O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SEMINÁRIO INTEGRADO DO ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO

O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SEMINÁRIO INTEGRADO DO ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO¹

Joana Marli Langner2

RESUMO: Diante das profundas transformações na sociedade que alteram as relações no mundo do trabalho e exigem um novo perfil profissional, observa-se, as propostas governamentais para uma reestruturação do currículo na educação. No Rio Grande do Sul, em 2012 foi implantada uma nova Proposta Pedagógica para o Ensino Médio que passou a ser chamado de Ensino Médio Politécnico, apresentando a integração entre trabalho prático e trabalho intelectual, trabalho como princípio Educativo, Pesquisa como princípio pedagógico e metodológico, Avaliação Emancipatória como construção de autonomia. Além da integração entre as disciplinas organizadas por áreas, surge um novo componente curricular: o Seminário Integrado. Este tem como objetivo oportunizar aos alunos ampliação do tempo escolar no Ensino Médio Politécnico, visando o aprofundamento dos conhecimentos através da pesquisa e da interdisciplinaridade.

Palavras-chave: Tecnologias Digitais, educação, Ensino Médio Politécnico, Seminário Integrado.

RESUMEN: Dadas las profundas transformaciones en la sociedad que alteran las relaciones en el mundo del trabajo y requieren un nuevo perfil profesional, las propuestas de gobierno para una reestructuración del currículo en la educación. En Rio Grande do Sul, en 2012 se desplegó una nueva propuesta pedagógica para la secundaria es ahora llamado Instituto Politécnico, mostrando la integración entre la práctica y el trabajo intelectual, trabajo como principio educativo, principio pedagógico y metodológico de investigación, autonomía emancipadora vis-à-Review. (RS POLYTECHNIC HIGH SCHOOL SECUNDARIA PROPUESTA PEDAGÓGICA, 2012) Además de la integración entre las disciplinas organizadas por áreas, un nuevo componente curricular: el seminario integrado. El objetivo es proporcionar oportunidades a los estudiantes aumentar el tiempo de la escuela en la escuela Politécnica, con el objetivo de profundización del conocimiento mediante la investigación y la interdisciplinariedad.

Palabras clave: las tecnologías digitales, educación, Instituto Politécnico, seminario integrado.

1 INTRODUÇÃO

A intenção desta pesquisa é investigar como as tecnologias digitais são desenvolvidas pelos docentes e se as mesmas aprimoram o conhecimento dos alunos nas aulas do componente curricular Seminário Integrado do Ensino Médio Politécnico para promover a inclusão social digital. Através de uma pesquisa de campo busca identificar quais ferramentas os professores utilizam para atender aos objetivos do Seminário Integrado, no que se refere à comunicação, cultura digital e o uso das mídias, compreender como o Seminário Integrado pode se constituir em um espaço de inclusão digital e social dos alunos a partir do uso das tecnologias digitais voltadas à educação, e, analisar como a comunicação, a cultura digital e o uso das mídias vem sendo proposto para a educação a partir da Proposta do Ensino Médio Politécnico e do Programa do Ensino Médio Inovador (PROEMI).

Com o apoio das tecnologias, os pilares de uma educação inovadora se apoiam em

um conjunto de propostas com alguns grandes eixos, que lhe servem de guia e de base: conhecimento integrador e inovador; desenvolvimento da autoestima e do

autoconhecimento (valorização de todos); formação de alunos empreendedores

(criativos, com iniciativa); construção de alunos cidadãos (com valores individuais e

sociais). São pilares que poderão tornar o processo de ensino-aprendizagem muito

mais flexível, integrado, empreendedor e inovador. Morin (2000)

A pesquisa realizada com alunos e professores do 2º ano do Ensino Médio Politécnico (EMP), alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e coordenadora do EMP, através de entrevistas observações e análise de documentos pretende verificar se a escola desempenha um papel fundamental na formação dos alunos desafiando-os para que busquem o conhecimento que faz sentido para suas vidas e que ao mesmo tempo proporciona a instrumentalização necessária para o mundo do trabalho.

2 A ESCOLA PESQUISADA E A INCLUSÃO DIGITAL

No Brasil os índices de reprovação e abandono no Ensino Médio são preocupantes, mostrando que a escola atual não consegue manter os jovens interessados e motivados para estudar. Nossa sociedade tem mostrado um paradoxo perverso, enquanto quem é jovem, bonito, moderno é admirado e tais qualidades muito valorizadas, essa mesma sociedade não protege seus jovens que assim se tornam as maiores vítimas do desemprego, da exploração, das drogas e de todas as formas de violência.

