DIRETOR, LÍDER PEDAGÓGICO

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Um líder é alguém que sabe o que quer alcançar e consegue comunicá-lo.

Margaret Thatcher

Quem é que não sabe que se deve entender por líder pedagógico o diretor escolar? Sim! Claro! Veja que o diretor deve levar o professor a desenvolver-se profissionalmente dentro e fora de sua unidade escolar, uma vez que ele é uma autoridade acadêmica, portanto, a escola é a academia, casa de conhecimento, de saber de ciência. Tanto é assim que o diretor precisa inevitavelmente de estar bem atualizado, informado e motivado a socializar seu conhecimento em uma visão de mundo contextualizado, humanamente falando. Tanto é assim que Henry Miller menciona que “o verdadeiro líder não tem necessidade de liderar, contenta-se em apontar o caminho”. De modo que evidentemente, isto implica estar de olhos abertos, sempre atualizado em relação aos novos paradigmas, programas e metodologias existentes, o que só poderá ser feito via a realização de cursos e/ou de treinamentos de curta, média e/ou longa duração, como por exemplo, nos cursos de especialização, mestrado e doutorado, na forma determinação pela LDB, Lei nº 9394/96 e demais legislação pertinente a área da ciência da educação.

Quando conversamos com alguns diretores escolares e ou fazemos entrevistas, todos são unânimes em afirmar e reconhecer que eles próprios também necessitam de respaldo e/ou seja, de fundamento teórico e técnico para melhor exercer suas atividades de gestão educacional, evitar improvisar suas atividades administrativas e pedagógicas. No pensar de Augusto Cury: “o maior líder é aquele que reconhece sua pequenez, extrai força de sua humildade e experiência da sua fragilidade”.

Existe uma grande confusão ideológica quando se fala em reciclagem e/ou atualização de professores na escola, tendo em vista que quando se enfatiza a reciclagem de professores, fica evidenciada a cobrança in loco da atuação dos diretores escolares neste sentido, o que não tem fundamentação e/ou suporte legal institucional neste sentido. De modo que a reciclagem de diretores escolares depende muito e quase unicamente da própria iniciativa individual de cada gestor. Assim a “liderança é ação, e não posição”, no dizer de Donald McGannon.

De modo que deste ponto de vista organizacional e burocrático, o suporte institucional existe e se evidencia por reuniões periódicas com outros atores do tipo: orientador, supervisor, psicólogo e psicopedagogo, etc. Por analogia, segundo a visão de Joseph Stalin: “lideres vão e vem, mas o povo permanece. Apenas o povo é imortal.”

É importante lembrar de que tais reuniões podem ser individuais e/ou com um grupo de diretores escolares, por exemplo, de um município e nelas geralmente são tratadas questões de gerenciamento, elaboração de calendários e demais atribuições administrativas e pedagógicas, e também são discutidos problemas de ordem técnicas e demais aquisições em termos de avançar o processo do bom para o melhor, visando uma melhor qualidade da própria educação que se quer administrar ao alunado, tudo passa para profissionalização e qualificação de gestor escolar e de sua equipe pedagógica e técnica administrativa. Assim podemos invocar o pensamento de Dwight Eisenhower ao afirmar que “não se é líder batendo na cabeça das pessoas, isso é ataque, não é liderança”.

Existe uma máquina engrenada, empenada, enferrujada chamada burocracia em todos os níveis da administração pública direta e indireta, e isso se aprende até sozinho, no dizer de um diretor escolar eficiente e qualificado, porém, um líder pedagógico do tipo diretor escolar, precisa de fazer e/ou executar trabalho coletivo e bem tem que ter a colaboração em serviço e fora dele para ser lapidado e formado para tal missão. Nada improvisado se atinge objetivo algum, e até porque estes não existem em sua formatação inicial em cada ano letivo.