ARTIGO DE ANTROPOLOGIA Fé, religião e política e suas Influências na Sociedade

ARTIGO DE ANTROPOLOGIA

Fé, religião e política e suas Influências na Sociedade

Resumo

O presente estudo tem o intuito de considerar teoricamente a discussão entre fé, religião, política, cultura e as influencias na sociedade. Enfatizando as diversas expressões e crenças definidas como religiosas no campo da História Cultural. Chamando a atenção para os diferentes sentidos e usos de termos que, em determinada situação que geram crenças, ações, instituições, condutas, mitos, ritos.

Palavras-chave: Fé, religião, cultura, política e Sociedade.

Introdução

Desde os primórdios os seres humanos já estavam envoltos em diversas atividades sociais primitivas, como a caça e tantas outras visando à sobrevivência, mas justamente por extrapolarmos e inovarmos todas as atividades sociais é que nos destacamos e avançamos mais que outras espécies. Esse pode não ter sido o único ponto que nos fez chegar onde estamos hoje, mas foi com certeza um dos mais importantes, que inicialmente não precisa ter acontecido conscientemente, muito provavelmente aconteceu como descrito na teoria da evolução de Darwin, ou seja, como uma anomalia, uma exceção a regra geral que tenha nos destacado e dado uma nova posição na cadeia alimentar.

Porem em algum momento, talvez também por puro acaso, ganhamos um segundo empurrão na escala evolutiva: ganhamos consciência do que estávamos fazendo! Percebemos a sinergia ganha com o trabalho em grupo, das vantagens de uma estrutura social, e evoluímos mais e mais nesse conceito. Visualizemos alguém ganhando consciência disso tudo e decidindo trabalhar o conceito, após certo estudo e querendo aplicar suas novas teorias, concebe uma estrutura social com leis, regras, crenças e padrões de bom censo, algumas noções comportamentais básicas, saúde, higiene, etc... mas tudo isso em uma sociedade primitiva, totalmente alheia, sem estudo ou mesmo noção de raciocínio lógico formal necessário, somente preocupada com a auto-sobrevivência e subsistência.

Uma das maneiras mais efetivas de se atribuir regras e leis quando não se consegue explicar aos outros o motivo ou vantagens delas é atribuí-las a algo maior, superior, que deve simplesmente ser seguido, seja com idéia de um líder com aptidões divinas, ou pela combinando com conceitos metafísicos que os justifiquem.

A religião foi e ainda é muito utilizado para estruturação, manipulação e controle de diversas sociedades, muitas vezes de maneira perversa e destrutiva, mas não é algo negativo quando se tem boa índole e não há outro meio de criar essa grande sinergia de trabalho em grupo, pelo menos até que os indivíduos estejam prontos para entender o porquê estão fazendo tudo aquilo, quais as vantagens e desvantagens

Influencia da religião na sociedade

O homem é um ser social e, portanto, possui sua individualidade e diversidade, pois ao conviver socialmente adquire novas características, novos hábitos, atitudes, valores culturais. E, para sentir-se bem, precisa estar bem consigo mesmo e com os diferentes grupos sociais que conviva. Com isto, o homem vai adquirindo habilidades diversas, completando-se e completando a sociedade.

Moreira (2007) em seus estudos culturais entende a palavra “cultura” no sentido plural, como “culturas” e afirma que:

Correspondem aos diversos modos de vida, valores e significados compartilhados por diferentes grupos (nações, classes sociais, grupos étnicos, culturas regionais, geracionais, de gênero etc.) e períodos históricos. Trata-se de uma visão antropológica de cultura, em que se enfatizam os significados que os grupos compartilham, ou seja, os conteúdos culturais. Cultura identifica-se, assim, com a forma geral devida de um dado grupo social, com as representações da realidade e as visões de mundo adotadas por esse grupo. (MOREIRA, 2007, p. 17)

Numa visão sociológica, a cultura nasce a partir da interação entre os homens. A cultura brasileira, como qualquer tipo de cultura é pluricultural. Ou seja, é envolvida por diversas culturas, respeitando as diferenças apresentadas por essas culturas. Através da sociabilidade, que é a tendência natural da espécie humana para viver em sociedade e é desenvolvida por meio do processo de socialização, pelo qual o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu assimilando sua cultura, que vivemos e transformamos nossos valores culturais.