Existe ainda uma grande distância entre o belo discurso da inclusão que prega o direito de todos à educação básica e a realidade das escolas brasileiras, que entre tantos problemas, muitas vezes acaba excluindo seus alunos pelo motivo de que não dominam as competências escolares. É necessário avançar nas discussões, pensar e implantar efetivamente políticas que realmente possibilitem a permanência dos alunos na escola, de maneira que os conhecimentos cobrados e valorizados pela sociedade e necessários para suas vidas profissionais e pessoais, sejam realmente apreendidos.

Segundo a LDB, Lei 9394, Art. 22: “A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.

O Ministério da Educação, com o objetivo de garantir o acesso de à educação de qualidade aos jovens do ensino médio vem ampliando suas ações, por meio de políticas/programas que atendam de maneira efetiva esse público.

Com a aprovação da Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, a obrigatoriedade do ensino dos 04 aos 17 anos deverá estar garantida até 2016, o que vai ao encontro da Meta 3 do novo Plano Nacional de Educação (em tramitação), que propõe a universalização do Ensino Médio até 2020 (15 a 17 anos), com taxa líquida de 85% de atendimento para essa faixa etária. Assim, para que este atendimento seja efetivo, é necessário garantir o acesso à educação de qualidade e atender as necessidades e expectativas dos jovens brasileiros. Para isto, tem desenvolvido ações conjuntas com Estados e Distrito Federal, de forma a criar as condições necessárias para a melhoria da qualidade dessa etapa da Educação Básica (Documento Orientador PROEMI).

A Escola Estadual de Ensino Médio em que a pesquisa foi realizada é um educandário de Educação Pública, situada entre os bairros mais pobres da cidade de Santo Augusto RS e tem como público alvo crianças, jovens e adultos, oriundos de famílias de baixa renda, com pouca escolaridade e com um histórico de exclusão social, que buscam na escola a possibilidade de adquirir conhecimento científico , buscar melhores condições de vida e assim fugir da exclusão a que estão submetidos desde sempre. Desse modo, é fundamental que a Escola se aproprie dessas novas tecnologias digitais para que o aluno do Ensino Médio Politécnico tenha garantido em sua formação os princípios que norteiam essa proposta.

Devido ao meio social em que está inserida, a escola constitui-se na maior, senão a única possibilidade desses alunos de desenvolver as capacidades necessárias a sua inserção com sucesso no mundo do trabalho. Isso requer principalmente que esses alunos, estejam incluídos no mundo digital não só através das redes sociais, mas que, através de um letramento digital, ou seja, desenvolver a habilidade de; construir sentido, buscar, interpretar, filtrar e avaliar criticamente as informações virtuais, em forma de palavras, imagens, sons e outros, para que possam usufruir todas as suas potencialidades. Para a Escola, portanto, é fundamental que esse espaço do Seminário Integrado desenvolva práticas eficientes e conduza o aluno a tornar-se um pesquisador com autonomia e competência.

Na escola pesquisada, o Seminário Integrado ocorre preferencialmente no Laboratório de Informática do educandário, conduzido pelos professores orientadores e pelos monitores do PIBID, dos quais participam os alunos de um Curso de Licenciatura da cidade de Santo Augusto. Além disso, a Escola está inserida no PROEMI cujo Seminário Integrado é o norteador das ações. O PROEMI prevê em um dos seus Macrocampos a Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias o qual deverá ser contemplado com recursos financeiros para a compra de materiais que atendam as ações do Seminário e desse Macrocampo.

Pelo relato acima, percebe-se que a Escola apresenta uma proposta inovadora, recursos humanos, recursos financeiros e um Laboratório de Aprendizagem para que as Tecnologias Digitais possam ser desenvolvidas. Nessa perspectiva, é importante refletir quais as condições ainda necessárias para que elas se efetivem com sucesso.

Portanto, o problema dessa pesquisa pretende responder como os professores do Componente Curricular Seminário Integrado do Ensino Médio Politécnico utilizam as Tecnologias Educacionais em sua prática docente considerando que este contempla em seus objetivos a ampliação do conhecimento dos alunos, combatendo a evasão escolar e integrando as novas tecnologias ao cotidiano escolar?

O uso das Tecnologias digitais no Seminário Integrado do Ensino Médio Politécnico promove a inclusão social e digital dos alunos? Considerando que proporciona aos discentes e docentes os recursos necessários para realizar a pesquisa e socializá-la, instigando-os a aprender cada vez mais e de formas mais criativas?

3 AS TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO

As tecnologias da informação e comunicação fazem parte do nosso dia a dia em todas as instâncias e principalmente devem fazer parte do processo educacional em todas as áreas. Não é mais possível pensar em cidadania sem proporcionar a inclusão digital dos cidadãos às redes informacionais.

A sociedade em rede não é o futuro que devemos alcançar como o próximo estádio

do progresso humano, ao adoptarmos o paradigma das novas tecnologias. É a nossa

sociedade, em diferentes graus, e com diferentes formas dependendo dos países e das culturas. Qualquer política, estratégia, projecto humano, tem que partir desta base. Não é o nosso destino, mas o nosso ponto de partida para qualquer que seja o «nosso» caminho, seja o céu, o inferno ou, apenas, uma casa remodelada. (CASTELLS, 2006, pag., 26).

