FILOSOFIANDO IDÉIAS - A MULHER E A FILOSOFIA

Mulher, ser pensante e pulsante numa sociedade em que o gênero masculino tende a se fortalecer enquanto dominante, quando na verdade há diferenciais a serem considerados e colocados em voga.

Na filosofia com relação ao percentual de representatividade masculina, poucas são as mulheres que se destacam enquanto geradora de fonte de saberes, sendo muitas vezes vilipendiadas em suas vidas e obras enquanto pensadoras na vida acadêmica, sujeitando seu trabalho científico meio científico à revelia do contexto histórico filosófico da produção dos saberes.

Verifica-se neste contexto histórico filosófico que equivocada ou propositadamente quase sempre é legado ao homem, desde os primórdios do livre pensar, a função e competência de conceber idéias, desenvolver pensamentos lógicos, como se lhe fosse dado o direito adquirido e intransferível para tal.

Mas como resistência a isso tudo, determinadas mulheres subvertem esse paradigma e emergem participativamente no academicismo e garantem pequena mas substancial participação enquanto pensadora e desenvolvedora de saberes diversos.

Safo, poetiza grega (625 aC) é uma dessas vertentes primevas a serem consideradas, quando estrutura um local (na ilha de Lesbos) para a formação intelectual tão somente para mulheres para mulheres. Vejamos alguns pensadores e seus pensamentos sobre a questão:

PITÁGORAS: Conceitua a mulher enquanto originária do obscuro, e por isso desprovida de potencial para sua evolução intelectiva;

PLATÃO: Considerava as mulheres em igual patamar de potencialidade intelectiva, administrativa;

ARISTÓTELES: O conceito que ele defendia é que a mulher é um ser inacabado, sendo sua função apenas e unicamente gestativa, pois toda característica intelectual era originária pelo homem e transmitida tão somente ao feto masculino através do semem. O medievo compactuou com esse conceito e o utilizou como fonte de referencia para seu domínio;

TOMAS DE AQUINO: Por ser a mulher formada de uma costela de um homem, isso lhe delegava importância similar ao homem, mas a igualdade somente ocorre quando inexiste o corpo (morte) desaparecendo assim a desigualdade, pois tudo torna-se uma coisa só no reino celeste;

HEGEL: Tece comparação da mulher enquanto similaridade ao reino vegetal; pacata, deixando-se levar pelo sentimentalismo, moldável, sendo impossível sua participação num comando Estatal. Enquanto o homem é similar ao reino animal, que atuam em acordo com um determinado grupo com poder para governar devido ao seu estado de espírito.

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Em contrapartida verifica-se forte influência nas ciências e nos segmentos intelectuais de mulheres que se evidenciaram e ou evidenciam, podemos lembrar entre outras livres pensadoras que se esmeram e destacam nos passos da ciência: HANNAH ARENDT, SIMONE WEIL, EDITH STEIN, MARI ZAMBRANO, SIMONE BEAVOIR, ROSA DE LUXEMBURGO... Subversivos seres que ousaram modificar conceitualmente a ordem patriarcal estabelecida nas épocas que viveram/vivem e assim sendo fonte inspiradora para futuras mulheres pensadoras na constituição do conhecimento .

Desta feita, há de se convir que a quase invisibilidade de pensadoras se deve ao fato de não se estabelecer abertura nessa ditadura masculinizada para que a mulher possa se desenvolver intelectivamente sem muita resistência enquanto pensadora, produtora de novos conceitos, dotada de razão.

Por hora no cotidiano dos meios acadêmicos o uso íntegro e apropriado das produções dos saberes, ainda é privativo do ser masculino.

Há de se pensar.

Somos diferentes, mas não inferiores....

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 08/01/2016
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