A multiplicidade de culturas e etnias tem caracterizado as sociedades modernas. Portanto, a idéia de multiculturalismo é uma resultante desses processos civilizatórios marcados pela heterogeneidade. São características do multiculturalismo: O reconhecimento da filiação de cada indivíduo a um grupo cultural; o destaque à herança cultural de cada um desses grupos, para que os demais possam apreciá-la e respeitá-la; a afirmação da equivalência dos vários grupos étnico-culturais de uma sociedade; a postulação do direito dos grupos sociais manterem sua singularidade cultural; o enaltecimento da diversidade como característica positiva das sociedades modernas.

O homem e a divindade

É da experiência religiosa que nasce a fé. Desta forma a religião impregna a todas as formas de vida, principalmente, naquela que tange a espiritualidade. E neste contexto, o homem religioso acredita que Deus o criou e, portanto, sua origem provém de uma divindade. O sobrenatural e o divino estão relacionados ao ser religioso, neles o homem busca respostas e soluções para seus problemas existenciais. Por isso a religião tem uma dimensão divina, ética e religiosa, captada muito bem por Arnold Toynbee, ao dizer que “A religião era a presença no mundo de algo espiritual maior do que o próprio ser humano”. E isso nos faz entender e acreditar, segundo Hellern, que “O homem foi criado por Deus”. Portanto, o homem por natureza é religioso, e que acima dele existe a divindade.

“O conhecimento, ainda bastante incompleto, que a psicologia e a sociologia têm do homem já permite afirmar algumas verdades fundamentais. O homem está no centro da sociedade; a sociedade está dentro do homem”.(AZAMBUJA, PG 44)

E nesta relação de homem e divindade, ou seja, ao que se pode chamar transcendência e imanência, o homem corresponde ao mistério, àquilo que lhe é superior às suas possibilidades e conhecimentos, usando daquilo que chamamos de cerimônias, louvando, invocando e manifestando sua gratidão a Deus, estabelecendo desta maneira um contato com o sagrado. Isso, no entanto, não se resume a uma religião, mas a muitas outras, haja vista que o ser humano é um ser religioso complexo, que dependendo de sua cultura, lugar ou necessidade busca encontrar-se com o sobrenatural. Em relação à ética e a religião, percebe-se com freqüência que as religiões não fazem distinção entre o plano ético e o plano religioso. Evidentemente, que partindo desta situação, não há distinção entre a ética e a religião. Robert Crawford, em sua obra

“O que é religião” diz que embora negando a existência de Deus os humanistas tinham em comum com as religiões uma fé na dignidade da pessoa humana e outros valores éticos.

Por isso todas as religiões procuram manter-se organizadas nomeando representantes para dirigi-las, pois dependem de estruturas que as mantenham institucionalizadas. Todavia, “Nos lugares onde várias convicções religiosas devem conviver lado a lado, a questão da organização se torna mais complicada”. Cada religião tem em sua essência um mesmo significado, e, é, portanto, a religião que estabelece um elo que liga a humanidade ao ser divino.

Nessa união, a razão e a humanização não substituem e nem resolvem os problemas existenciais do homem, pois o ser humano tem um lado obscuro, um lado místico, cujo problema a razão não pode dar soluções.

A religião é, contudo, praticada, organizada e crida partindo de cada contexto onde ela se situa, porém com um único objetivo: responder aos anseios e pobrezas humanas. É, também, aquela que dá ao homem a capacidade de sair de seu antropocentrismo, ceticismo, ou racionalismo mórbido, para uma vida de experiências de fé, de amor, de afetividade, generosidade e dignidade.