As tecnologias da informação são tecnologias que potencializam inteligência aumentando muito as possibilidades do ser humano transformar a informação disponível em conhecimento, e o conhecimento em desenvolvimento. Se as comunidades conseguirem apropriar-se dessas tecnologias e as reconfigurarem para que atendam as suas demandas serão um poderoso instrumento de combate à pobreza, de elevação da autoestima e ampliação de relacionamentos. E se a escola deve preparar os alunos para a vida, para serem cidadãos do seu tempo, deve também considerar a vida que faz sentido para eles, construindo o conhecimento coletivamente.

Conhecer, na dimensão humana que aqui nos interessa, qualquer que seja o nível em que se dê, não é o ato através do qual o sujeito transformado em objeto, recebe, dócil e passivamente, os conteúdos que outro lhe dá, ou impõe. O conhecimento, pelo contrário, exige uma presença do sujeito em face ao mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda de uma busca constante. Implica invenção e reinvenção. Reclama a reflexão crítica de cada um sobre o ato mesmo de conhecer, pelo qual se reconhece conhecendo e, ao reconhecer-se assim, percebe o como de seu conhecer e aos condicionamentos a que está submetido seus atos. (FREIRE, 1997, p.27)

Tendo como base o princípio de que o aluno é o sujeito do conhecimento, o papel fundamental do Ensino Médio é preparar para a vida, qualificar para a cidadania e capacitar para o aprendizado permanente. Além de promover a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos, essa etapa do processo de aprendizagem deve contribuir para o aprimoramento pessoal, para a formação ética, para a autonomia intelectual e para o embasamento de um raciocínio crítico.

As relações entre o sujeito e o seu meio constituem uma interação radical, de modo tal que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado, indiferenciado; e é desse estado que derivam dois movimentos complementares, um da incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias coisas. (PIAGET, 1978, p.386).

Através de caminhos diversos, onde não mais se aceita a linearidade do pensamento e cabe ao professor mediar a formação de um sujeito em um mundo em constante processo de formação.

[...] as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva estão modificando profundamente os dados do problema da educação e formação. O que deve ser aprendido não pode mais ser planejado, nem precisamente definido de maneira antecipada. Os percursos e os perfis de competência são todos eles, singulares e está cada vez menos possível canalizar-se em programas ou currículos que sejam válidos para todo mundo. Devemos construir novos modelos do espaço do conhecimento. (LEVY, 2ooo, p. 12).

Segundo Jacques Delors, “À educação cabe fornecer de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que nos permite navegar através dele”.

As tecnologias de rede mudaram a maneira como compramos e vendemos, trabalhamos, namoramos, conquistamos novas amizades, nos divertimos e como não poderia ser diferente influenciou no modo que aprendemos, enfim mudaram nosso modo de viver.

Esta mudança iniciou com a Web 1.0, onde os conteúdos eram estáticos com pouca interatividade entre os usuários. Em seguida surgiu a Web 2.0, com maior interatividade online entre os internautas permitindo aos mesmos a autoria de conteúdos, através da criação de blogs, sites, redes sociais, é a tecnologia da informação. Agora estamos com a Web 3.0, os conteúdos online são organizados de forma semântica, sites e aplicações inteligentes e publicidade baseada nas pesquisas de comportamento, também é chamada de Web inteligente.

O aprendizado tradicional que valorizava o acúmulo de conhecimentos muitas vezes sem uma aplicação real e objetiva está há um bom tempo sendo substituído pela pesquisa e pelo conhecimento que interessa, que seja útil no dia a dia, que tenha sentido.

As Tecnologias da Informação e Comunicação proporcionam ao aluno e mesmo a quem não está estudando oficialmente, um acesso rápido e fácil as informações em qualquer momento e lugar, provocando assim uma mudança radical no tempo e espaço de aprender, não é preciso ficar limitado a horários, pesquisas intermináveis em livros, busca de informações com pessoas, confinado horas em bibliotecas e salas de aula para ter informações sobre qualquer assunto, seja sobre como cozinhar, consertar carros, plantar árvores, informações sobre saúde, como e onde aplicar dinheiro, compra, venda, vagas de emprego, atividades pedagógicas, concursos, enfim assuntos que são de extrema importância e de interesse imediato no cotidiano das pessoas.

A Educação à Distância em todos os níveis é um exemplo da mudança do espaço-tempo de aprender e ensinar, possibilitando que as pessoas possam estudar no horário que tiverem disponibilidade e no local que se encontrem, seja em casa, em uma escola ou até mesmo em trânsito.

