Compreender a aprendizagem

Depois de anos procurando esclarecer a aprendizagem humana, cientistas da educação chegam a três linhas de abordagem:

a) Comportamentalista, centrada no comportamento como reprodução do mundo externo;

b) Humanista, em que o homem é visto em sua totalidade;

c) Cognitivista, na qual a aprendizagem se dá pela interação entre homem e cultura social.

A aprendizagem exerce um papel fundamental no comportamento humano. Os cientistas que têm investigado a função da aprendizagem na família, na escola e no meio social identificaram as formas acima como instrumentos de estudo das diversas etapas da educação humana, da aprendizagem e as dificuldades individuais de alunos para aprender e entender os problemas que lhes são colocados.

A teoria comportamentalista (ou behaviorista) defende que todo comportamento provém de experiências. O homem reproduz o que ocorre no mundo externo, de onde tira suas lições de vida, acumula conhecimentos e sedimenta sua Cultura. Lembra o dito popular que “o homem é um produto do meio”. Teoria empirista, sobre seus fundamentos, muitos pesquisadores construíram métodos e modelos de educação.

Skinner percebeu que a aprendizagem depende da relação estímulo e resposta. Se uma criança está diante de cubos com letras para a montagem de um nome ou uma frase e for estimulada a separar e recolher cada letra, o resultado do seu esforço é uma resposta ao estímulo. O processo da aprendizagem se desenvolve, então, através das tentativas de acessos, da reconstrução dos erros, da insistência, da repetição, até alcançar o objetivo proposto.

Carl Rogers avançou e desenvolveu a teoria humanista, na qual o homem é visto na sua totalidade como indivíduo capaz de transformar o seu mundo. Foi uma contribuição valiosa ao desenvolvimento da aprendizagem, especialmente no plano da psicologia, promovendo uma revolução no conceito de homem como ser predisposto ao conhecimento e ao saber.

Surge então Jean Piaget e difunde suas teorias de abordagem cognitiva: a psicologia genética.

O desenvolvimento social é um processo em que o ser humano assume a cultura do meio a que pertence. O desejo de ser se une à experiência humana acumulada, mas sem exclusão. Não se excluem, se fundem, interagem. Essas teorias foram muito bem divulgadas a partir dos anos 60/70 e se estenderam até o surgimento de novas abordagens do processo de aprendizagem.

Se a questão é saber até que ponto a psicanálise contribui para a compreensão dos problemas da aprendizagem, a resposta projeta um conjunto de complexidades que interferem na definição precisa. Hilderana Meire Freie (Teorias da Aprendizagem e Psicanálise na Busca de Compreensão do Insucesso Acadêmico) aponta para o eixo de cruzamento entre Psicanálise e Educação, caminho “viável a ser percorrido no sentido de unir estas duas ciências”. O sucesso ou o insucesso na aprendizagem depende, fundamentalmente, do conhecimento empírico dessas teorias e de extrair de cada qual o que houver de mais racional e adequado ao processo de aprendizagem.

Afinal de contas cada indivíduo é único e a aprendizagem só alcançará bons resultados se respeitadas as diferenças de cada pessoa.