A PROPOSTA PEDAGÓGICA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.

Johann Goethe

A Lei nº 9.394/96 determina no artigo 14 os princípios "norteadores" ou normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, segundo as peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares e ou equivalentes. Assim sendo é muito importante a participação de todos os professores, pais, mães, alunos, funcionários, a comunidade local, coordenadores, supervisores, orientadores e administradores em todos os momentos da discussão para elaboração do projeto pedagógico de cada escola. Igualmente, é de suma importância a participação dos mesmos atores quando do desenvolvimento e da avaliação da referida proposta pedagógica. E até porque Sigmund Freud enfatiza que “eduque-o como quiser; de qualquer maneira há de educá-lo mal”, de modo que o trabalho da atividade pedagógica não é o samba do crioulo doido, tem que ser pensado, planejado antes que aconteça na realidade o fracasso por falta de conhecimento da realidade atual e onde se quer chegar. Isso é questão de compromisso para se obter uma educação de qualidade com responsabilidade compartilhada por unidade escolar, pois, jamais o projeto da proposta pedagógica da escola “A”, vai ser igual a proposta pedagógica da escola “B”, e assim sucessivamente, mesmo pertencente ao mesmo sistema de ensino municipal, estadual e ou federal. No dizer de Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, por analogia isso quer dizer que toda e qualquer proposta pedagógica tem que ser construída e nunca dada pronta aos seus atores para executar, isso não dá certo, faz parte do projeto de corrupção e fraude no processo de ensinar a juventude. As necessidades locais são únicas e ponto final. Pensar diferente é jogar dinheiro público no mato e jamais promover o ensino e aprendizagem de primeiro mundo para os nossos jovens carentes de acolhimentos em todos os sentidos provenientes de periferias e de famílias igualmente necessitadas de amparo em todos os sentidos pelo Poder Público: federal, estadual e municipal. Cada escola deve organizar seus conselhos escolares, conselhos de pais e professores, tendo em vista que somente assim a comunidade escolar poderá sentir-se integrada a todas as ações desenvolvida na escola. Isso é fazer uma educação transformadora, critica e ideologicamente ativa, incapaz de alienar-se com a chama educação reprodutora dos valores e idéias dominantes na atualidade, tipo de pensamento e de educação que represente hegemonia e ou a cultura de que tudo está indo muito bem e nada precisa mudar. É a educação do fracasso e ponto final. Isso depõe contra os ensinamentos de Confúcio, quando afirma que “querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se sabe; na verdade é este o saber”.

Para se elaborar uma boa proposta pedagógica de uma escola é preciso nada mais nada menos que tenha inicio com um diagnóstico escolar onde retrate ou fotografe o perfil do corpo docente, envolvendo: formação individual de cada um de seus membros, experiência pedagógica e experiência na pedagógica, bem como que seja enfatizado o perfil de todos os funcionários de apoio, de modo que seja feita uma síntese em termos de análise de resultados quantitativos e qualitativos dos alunos referente aos anos anteriores na referida escola e bem assim deverá ser feito um levantamento de todas as necessidades físicas da estrutura do prédio onde funciona a escola e de seus equipamentos. Por outro lado não devemos deixar de lado as referencias e características históricas, geográficas e sociais da comunidade onde a escola está localizada. Isso é muito importante para evoluir em sentido positivo em favor do alunado local. E é isso mesmo, Charles Bukowski enfoca que “não há nada que ensine mais do que se reorganizar depois do fracasso e seguir em frente”. Assim sendo, manter uma escola para todos, como é a escola brasileira, sem ser repensada a começar pelos municípios, significa jogar o dinheiro do FUNDEB na lata do lixo como estão jogando em quase todo o território nacional no século XXI, herança maldita do século XX.

Todo e qualquer Projeto Político Pedagógico deve ter os seguintes elementos estruturantes em sua constituição: a finalidade da escola; sua estrutura organizacional; os dados estatísticos de desempenho dos alunos; o perfil do corpo docente; o planejamento curricular; o calendário escolar; os processos decisórios da administração, supervisão e orientação pedagógica; bem como a perspectiva avaliativa continua e ou constante. O Projeto Político Pedagógico da escola “A” e ou da escola “B”, deve acompanhar todas as mudanças que se fizerem necessárias ao longo do ano letivo, desde que a comunidade assim entenda, tendo em vista que somente assim se conhecerá a escola existente e igualmente à escola idealizada e ou sonhada pela comunidade escolar em sua totalidade. E isso é trabalho feito no sentido de construído por todos os atores e nunca por uma única pessoa, por “ensinar é aprender duas vezes”, segundo Joseph Joubert. Que tipo de proposta pedagógica nossa escola idealizou? A escola do fracasso tem a educação como despesa e nunca com investimento.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 03/02/2015
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