No que se refere à comunicação da informação, vivemos em um cenário bastante complexo. O que era uma hegemonia de informações, controlada por alguns grupos corporativos, opressivos e que manipulavam a informação de acordo com seus interesses, agora é a comunicação de muitos para todos; a produção de conhecimentos em rede. Qualquer cidadão com um mínimo de conhecimento de informática pode expressar suas ideias e publicá-las na rede compartilhando acontecimentos, pensamentos, cultura, compartilhando seus saberes com o mundo.

Fugimos assim da mídia tradicional, manipuladora e seletiva para um mundo de diversidades de produção de conhecimentos constantemente recriado e atualizado pelos mais diversos grupos sociais, minorias, que antes estavam impossibilitados de expor seus problemas, sua cultura, enfim seus diferentes modos de pensar, de buscar soluções para provocar mudanças interessantes em seu cotidiano. Entramos como que num passe de mágica no mundo de inclusão digital, que embora ainda não tenha sido possível, incluir a todos, está disponível.

Uma ferramenta de comunicação que pouco é mencionada e que tem uma importância fundamental na vida de cidadãos do mundo inteiro, o telefone celular, permitiu uma inclusão social bastante significativa, aproximando pessoas, encurtando distâncias, facilitando o fechamento de negócios e agora até nos modelos mais simples podemos navegar na internet, baixar e gravar vídeos, músicas, fotografar, baixar aplicativos e até mesmo usar como uma ferramenta educacional, apesar do conflito entre os educadores e educandos quanto ao uso do celular em sala de aula. É uma ferramenta bastante acessível.

As tecnologias assistivas, são fantásticas, incluem pessoas com as mais diversas dificuldades em um mundo novo, cheio de possibilidades de crescimento intelectual e de mobilidade virtual. Cegos, surdos, deficientes físicos, pessoas com dificuldades de aprendizagens, têm a disposição uma imensa quantidade de mídias digitais que facilitam suas vidas. Pessoas com múltiplas deficiências, que estavam condenadas a viverem suas vidas confinadas em uma cama, sem contato com a vida lá fora, agora podem conectar-se com o mundo todo, aprender e interagir, também produzir e compartilhar conhecimento.

O computador em si, mesmo sem estar conectado a internet é uma ferramenta muito interessante para ser usado pedagogicamente, Assim como, rádio, televisão, gravador de voz, câmeras digitais entre outros.

4 OS SUJEITOS DO ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO: ANALISANDO AS FALAS E OBSERVAÇÕES

As entrevistas, observações e análise de documentos, foram direcionadas de forma que levasse a entender a realidade, as vivências, conflitos, avanços e desafios da inclusão digital e social do Ensino Médio Politécnico da Escola Estadual de Ensino Médio pesquisada. Para identificação dos diferentes sujeitos entrevistados serão nomeados como professores da disciplina Seminário Integrado, alunos do Ensino Médio Politécnico, alunos bolsistas do PIBID e coordenadora do EMP, preservando a identidade dos mesmos.

Foram realizadas observações das aulas do Seminário Integrado, acompanhamento de diversas atividades relacionadas as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), atividades dos bolsistas do PIBID com os alunos e professores, acompanhamento das apresentações dos trabalhos elaborados nas aulas do Seminário Integrado e entrevistas dirigidas com questionários previamente elaborados com todos os segmentos acima mencionados para que todos os envolvidos tivessem a oportunidade de colocar suas ideias e expectativas, contribuindo assim para que se ter uma visão abrangente do contexto. Para uma avaliação e análise mais significativa dos resultados foi realizada ainda, entrevista com a coordenadora do EMP.

Nas entrevistas com as professoras foram contempladas quatro questões principais: como a informática colabora para que o Seminário integrado se constitua em um eixo integrador do EMP; de que maneira as mídias digitais são desenvolvidas para que possam aprimorar o conhecimento dos estudantes nas aulas do Seminário Integrado; como ocorre o processo de inclusão social e digital nas referidas aulas; quais as ferramentas digitais mais utilizadas.

Para os alunos bolsistas do PIBID foram aplicadas as seguintes questões: Qual o objetivo do PIBID no Seminário Integrado; como as tecnologias digitais são desenvolvidas nas aulas e que ferramentas são utilizadas; como ocorre a inclusão social e digital nas referidas aulas.

Para os estudantes da turma do 2º ano do EMP, as questões aplicadas foram: qual a diferença entre as outras disciplinas e o Seminário Integrado; como você utiliza as tecnologias digitais para desenvolver as atividades do Seminário Integrado; como as aulas têm contribuído para sua formação enquanto aluno do Ensino Médio; na sua vida fora da escola, os conhecimentos adquiridos durante as referidas aulas, contribuem para melhoria de sua qualidade de vida, de que maneira; quais as ferramentas tecnológicas mais utilizadas em sala de aula e em seu cotidiano fora da escola.

