Como a concepção de linguagem do professor, influencia no modo de ensinar a língua materna.

O professor, em primeiro plano, precisa entender a história do ensino da Língua Portuguesa. Ao adentrarmos neste universo fica claro o porquê o ensino da língua materna passou por todo este viés; quando os jesuítas estavam “alfabetizando” os indígenas, a concepção de linguagem adotada era a da “linguagem como forma de expressão”.

Com a expulsão dos jesuítas, o Marques de Pombal oficializou a Língua Portuguesa como idioma do Brasil. Ainda assim o ensino era elitizado, para poucos, a gramática descritiva era à base do ensino.

Somente na década de 60, ocorreu o movimento de democratização do ensino, levando outros estudantes de classes sociais menos favorecidas à escola, gerando muitos conflitos.

Na década de 70, o ensino é vinculado à qualificação ao trabalho, e a concepção de linguagem adotada é como instrumento de comunicação, mesmo assim o ensino ainda era elitizado.

Na década de 80, os estudos linguísticos apontaram para novas formas de ensino, e o mesmo passa a ser repensado. Contribuições de Bakhtin conduziram a uma nova concepção de linguagem, a língua como forma de interação social. A linguagem passa a ser parte do processo de interação.

Segundo Bakhtin, a língua não deixa de ser expressão e comunicação, vai além – sociointerativa. Dentro deste contexto, a leitura e escrita caminham juntas e a forma de ensinar é que muda.

A concepção de linguagem tem que estar clara para o professor, que é formador de opinião. Ao ensinarmos nossos alunos dentro de cada concepção de linguagem, entenderemos se ela é apropriada ou não ao ensino da língua materna.

Por exemplo: a “norma” da concepção de linguagem como expressão do pensamento e como instrumento de comunicação é “culta”, enquanto que na Concepção de Linguagem: “Processo de Interação” ela é variável, pois é ditada conforme as condições de uso.

Só que o aluno necessita conhecer todas as opções que lhe és ofertada, não cabe ao professor restringir o seu conhecimento; portanto devemos ensina-los a serem praticantes da leitura e da escrita, com a linguagem adequada ao uso.

Desta forma a prática da norma culta, ocorre de forma natural, pelo próprio entendimento, que se faz necessário o conhecimento desta para fins específicos junto à sociedade, quebrando a barreira de acesso ao poder, que os limita pelo desconhecimento.

REFERÊNCIAS:

FERREIRA, Helena Maria; VIEIRA, Mauricéia Silva de Paula. Introdução aos estudos linguísticos: guia de estudos/ – Lavras: UFLA, 2012.

http://www.encontrosdevista.com.br/Artigos/09_Shirlei_Ap_Doretto_e_Adriana_Beloti_Concep%C3%A7%C3%B5es_de_linguagem_e_conceitos_correlatos.pdf Acesso em 09/05/2012.

http://www.videos.ceaduab.ufla.br/stream/watch_video.php?v=144U1SU462D1 Acesso em 09/05/2012.