PARIS, A CIDADE DO AMOR ACUADA PELO TERROR

PARIS – A CIDADE DO AMOR, ACUADA PELO TERROR

Por: Telêmaco Marrace

Os ataques de 13 de novembro de 2015 em Paris traz uma ideia do que o EI (Estado Islâmico) pode fazer! No Brasil, as facções criminosas denominadas PCC, COMANDO VERMELHO E PGC, são “crianças no jardim da infância”, perto desses terroristas! Só para se ter uma ideia da periculosidade do grupo ISIS, a AL-Qaeda, rompeu com os mesmo pelo seu modo de agir extremamente radical.

Quando atentaram contra o jornal Charlie Hebdo, os franceses e o mundo ficaram chocados. Como os mesmos não temem morrer, surge um sentimento de desamparo diante da forma que esses radicais agem. Mas fica um alerta ao mundo, de que não podemos confundir a ação de islâmicos extremistas com todos os muçulmanos, pois isso seria simplificar e generalizar as pessoas boas, e estaríamos agindo como esses Radicais que generalizam para perpetuarem suas urdiduras hediondas em nome da Religião, proclamando um ódio à Cristãos e Judeus. Utilizam-se do fascismo em nome do Islã.

Quando lecionava no estado de SC, numa das disciplinas que eram incumbidas ao meu cargo de professor, trabalhávamos um tópico específico sobre história das religiões. Nesse período, deixava bem claro aos alunos, que o Islã, não pode ser associado somente aos terroristas, sob pena de cometermos pecados impagáveis.

Os ataques ocorridos em Paris, se dão em um período conturbado. Há algumas semanas, um avião russo caiu na região do Sinai, no Egito, onde morreram os 224 ocupantes. O que chama a atenção é que a Rússia, está interferindo na guerra civil da Síria, onde defende o regime de Assad. Esse regime é justamente contra o qual o Estado Islâmico luta. Vários militantes do grupo jihadista, foram bombardeados, pela Rússia. Quanto ao "atentado" do avião, o egito e Russia negam a hipótese de bomba, mas um grupo ligado ao EI já disseram que foram eles, assumindo a autoria do atentado.

O Estado Islâmico, literalmente tocam o terror no mundo. Somente nas últimas semanas, já atacaram Beirute com saldo de 43 pessoas mortas. Os atentados em Paris, Egito e Líbano, mostram que os países em geral estarão mais inseguros do que jamais estiveram.

Do livro, de William McCants', The ISIS Apocalypse, onde ainda não tem tradução no Brasil, mas você compra pelo site da Amazon.com, nas lojas kindle, e com muita determinação e meu inglês “autodidata”, com ajuda de tradutores on-line, consigo a cada dia ler alguns capítulos, consegui entender que o autor entende o Estado Islâmico, como um dos grupos jihadistas mais letais e bem-sucedidos da história moderna, superando até mesmo a al-Qaeda. Milhares de seus seguidores marcharam em toda a Síria e Iraque, subjugando milhões, escravizando mulheres, decapitando cativos, e desafiando alguém para detê-los. Milhares mais, têm espalhado o terror além do Oriente Médio sob a bandeira negra do Estado Islâmico.

O autor observa, como é que o Estado Islâmico, consegue atrair tantos seguidores e conquistar tanta terra, apenas por um motivo: Por ser mais cruel, mais apocalíptico, e mais dedicado para a construção do Estado do que seus concorrentes. Os líderes astutos do Estado islâmico combinam duas das ideias mais poderosas e ainda contraditórias no Islã: o retorno do Império Islâmico e o fim do mundo, em uma missão e uma mensagem que molda a sua estratégia e inspira seu exército de lutadores zelosos. Eles desafiam o pensamento convencional sobre como travar guerras e convencer recrutas. Mesmo que o Estado Islâmico seja derrotado, o terrorismo jihadista nunca mais será o mesmo. Pois essas técnicas estão incrustadas nos ideais desses radicais extremados.

Na nossa sociedade hodierna, uma de nossas características é a paixão pela liberdade. Toda nossa história Ocidental, vai ser em torno da liberdade. Se analisarmos a sociedade do Extremo Oriente, perceberemos que nem nas apregoativas do Islã, a liberdade representa o papel que tem na nossa história ocidental. No Brasil como tendência mundial, lutamos contra qualquer forma de opressão, militarista ou não, e com o advento das redes sociais e internet, estamos caminhando para o progresso de uma consciência libertária. HEGEL, dentro de seus ensinamentos filosóficos, faz um traçado da história e nos impressiona com esse viés.Sua idiossincrasia é fenomenal nessa análise.

Quando observamos o Oriente, no alvorecer da história, encontramos um homem livre que era o déspota; sendo que todos os outros eram escravos. Quando lançamos nosso olhar para a Grécia e Roma, encontramos alguns cidadãos livres, mas também muitos escravos. Dentro desse diapasão de liberdade para alguns e escravidão para outros, não poderia existir o conceito de liberdade universal, que é o atributo do homem como homem. Pois a natureza do mesmo deve ser livre.

Em 1789, adveio a Revolução Francesa, trazendo um desejo incontrolável pela liberdade, plantando o sentimento libertário, influenciando o mundo, inclusive o Brasil com Tiradentes em 1792. Surge então, a plena consciência da liberdade do homem universal, gozando da universalidade da liberdade. E desta forma, na Idade Moderna, essa Revolução é proclamada como a liberdade de todos e faz surgir um processo para concretizar esses ideais.

A partir da Revolução Francesa, assumimos os acontecimentos de forma racional, deixamos de olhar para o prisma religioso e vemos que os seres humanos podem ser livres e felizes, surgindo o conceito de LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE!!! Isso representa a liberdade na TERRA.

Existe um clássico de Hannah Arendt, chamado Ensaio Sobre a Revolução, onde a mesma explica que liberdades como a de locomoção, ou para nos libertar da opressão não é o objetivo da Revolução. Esses direitos poderiam serem alcançados em regimes de Monarquia ou sob a égide de Tiranos. A Revolução Francesa, foi feita para instaurar a liberdade como modo de vida política, fazendo-se necessário constituir uma forma nova de governar, transformando em coisa publica, ou seja a “res pública”, ou a redescoberta da República.

Na Revolução Francesa, o conceito de humanidade foi o maior legado deixando a todos nós!!!

Por isso, um ataque à Paris é de gravidade extrema, pois quando o grupo terrorista assumir o atentado, não será apenas porque a França hodiernamente, intensificou os bombardeios contra o EI, mas simplesmente porque o motivo de pano de fundo é o medo da perda do poder por meio da opressão das personalidades inseguras e desumanas que habitam os corpos dos déspotas em qualquer tempo da história mundial.

A LIBERDADE, a IGUALDADE e a FRATERNIDADE não pode conviver com pensamentos déspotas, que em nome de “DEUS”, insculpem ideais arcaicos de escravidão e imposição de pontos de vistas retrógrados. Toda negação ou qualquer tipo de restrição teórica à liberdade, é absolutista, geradora de dor e sofrimento físico e intelectual . O mundo chora, PARIS A CIDADE DO AMOR, ESTÁ ACUADA PELA IMPOSIÇÃO DE SEU MAIOR RIVAL: O TERROR!!!

Telêmaco Marrace

Professor das disciplinas de Filosofia, Sociologia, História e Geografia da Cooperativa de Professores e Especialistas/SC

Docente em Ensino Superior – Graduado pela Unicesumar/ Maringá-PR