A atuação da(o) Psicopedagoga(o)

Alinhavando aqui algumas reflexões sobre a sua atuação do(a) psicopedagogo(a) como mais um profissional que deve fazer parte do quadro de profissionais das escolas.

Cabe aqui informar que diferentemente do que muitos pensam a Psicopedagogia não é uma área nova. Os primeiros centros voltados para atendimentos psicopedagógicos propriamente ditos surgem na França em 1946. A psicopedagogia recebe as influências desses primeiros movimentos franceses que estavam já marcados por uma diversidade na compreensão dos sintomas e dos tratamentos. Esses conhecimentos são levados à Argentina e, no Brasil em 1954, organiza-se o primeiro curso de orientação psicopedagógica, patrocinado pelo Centro de Pesquisas e Orientação Educacional, da Secretaria de Educação de Porto Alegre.

Quanto a sua atuação, há variedades de práticas, conceitos, pesquisas e condutas de trabalho. No entanto, há um consenso quanto ao fato de que a psicopedagogia deve ocupar-se em estudar a aprendizagem humana e, todas as manifestações no processo de aprendizagem da criança. A(O) psicopedagoga(o) não é professora particular, alfabetizadora. Muitas vezes, a intervenção ocorre por meio de parcerias com profissionais da Psicologia, Fonoaudiologia, Psicanálise e da Pedagogia. A psicopedagoga deve ocupar-se em entender como funciona a aprendizagem para a criança ou jovem e, intervir quando algo atrapalha o seu processo de aprendizagem, seja na família, seja na escola. Temos duas ferramentas fundamentais, a "escuta" e a "observação.

É por meio do trabalho cooperativo, - família, escola, criança, que espera-se adquirir um conhecimento total da criança, do seu meio, do seu desejo o que se torna possível a compreensão de cada caso para início das intervenções e, encaminhamentos, quando necessários.

Uma questão que nos preocupa são os "rótulos" ou diagnósticos irresponsáveis (sem avaliar o que a criança já sabe, e o que não sabe), como: hiperatividade, déficit de atenção, dislexia, disfunção cerebral leve, etc. Isso ocorre porque a escola, percebe o "problema", não sabe lidar e, encaminha a criança para profissionais da área da Saúde (psicólogos, psiquiatras). A conseqüência desse tipo de prática é a perpetuação de rótulos ou marcas que podem inviabilizar a aprendizagem da criança, por desistência dos envolvidos – criança, família, escola. O papel da psicopedagoga(o) é tirá-la desse lugar desacreditado.

Sobre os chamados "problemas de aprendizagem', compartilho uma compreensão a partir da psicanálise e teorias Comportamentais Cognitivas. Dessa forma, entendemos que a criança apresenta "sintomas" no seu processo de aprendizagem. O “sintoma” toma forma no sujeito afetando a sua dinâmica de articulação entre os níveis de sua inteligência, do seu desejo, do seu organismo, ou seja, do seu corpo como um todo, por isso, não se pode prender-se apenas aos conteúdos e seus resultados, aos testes psicológicos para dar um diagnóstico, é fundamental um olhar da área de linguagem, como: avaliação do(a) Pedagogo(a), do(a) Psicopedagogo(a), e em alguns casos, do(a) fonoaudiólgo(a), pois tudo acontece da verdade de cada caso.

É importante que todos possamos ter um entendimento do verdadeiro papel da(o) psicopedagoga(o) e, atuar com ética, com a certeza de que cada caso que a nós é confiado tem a sua verdade e, uma conduta específica de atendimento.

Um abraço,

Maria Teixeira

www.psicopedagogamariateixeira.com.br

www.oatendimentopsicopedagogico.blogspot.com.br