Se a religião é tão perfeita como explicar as grandes atrocidades que se vem fazendo em nome destas religiões? O professor Doutor Aristides Ribas de Andrade Filho diz “ As instituições são imperfeitas e as religiões são perfeitas”. Nesse sentido podemos entender os erros do passado e as dificuldades do presente para solidificar a fé e a ciência, ou a fé e a razão como ensina São.

Tomas de Aquino.

“Alem das verdades reveladas, São Tomas de Aquino admite ser possível chegar a verdades por uso da razão e dos dados dos sentidos. O conhecimento nesse caso é empírico e racional; é elaborado pelo homem que deve aprender a substância do objeto”. (ANDERY, PG 154) A verdade é que para muitos a religião muda ou mudou sua vida em algum momento, e assim o nascimento de tantas novas instituições religiosas todos os anos. Isso mostra que a fé é necessária e o homem é um ser melhor através das crenças, volto a salientar que a fé dentro da razão e não a fé fanática que deturpa as palavras de sabedoria transforma o homem em escravos das ideologias e das mentiras. Muitas vezes estas ideologias levam a ações bárbaras e destrutivas como o nazismo e fascismo no inicio do século XX, ou da Santa Inquisição que levou em nome de Cristo milhares de pessoas para a fogueira na Idade Media e na Idade Moderna, temos ainda a fé Islâmica que vem criando grupos terroristas e lutando em guerras através dos tempos.

6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho contém a metodologia de pesquisas bibliográficas, tais como: livros, revistas, internet e informações sobre processo Chamar a atenção para os diferentes sentidos e usos de termos que, em determinada situação que geram crenças, ações, instituições, condutas, mitos, ritos. O instrumento para se atingir os objetivos deste processo e formação na sociedade, escola e individuo são necessariamente o conhecimento das teorias educacionais e das propostas existentes neste sentido, e sua divulgação a toda a sociedade para que Através da sociabilidade, que é a tendência natural da espécie humana para viver em sociedade e é desenvolvida por meio do processo de socialização, pelo qual o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu assimilando sua cultura, que vivemos e transformamos nossos valores culturais.

7. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

8. Conceitos:

9. CONCLUSÃO

A todo instante, está colocada também a possibilidade de que a vida cesse. Somos o único animal que sabe que um dia vai morrer. Aquele gato, que dorme ali, vive cada dia como se fosse o único. Nós vivemos cada dia como se fosse o último. Isso significa que, como humanos, deveríamos ter a tentação de não desperdiçar a vida. Dando-lhe sentido. A espiritualidade ou religiosidade é uma das maneiras de fazê-lo. A religiosidade, não necessariamente a religião. Religiosidade que se manifesta como convivência, fraternidade, partilha, agradecimento, homenagem a uma vida que explode de beleza. Isso não significa viver sem dificuldades, problemas, atribulações. Mas, sim, que, apesar disso tudo, vale a pena viver.

Existe uma grande questão que é trabalhada pela ciência, pela arte, pela filosofia e pela religião. A pergunta mais estridente: "Por que as coisas existem? Por que existimos? Qual é o sentido da existência?" Para essa pergunta, há quatro grandes caminhos de reposta: o da ciência, o da arte, o da filosofia e o da religião. “De maneira geral, a ciência busca os comos”. A arte, a filosofia e a religião buscam os "porquês", o sentido. A arte, a filosofia e a religião são uma recusa à ideia de que sejamos apenas o resultado da junção casual de átomos, de que sejamos apenas uma unidade de carbono e de que estejamos aqui só de passagem. Como milhões de pessoas no passado e no presente, que seria muito fútil se assim fosse.

