Razões da Escola: O ser formado pela Escola

Em texto anterior analisamos Razões da Escola: a instituição. Neste tratamos do cidadão que a escola forma: o aluno que passa por esta “fôrma”.

A Educação brasileira iniciou o novo milênio com um norte mais claro quando em 1996 o Ministério da Educação trouxe a público uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de nº 9394/96. O caminho da escola ficou melhor iluminado com a publicação também dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

No capítulo nomeado “A Reforma Curricular e a Organização do Ensino Médio” lemos no segundo parágrafo:

“Nessa perspectiva, incorporam-se como diretrizes gerais e orientadoras da proposta curricular as quatro premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.”

Se estas são as assertivas com seus eixos estruturais insistimos na pergunta:

Quais as razões da Escola como “meio instituído” pela sociedade?

Ou melhor dito:

Como a escola que queremos e idealizamos pode o educando aprender a conhecer, fazer, viver e ser?

Tendo vivido como discente os efeitos da LDB 4024/61, a da 5692/71 e já como educador a da 9394/96 e com décadas de prática docente, podemos dizer que a escola como instrumento de preparação e formação para a cidadania existe muito mais do que para ensinar conteúdos de Ciências Exatas, Humanas, Biológicas e Sociais e a mera Moral.

A escola existe para todo docente, do professor de matemática até o de Práticas Esportivas (Educação Física), ensinar e todo discente aprender, reforçando a ideia, a conhecer, fazer, viver e ser através do desenvolvimento da habilidade de ler, escrever e se comunicar, quer através de simples diálogo ou de falas em público.

Ler o quê? Como? Quando?

Ler não somente obras literárias. Mas ler em sala de aula, em casa, os livros didáticos, os manuais. Ler além. Não só os livros de conteúdos que aparentemente são divorciados de leitura. Ler nas entrelinhas – interpretação. Há muito já se sabe que às vezes o aluno não tem êxito em avaliação de matemática, porque não sabia o que o professor queria nas questões de sua prova. Talvez, a este aluno faltou interpretação e ao professor clareza ao formular a questão.

Deve-se ler sempre, pois é da leitura que surgem novas ideias, é da leitura que brota a imaginação e a criatividade. O texto escrito e lido serve de modelo para a estruturação da frase, da oração, clareza de ideia. É jargão dizer que quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê. É clichê dizer que nada surge do nada. A leitura serve de fonte de inspiração.

Inspiração para novas escritas. Todo leitor é um escritor. Quem lê, sabe escrever. A escrita, a produção de novos textos surge como transbordamento de leituras feitas previamente. Um novo texto surge como água que jorra de uma fonte alimentada por leituras.

A Escola existe para formar o ‘Homem humano’: civilizado, construtor de ideias escritas e lidas e lidas e escritas - o ‘Homem comunicador’. A Escola existe para formar o indivíduo que lê, sabe ordenar as suas ideias por escrito e seus pensamentos através de sua fala a si mesmo (ordenamento de sentimentos) e aos demais.

Leonardo Lisbôa

Barbacena, 07/02/2014.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 07/02/2014
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