EDUCAÇÃO SUPERIOR NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR EDGAR DA SILVEIRA MACIEL

Penso que a mesma função social da universidade, descrita por diversos autores, deve ser a mesma que hoje norteia ou deve nortear todas as Instituições de Ensino Superior (IES), que são as funções de pesquisar, transmitir o conhecimento adquirido e disseminado no meio acadêmico e que estes saberes venham de encontro aos anseios da Sociedade, tanto no âmbito profissional, como no da formação intelectual de seus componentes.

Acho que os debates ocorridos na década de 60 sobre a formação acadêmica, tinham mais base política e de visão da sociedade como um todo, nos diversos aspectos sociais, políticos e de organização das classes, não só do meio acadêmico, como também dos trabalhadores, tanto rural como urbanos, sendo fonte emergentes de opositores ao regime autoritário imposto pelos militares. Articulando reações em todas as classes sociais, mesmo depois da declaração de sua extinção, agindo na clandestinidade.

Hoje, com o capitalismo selvagem, de valores no mínimo questionáveis, o que norteia a maioria das pessoas na escolha de uma carreira profissional, não é o idealismo, as aptidões, a criatividade, mas decisões são tomadas no rumo de áreas mais ligadas ao poder econômico, as tecnologias avançadas, que proporcionam uma ascensão social mais rápida, o que gera em certos casos frustrações e reveses por conta deste imediatismo.

Assim os ramos do conhecimento que formam profissionais da educação, Filósofos, Sociólogos e intelectuais, ficam à margem criando uma sociedade pouco pensante e replicante de ideias pouco originais, limitando a expansão dos saberes. Só este ano de 2013, vão faltar cerca de 16 mil Professores habilitados para dar aulas no Ensino Médio, segundo reportagem de uma revista. A contração de Act’s não habilitados é o recurso que os governos recorrem para suprir estas vagas.

De um certo tempo para cá, depois que intelectuais como Darcy Ribeiro tiveram espaço para implantar parte das suas ideias, voltando as iniciativas governamentais para a essência da Educação, como a luta incansável como Senador para a Formação de Professores, regras para a profissionalização da educação e a democratização das Universidades. Tais atitudes tentam resgatar uma divida Histórica que os Governos tem para com a educação, desde sua base até os níveis universitários. O Documento Final do CONAE (2010), traz reformas que se forem implantadas na sua integra o Brasil que sonhamos poderá se concretizar.

Penso que estipulação nas Universidades Públicas de cotas, tanto para escolas públicas, negros, índios, mesmo que de forma impositiva e coercitiva, trás para a realidade o que se via a muito tempo , só se chegava nas Universidades Públicas através de Escolas Particulares caras ou por intermédio de cursinhos pre -vestibulares tornando algo pago pela população numa instituição elitizadora, submetendo a maioria ao oneroso sistema particular de educação privada. Hoje meio mercantilizada , mas que oferece oportunidade de formação a pessoas que antes não poderiam estudar.

Vale também enfatizar o crescimento do sistema “S” de formação técnica, trazendo para o mercado o jovem ou o adulto reciclagem para um mercado cada vez mais exigente de mão de obra especializada. Contribuição muito bem vinda das empresas e do comércio que não fazem por menos devido a sua função social.

Dentro desta realidade, acredito que o professor bem preparado, capacitado, remunerado condizente com suas funções e responsabilidade social, venha com sua carga de conhecimento, ser a ferramenta principal para alavancar o desenvolvimento que o País precisa.

Alfredo Wagner, 30 de abril de 2013.

Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 02/05/2013
Reeditado em 02/05/2013
Código do texto: T4270612
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.