Com a coordenadora do EMP, o questionamento foi sobre o resultado das atividades do Seminário Integrado; uma análise sobre o que foi alcançado até então e o que ainda é necessário para que realmente a inclusão digital e social dos alunos aconteça efetivamente; existe formação para os professores trabalharem a disciplina Seminário Integrado, principalmente no que se refere as mídias digitais.

Como as respostas se repetiram ou as opiniões foram bastante semelhantes, foi realizada uma síntese das respostas de cada segmento envolvido na pesquisa. As respostas da coordenadora do EMP foram transcritas na íntegra.

Respostas dos professores:

A informática viabiliza o acesso a informação e a pesquisa para que seja transformada em conhecimento. É também uma forma de motivar para que o aluno frequente o turno inverso. O uso das mídias digitais facilita o desenvolvimento do trabalho. É um recurso importantíssimo para otimizar o processo do ensino aprendizagem.

Quanto a utilização e desenvolvimento das tecnologias digitais, os alunos criam blogs individuais e dos grupos, e-mails, utilizam o Movie Maker, Datashow, pen drive, kit multimídia, notebook, tv e tablet.

No que tange à inclusão digital e social; as professoras acreditam que através do conhecimento adquirido a família do aluno também é beneficiada. O estudante adquire mais segurança para falar em público usando com eficiência as mídias digitais para apresentar os trabalhos produzidos. Através da pesquisa de campo tem uma visão de sua realidade e dos problemas de sua comunidade, encara tais problemas de outra forma, tentando ajudar na busca de soluções para os mesmos.

Com a instrumentalização adquirida nas aulas suas perspectivas de vida são ampliadas e consequentemente a qualidade de vida dos mesmos tem uma melhora significativa, envolvendo também suas famílias e aumentando gradativamente suas possibilidades de inserção no mercado de trabalho.

No Seminário Integrado, com o uso das mídias digitais, o trabalho em grupo se torna indispensável, agilizando a pesquisa, quem sabe mais puxa a frente, os outros procuram acompanhar e com o tempo vão sendo desafiados e instigados a participar ativamente. Com certeza adquirem novos conhecimentos e ao compartilhar o que foi aprendido através da apresentação dos trabalhos produzidos no seminário aos outros sujeitos da escola, conseguem o reconhecimento do seu esforço. Despertando assim o querer aprender, o buscar sempre mais.

As ferramentas utilizadas são as pesquisas orientadas em sites na internet, produção de vídeos, montagens de apresentações utilizando aplicativos de apresentação de slides, construção de blogs, editor de textos, planilhas eletrônicas. Eles já produzem material ou seja já trabalham com a autoria de conteúdo.

Os professores durante a entrevista demonstraram claramente o comprometimento, empenho e a preocupação em conduzir a aprendizagem de maneira que todos os alunos consigam apropriar-se o máximo possível das mídias e ferramentas digitais. Pois trabalhando na escola há muitos anos, elas conhecem a profundamente a realidade de seus alunos, da comunidade escolar em que estão inseridas, as dificuldades, as carências e as possibilidades: elas têm absoluta certeza de que é necessário que sejam incluídos digitalmente para que socialmente tenham um papel relevante e consigam ser bem sucedidos em suas vidas pessoais e profissionais.

Respostas dos alunos bolsistas do PIBID:

O objetivo dos alunos bolsistas é adquirir experiência docente. Através do auxílio aos professores, disponibilizando o conhecimento técnico adquirido durante o curso que frequentam.

As tecnologias digitais são direcionadas para pesquisas, como utilizar a internet para uma boa pesquisa, formatação de trabalhos, construção de gráficos, uso de diversas ferramentas disponíveis.

A inclusão acontece através do uso das mídias digitais e dos trabalhos de pesquisa de campo que promovem um contato social dos alunos com pessoas da comunidade. Há um grande envolvimento de todos com as atividades.

Eles também fizeram questão de ressaltar que não só ensinam, estão aprendendo com os alunos e professores, trocando experiências e descobrindo possibilidades novas, juntos.

Nas falas dos alunos bolsistas fica implícito o envolvimento e entusiasmo com o trabalho desenvolvido, ensinando e aprendendo ao mesmo tempo.

Respostas dos alunos do 2° ano do EMP:

Sobre a diferença do Seminário Integrado com as outras disciplinas: o Seminário integrado é mais dinâmico, exige mais empenho e pesquisa, a busca das informações é mais rápida. Aprendem a utilizar as mídias digitais.

O motivo das aulas do seminário serem desenvolvidas com o uso das mídias digitais: Porque facilita o aprendizado e porque os alunos se apropriam das ferramentas digitais que auxiliam nas pesquisas e na busca do conhecimento. Porque o mundo atual exige, quase todos os empregos pedem conhecimentos de informática ou que se faça uso das mídias digitais e suas ferramentas.

