A ESCOLA E O PROCESSO EDUCATIVO

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Considerando que o processo educativo pode contribuir para a superação do quadro atual de degradação da natureza, é necessário que a escola, responsável pela socialização, enquanto instituição esteja preparada para incorporar a temática ambiental de forma coerente. A escola ainda é o lugar mais adequado para trabalhar a relação homem-ambiente-sociedade, sendo um espaço adequado para formar um homem novo, crítico e criativo, com uma nova visão de mundo que supere o antropocentrismo (Carvalho, 1994; Meller, 1997).

A intensa relação do ser humano com a natureza dá-se através de um contínuo e dinâmico processo de construção. Neste processo, o homem apropria-se indiscriminadamente dos recursos naturais, pouco se preocupando com a renovação da fonte ou com as conseqüências, que a sua ocupação pode trazer ao espaço geográfico em volta.

Com o crescimento acelerado da população do planeta Terra, houve também um acelerado processo de urbanização, bem como um incessante crescimento da industrialização provocando mudanças nos padrões de consumo do homem moderno e a relação homem/natureza passaram, em conseqüência a ser ameaçada, por causa destes fatos na atualidade, a Educação, fator de socialização entre os seres humanos, tem ocupado grande espaço na mídia em todas as partes do mundo, em geral juntamente com os principais problemas educacionais e ambientais.

O incremento das ações antrópicas sobre os ecossistemas naturais, provoca uma urgente mudança na forma de pensar, planejar e agir sobre a natureza, dentro de uma nova visão de homem intermulticulturais. Esta nova visão prende-se, sobretudo, ao conceito de interligação e interdependência dos ecossistemas, estando o homem necessariamente presente como principal agente modificador, cuja atividade pode alterar, acelerar e/ou retardar determinados processos, interrompendo assim, a ordem de sucessão natural. A partir do entendimento da organização sistêmica e integrada do meio ambiente, verifica-se que qualquer abordagem compartimentalizada do mesmo torna-se infrutífera, senão inócua, caso não seja considerado como um meio complexamente organizado e sincronizado, em que cada unidade escolar, além de desempenhar sua própria função, também contribui para o funcionamento e manutenção dos demais.

O atual modelo de ensino formal brasileiro, à luz da Lei nº 9.394/96 com relação à abordagem de temas ambientais propriamente ditos, disponibilizando informações adicionais sobre as temáticas de Educação e Meio Ambiente, propondo-se verificar se os professores de escolas públicas e particulares de Educação Básica (ensino fundamental e médio) vêm trabalhando estas temáticas e como está se verificando na prática este processo.

A necessidade da renovação de valores e práticas ambientais através de uma nova ordem de pensamento nacional e mundial sobre o tema, deve acontecer segundo conceitos educacionais formais e informais, fundamentados em questões concretas e bem dimensionadas. Desta forma o discente deve ser capaz de identificar, mensurar e propor soluções dentro da realidade-terreno que se lhe apresenta, solidificando seu embasamento teórico e prático para interferir, segundo uma política equilibrada de gerenciamento, no meio ambiente que ocupa de formal permanente.

A Carta Magna Brasileira de 1988 prevê, em artigo específico, a promoção do componente curricular Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Apesar de iniciativas bem sucedidas em várias regiões do país, não existe, até o momento, uma política oficial de Educação Ambiental efetivamente implantada. Sempre são alegados a carência de recursos, condições precárias de trabalho e insuficiente formação de profissionais do ensino básico são alguns dos problemas mais graves. Pode-se acrescentar, ainda, a falta de material didático e de apoio de qualidade. Alguns livros sobre Educação Ambiental já foram lançados, mas a maioria possui temática específica ou abrangência nacional, deixando de lado a interdisciplinaridade envolvendo o foco local. Para incorporar Educação Ambiental a um contexto complexo, como o do ensino básico brasileiro, disponibilizado em cada uma das cinco regiões, é preciso articular esforços de vários segmentos da sociedade.

É de suma importância lembrar que nos últimos anos a questão ambiental, no Brasil, vem sendo amplamente discutida nos diversos segmentos da sociedade: igreja, escola, ONGs, partidos políticos, etc, embora ações mais efetivas, que conduzam a uma convivência harmônica do homem com a natureza, ainda sejam necessárias e urgentes.

Justiça se faça que inúmeras medidas preventivas e punitivas, estabelecidas na legislação pátria, como códigos ambientais, campanhas de conscientização institucional escolar e até mesmo movimentos políticos, surge a Educação Ambiental como elemento-chave na luta pela preservação e melhor ocupação do meio ambiente. Através dos conceitos de Educação Ambiental, aplicados nas escolas de ensino básico, espera-se atingir uma camada representativa da sociedade, cuja faixa etária, extremamente jovem, apresenta o potencial ideal para a absorção de novos conceitos de ocupação do espaço geográfico e a formação de uma consciência crítica, em torno de questões e problemáticas ambientais formais e informais.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 30/03/2013
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