Fazendo concordância

Era uma família de seis pessoas, dois meninos, duas meninas e os pais. Interiorana, tinha hábito de toda noite, antes do horário das crianças dormirem, dar uma volta de carro pela cidade.

Em uma dessas noites uma das crianças mais novas, que já resolvia as suas necessidades sozinha, na hora do passeio, estava no sanitário. A sua mãe deu uma batidinha na porta e perguntou:

— Filho, vamos dar uma voltinha. Tu vais?

— Vous! — respondeu ele prontamente.

Na sua lógica ele fez a concordância devida, vais/vous, usando o “s” também na resposta. É a sua hipótese, a sua lógica na concordância.

Ele não ficou nada satisfeito com a risada da sua mãe, mas prontamente se preparou para a voltinha de carro.

No cotidiano na linguagem falada, não é comum em algumas regiões do Brasil, o uso do pronome tu com a sua forma verbal correspondente e, quando se usa esse pronome o falante leva a forma verbal para a terceira pessoa. Não foi o que aconteceu com a mãe do caso narrado, que fez a concordância conforme a norma padrão: Tu vais? Por ser novo para a criança ela prontamente usou da sua lógica e deu a resposta fazendo a concordância com o “s”.

Diná Gomes Fernandes
Enviado por Diná Gomes Fernandes em 24/11/2013
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