Como as aulas têm contribuído para sua formação enquanto aluno do Ensino Médio:

Oportuniza a apropriação de muitas ferramentas digitais novas, exercitado a oratória através das apresentações em público para os colegas, para os professores, em eventos em outras escolas e até mesmo em outras cidades.

Quanto à utilização das mídias no cotidiano, alunas trabalhadoras relatam que: já conseguiram aplicar muito do que aprenderam em seu trabalho, em casa também usam as ferramentas para facilitar seu dia a dia.

Através dos conhecimentos adquiridos nas aulas e nos trabalhos de pesquisa, segundo eles, suas famílias também são beneficiadas, pois acabam participando das pesquisas e expressando suas opiniões e conhecimentos. As ferramentas digitais mais usadas, segundo eles: pesquisas na internet, produção e apresentações de textos utilizando o Word e Power Point, e-mails, blogs.

Nas falas dos alunos já se percebem as conquistas e aprendizados referentes ao Seminário Integrado e o uso das mídias digitais, mesmo sendo inovador, esse uso está influenciando positivamente gradativamente, seu cotidiano como estudantes, trabalhadores, em suas vidas particulares e em comunidade.

Respostas da Coordenadora do Ensino Médio Politécnico, transcritas na íntegra:

Observamos que os resultados são positivos, pois contribuem para que o aluno assuma a autoria do seu próprio processo de aprendizagem. As pesquisas mostram práticas da própria comunidade que permitem o aluno refletir sobre as mesmas. No que se refere a inclusão digital, podemos dizer que o acesso já é um item a ser considerado importante pois em sua maioria, os alunos o tem.

Há, no entanto um longo caminho a ser percorrido, no que se refere ao Seminário Integrado e o uso das tecnologias, no sentido mais amplo: o saber pesquisar sem simplesmente copiar, fazer da informação um conhecimento, compreender que a tecnologia não é só rede social. No entanto, esse trabalho do Seminário Integrado é um processo novo em que professor e aluno se colocam como aprendizes. Os professores não tem ainda o embasamento necessário para que os alunos avancem significativamente. É um processo que requer tempo, dedicação e disposição para aprender o novo, ou melhor, ensinar o antigo de uma forma nova.

A formação para os professores do Seminário Integrado aconteceu apenas no sentido de compreender a proposta pedagógica do Ensino Médio Politécnico, mas não como desenvolvê-la. No que se refere ao uso das mídias não ocorreu por parte da Coordenadoria Regional de Educação nenhuma formação até 2013. Está previsto para 2014 o início dessa formação, mais direcionada para o uso dos tablets como

ferramenta de ensino-aprendizagem.

Analisando a fala da coordenadora do Ensino Médio Politécnico, o Seminário Integrado, conclui-se que o resultado é positivo e a inclusão digital acontece efetivamente, mas que “há um longo caminho a ser percorrido, no que se refere ao Seminário Integrado no sentido mais amplo”. A educação é um processo contínuo, as novidades precisam ser entendidas, discutidas e aplicadas através de diversas estratégias, na expectativa de obter resultados positivos.

"Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe. Somos agricultores, esperando a colheita, porque a queremos muito, porque conhecemos as sementes, a terra, os ventos e a chuva, porque avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente." Danilo Gandin.

Observações e análise de documentos:

Nas observações realizadas nas aulas do Seminário Integrado, levou-se em consideração o desenvolvimento da proposta do professor e dos alunos bolsistas do PIBID e o envolvimento dos alunos com as atividades propostas, o desempenho durante a construção e apresentação dos trabalhos desenvolvidos durante as aulas com o uso das mídias digitais.

No que se refere aos professores é interessante ressaltar o entusiasmo dos mesmos quanto a construção dos trabalhos e o uso das mídias digitais pelos alunos.

É preciso retomar que, os professores não receberam formação específica para trabalhar com a tecnologia e as mídias digitais. Mas eles por conta própria buscaram o conhecimento e instrumentalização e procuram aplicar o que sabem e instigar os educandos a descobrirem a importância de usarem as mídias em seus trabalhos escolares e em seu cotidiano. Eles sentem certa urgência em incluírem seus alunos digitalmente, pois tem certeza que isso é importante e necessário para a vida dos mesmos.

É recorrente também a queixa de que o que fazem ainda não é o bastante e que dispõem de pouco tempo para trabalhar as mídias, orientar pesquisas e elaboração dos trabalhos e pesquisar para melhorar suas estratégias de ensino.

Quanto aos alunos, nem todos conseguem acompanhar as aulas do Seminário Integrado, pois as mesmas são em turno inverso e alguns necessitam trabalhar para auxiliar nas despesas de casa, a sobrevivência sempre fala mais alto. Alguns não possuem computador em casa, mas a escola disponibiliza algumas máquinas para pesquisa na biblioteca, por serem máquinas antigas, nem sempre correspondem ao esperado.