É natural que aos poucos, com a evolução da sociedade em geral, esses antigos sistemas de controle se tornem cada vez menos consistentes e necessários, sendo assim a religião foi com o tempo, cada vez mais, se afastando da política. Não precisamos mais de leis divinas ou medo de ir para o inferno para entender e aplicar boas práticas de convivência ou mesmo coisas mais básicas sobre saúde e higiene que podem dobrar nossa expectativa de vida.

No final não estamos imunes de algum efeito colateral do nosso afastamento religioso, alguns dos antigos conceitos que antes eram divinamente explicados e acabamos por deixar para trás podem sim ter um impacto positivo em nossa vida quando praticamos, ou mesmo podem ter conceitos que nossa atual sociedade ainda carece de alguma forma, pois não aprendemos o real significado de vários deles em nossa vida, como o amor, humildade e perdão, que antes não tinham como ser explicados de outra forma senão por parábolas e fabulas. Talvez hoje esses conceitos abstratos e seus efeitos possam ser mais bem explicados pela ciência e aplicados de forma racional em nosso dia a dia.

Referência

ANDERY,Maria Amália, Para Compreender a Ciência, Ed Garamond Universitária, 2007, Rio de Janeiro - RJ

AZAMBUJA, Darcy, Introdução à Ciência Política, Ed Globo, 2008, São Paulo SP

BOFF, Leonardo, Novas Fronteiras da Igreja, Ed Verus, 2004,Campinas – SP

CHARON, M. Joel. Sociologia. São Paulo, Saraiva. 1999.

CRAWFORD ROBERT, “O que é religião” trad Avelino titton Petropólis vozes, 247 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MEC: Parâmetros Curriculares Nacionais. – Pluralidade Cultural. Brasília: 1997.

MOLL, L. C. Vygotsky e a Educação: implicações pedagógicas da psicologia sócio-histórica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa. Currículo, Conhecimento e Cultura in MEC – Indagações sobre Currrículo. Brasília, Ministério da Educação: Secretaria de Educação Básica: 2007.

OLIVEIRA, Pérsio Santos. Introdução à Sociologia - São Paulo: Série Brasil, 2004.

PIMENTA, Selma Garrido. Saberes Pedagógicos e Atividades Docentes. 2ed. São Paulo: Cortez, 2000.

SÃO TOMÁS DE AQUINO. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-06-23].

VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez, Ética, Ed Civilização Brasileira, 2005, Rio de Janeiro - RJ

VERNANT, Jean Pierre, O Universo os Deuses os Homens, Ed Schwarcz, 2008, São Paulo – SP

Artigos

• AZEVEDO, Solange Brito de. Relação Escola e Cultura sob uma visão multicultural crítica na Educação a Distância. Signorelli – Revista Científica Internacional em EaD. Rio de Janeiro: Publit – Soluções Editoriais, nº01, p.68-69, 2010.

Sites acessados

• CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL – Missão e Ministérios dos Cristãos Leigos e Leigas – Edição aprovada na 37ª Assembléia Geral da CNBB – Itaici – SP, 22 de abril de 1999. Disponível em: http://www.cnbb.org.br/site/images/arquivos/files_48a047a7b661a.pdf. Acesso em 11/06/11, às 19h e 30min.

• LACAZ-RUIZ, Rogério; OLIVEIRA, Anne Pierre; SCHOLTZ, Viviane; ANZAI, Nelson Haruo. O limite e a tolerância.http://www.hottopos.com/videtur5/o_limite_e_a_tolerancia.htm. Acesso em 28/05/11, às 20h e 15min.

cleutigre, BOFF, Leonardo, Novas Fronteiras da Igreja, Ed Verus, 2004, Campinas – SP CHARON, M. Joel. Sociologia. São Paulo, Saraiva. 1999. CRAWFORD ROBERT, “O que é religião” trad Avelino titton Petropólis vozes, 247 p. FREIRE e Paulo. Pedagogia da Autonomia - Sabe
Enviado por cleutigre em 04/08/2015
Código do texto: T5335044
Classificação de conteúdo: seguro