toda a beleza das canções nacionais, beleza essa que lhe tem rendido convites para se apresentar em diversos países da Europa. É a cultura lusófona marcando presença nos quatro cantos do planeta.

Fechando o evento com chave de ouro, os guineenses Enoque da Silva Gomes, Natália Araújo Gomes e Maria Helena Araújo, ambos no Brasil a estudos, contaram aos presentes um pouco da cultura da Guiné-Bissau e a comparou com a brasileira. O momento mais emocionante da entrevista foi quando Maria Helena revelou que em seu país, até pouco tempo, crianças que nasciam com Síndrome de Down eram assassinadas pelos próprios pais, que não viam a prática como crime, muito menos como uma agressão à vida. Devido a inúmeras intervenções da CPLP e de outros órgãos relacionados aos Direitos Humanos, esta prática hoje está em desuso.

É importante ressaltar que todo o evento foi elaborado, dirigido e apresentado por estudantes e professores dos Ensinos Fundamental I e II e Médio, que se dedicaram ao estudo de todos os países falantes do português nos últimos dois meses. Os registros fotográficos e audiovisuais dessa “festa cultural” serão enviados ao curso de Letras da Unicamp, em que servirão de estudos aos futuros professores do idioma natal e à Casa das Áfricas, uma espécie de biblioteca que abriga relíquias preciosas sobre a cultura de todos os países africanos, com sede em São Paulo.