Mas de maneira geral eles estão demonstrando entender a importância do que está sendo ensinado e cada dia que passa estão se desafiando a superar dificuldades e adquirindo novas habilidades e conhecimentos.

A prova concreta de que realmente demonstram um grande interesse em melhorar sua aprendizagem e seu desempenho escolar fica implícita quando apresentam seus trabalhos de pesquisa, bem formatados, com temas relevantes e de interesse de todos, de toda comunidade escolar, e também sua segurança para defender a pesquisa para os colegas de classe e professores, coordenador, equipe diretiva, para os outros alunos da escola e em mostras técnicas em outras instituições de ensino.

Como a educação é um direito e um dever que cada pessoa compartilha com a sociedade, é necessário criar mecanismos adequados e flexíveis para garantir a participação permanente de uma multiplicidade de atores, e estimular as práticas intersetoriais no campo da educação. Os mecanismos integradores devem tratar diferentes áreas da atividade educacional, a começar com a família, a sala de aula e a escola, dando atenção especial ao vínculo com o desenvolvimento local. Como condição necessária para aumentar a participação comunitária na educação, o Estado deve assumir uma liderança efetiva, encorajando a participação da sociedade no planejamento, execução e avaliação da pesquisa sobre o impacto das políticas educacionais. (DECLARAÇÃO DE COCHABAMBA, março de 2001)

Os trabalhos de pesquisa foram realizados em grupo, nem sempre todos participam de todas as etapas do trabalho, mas de modo geral são produtivos e enriquecedores para alunos, professores e comunidade. Na observação realizada durante a apresentação dos trabalhos foi possível identificar essa interação através dos temas escolhidos: Poluição e saúde; trabalho de pesquisa de campo, bibliográfica e em sites, entrevista com um representante da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Na ocasião o grupo de alunos visitou um antigo lixão desativado que era para ser depositado somente entulho, mas que ainda é colocado lixo. O referido lixão situa-se em um bairro próximo a escola, e segundo relatos dos moradores durante a entrevista, é constante o mau cheiro, a sujeira que se espalha pelas vizinhanças, ratos, baratas se criam a vontade, colocando em risco a saúde de quem mora nas redondezas. Mas ainda há pessoas que catam objetos para reutilizá-los. Um tema palpitante, de interesse de toda a comunidade e que com a visita do representante da secretaria, também dialogou-se com todos os envolvidos, buscando uma perspectiva de solução.

No trabalho sobre Nutrição: assunto relevante que interessa a todos, principalmente crianças e jovens que estão em fase de crescimento e costumam consumir doces e produtos industrializados ao invés de alimentos saudáveis.

No trabalho sobre Saúde e o uso do computador: assunto atual de interesse dos estudantes e trabalhadores, com informações importantes, referentes ao uso correto dos mesmos.

Na análise dos registros escolares no final do ano letivo, fazendo um comparativo entre os anos anteriores sem Seminário Integrado e o 2º ano com a disciplina Seminário Integrado no aproveitamento escolar dos estudantes, constatou-se uma melhora bastante significativa em praticamente todas as disciplinas.

No decorrer das observações foi possível notar as ricas interações humanas que acontecem entre todos os elementos envolvidos, a troca de ideias e experiências, que é um elemento indispensável no processo de ensino aprendizagem, pois a educação só acontece no plural, com muito diálogo e socialização de conhecimentos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso das mídias digitais não deve ser avaliado ou valorizado somente pelos efeitos que têm sobre a aprendizagem dos alunos. Este é apenas um dos aspectos entre tantos, apesar de provavelmente ser o mais importante.

O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no Seminário Integrado tem se mostrado um aliado importante para despertar um interesse maior pela disciplina, uma mudança ou estratégia de ensino dos docentes provocando uma sensação positiva de domínio das tecnologias que são atualmente muito valorizadas na sociedade, proporcionando um sentido de maior pertencimento a essa mesma sociedade, tanto nos alunos como nos professores.

O processo de ensino e aprendizagem tornou-se um grande desafio para a geração de professores que estudou e aprendeu a ensinar antes da era das tecnologias digitais e não contavam com recursos e ferramentas de interação e colaboração capazes de conectar mestres, estudantes e a sociedade, independente de sua formação, cultura ou lugar em que vivem.

É, necessário e urgente, que se efetive uma sólida formação tecnológica aos professores na sua graduação e também para aqueles que já concluíram suas graduações há muitos anos. Pois um profissional excluído digitalmente não terá condições de enfrentar os desafios do mundo virtual e suas práticas não conseguirão dar conta da cultura digital e uso das mídias e tecnologias. Portanto, para fazer da escola um espaço de inclusão digital, não basta ter acesso às mídias digitais, embora seja fundamental é preciso ter qualidade. É indispensável promover a democratização do uso e na formação dos sujeitos sociais, principalmente dos professores.

No nível de pós-graduação em tecnologias de informação e comunicação, uma dúvida que é levantada em muitos países se refere à necessidade de se acelerar a formação de especialistas, não somente para fazer face às necessidades do mercado em termos numéricos, mas principalmente para se adequar à velocidade de evolução das tecnologias de informação e comunicação: a argumentação sustenta que o período total para a formação de um especialista do mais alto nível, compreendendo graduação, mestrado e doutorado, perpassa duas ou três gerações de tecnologias para uma área de aplicação específica. Isto posto, é necessário pensar- se em modelos curriculares mais flexíveis, em que tal período possa ser

comprimido e mesmo redividido. (SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO / Livro Verde, pag. 49).

A escola como um todo deve constituir-se em um espaço estratégico para promoção da inclusão digital e também social.

[...] deve formar-se nas mentes com base na consciência de que o humano é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. Carregamos em nós esta tripla realidade. Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana. Partindo disso, esboçam-se duas grandes finalidades ético-políticas do novo milênio: estabelecer uma relação de controle mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia e conceber a humanidade como comunidade planetária. A educação deve contribuir não somente para a tomada de consciência de nossa Terra-Pátria, mas também para permitir que essa consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena (MORIN, 2000).

A inclusão digital para ser boa, deve expressar um conceito que traga junto uma consideração profundamente humanitária. Deve contribuir para com a expectativa da inclusão social, inclusão com fundamento na ética universal. Para que exista a justiça social a tecnologia deve ser colocada a serviço da ética, a responsabilidade política no uso das ferramentas desenvolvidas pelas ciências e os desafios e soluções para unir tecnologia e seres humanos para a busca constante do conhecimento e a conquista de uma vida mais digna para todos.

Nas observações, entrevistas e análise de documentos realizados no Seminário Integrado, disciplina do 2º ano do Ensino Médio Politécnico da Escola Estadual de Ensino Médio pesquisada, é inegável a importância do uso e da apropriação das mídias digitais para todos os sujeitos envolvidos no processo educacional, sendo assim urgente a inclusão digital todas as inciativas e ações nesse sentido são bem- vindas.

Por se tratar de algo novo e que está construção, todos estão aprendendo juntos, os desafios são grandes e os resultados ainda não são os esperados, pois os índices de abandono e a reprovação continuam altos, por motivos que ainda fogem a alçada da escola, mas quanto a aprendizagem e acesso as mídias é satisfatório.

Percebe-se claramente que houve um avanço na aprendizagem e na apropriação de conhecimentos através das pesquisas colocando os alunos como protagonistas de sua aprendizagem, não só recebendo informações, mas construindo seu saber junto com os educadores e sua comunidade.

Ainda falta muito para que se efetive uma inclusão digital e social significativa mas os primeiros passos foram dados. Apenas o uso das mídias digitais na escola não promove a inclusão social e digital. Ela tem que vir acompanhada de formação para os docentes, condições de acesso e permanência para os alunos. O Projeto Político Pedagógico precisa que as TICs sejam contempladas conjuntamente com as necessidades e especificidades do ensino-aprendizagem como um todo.

Seria interessante se a escola apresentasse aos alunos o software livre, pois os mesmos nem sabem do que se trata, bem como a maioria dos professores também desconhece as vantagens de usar o software livre em suas aulas.

Realizando uma avaliação de tudo o que foi observado durante a pesquisa e uma reflexão à partir dos conteúdos e aprendizagens do Curso de Especialização em Informática Aplicada à Educação com ênfase em Software Livre onde foi trabalhado, discutido e aprendido muito sobre as inúmeras possibilidades de aplicações das mídias digitais como recurso pedagógico, fica evidente que a Escola pesquisada está realizando um bom trabalho dentro de suas limitações, procurando incentivar os seus alunos e todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem a fazer parte de um mundo digital, um mundo que é possível ser acessado a qualquer hora e em qualquer lugar e que pode e deve provocar importantes mudanças e avanços em seu modo de viver, em um processo contínuo de ensinar e aprender a aprender.

A educação é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Parte considerável do desnível entre indivíduos, organizações, regiões e países deve-se à desigualdade de oportunidades relativas ao desenvolvimento da capacidade de aprender e concretizar inovações. Por outro lado, educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica. (Sociedade da Informação no Brasil/ Livro Verde, pag. 45).

As tecnologias digitais não trarão solução para todas as questões que nos preocupam, nem resolverão os problemas da educação, mas são um recurso importante a ser somado no desenvolvimento dos nossos jovens, para que estejam preparados para um mundo cada vez mais conectado e integrado.

6 REFERÊNCIAS

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Acesso em 01/07/2014