Etnocentrismo, estereótipos, estigmas, preconceito e discriminação

Todo mundo já foi rotulado de alguma coisa na vida, não é? Isso é comum, mas não se pode permitir que um estereótipo defina quem você é, a sua essência. Todos têm muitas qualidades e defeitos, que são únicos e, por isso, torna-os tão especiais.

O etnocentrismo consiste em julgar, a partir de padrões culturais próprios, como “certo” ou “errado”, “feio” ou “bonito”, “normal” ou “anormal”, os comportamentos, as opções e as formas de ver o mundo dos outros, desqualificando-os, tratando-os com indiferença, desrespeitando-os e, até negando seus direitos e sua humanidade. O etnocentrismo se relaciona com o conceito de estereótipo, que consiste na generalização e atribuição de valor (na maioria das vezes, negativo) a algumas características de uma pessoa ou de um grupo, reduzindo-os a essas características, tolhendo o seu direito de ser, agir e pensar, e muitas vezes, até definindo os lugares que podem frequentar e ocupar na sociedade.

O etnocentrismo é uma generalização de julgamentos subjetivos, feitos em relação a uma determinada pessoa ou grupo, impondo-lhe o lugar de inferior e de incapaz, no caso dos estereótipos negativos. No cotidiano, temos expressões que reforçam os estereótipos: “tudo farinha do mesmo saco”; “tal pai, tal filho”; “só podia ser mulher”; “nordestino é preguiçoso”; “serviço de preto”; “Que baianada”, “Coisa de bicha”, etc.

A categoria de preconceito associada ao comportamento sexual chama-se homofobia. É uma manifestação mais ativa e severa desse preconceito. Pode ser definido como desprezo, medo, repulsa ou ódio generalizado aos que não são heterossexuais.

Incentivar o abandono dos rótulos é valorizar todas as qualidades extraordinárias que existem em cada um independente da cor, do sexo, da condição social ou, opção religiosa e sexual. É respeitar os outros com as suas diferenças para que sejamos iguais em direitos. Assim, quando alguém usar qualquer estereótipo para classificar ou comparar uma pessoa com isso ou aquilo ela seja feliz o suficiente para não se achar vítima de preconceito; não se sentir rotulado; não aceitar o rótulo de diferente; não se sentir diminuído para não criar e alimentar nela uma mentalidade de vítima do destino.

A mentalidade de vítima é um modelo auto-destrutivo que contribui para um estilo de pensamento negativo. A mentalidade de vítima faz com que a pessoa se sinta diferente; assuma, muitas vezes, que não pode e/ou não consegue fazer as mudanças na sua vida devido a sua condição ou comportamento; que não consiga o que deseja por causa da sua condição social, opção sexual, gênero, cor, etc. Colocar-se no lugar de vítima é aceitar o rótulo de diferente, e, culpar os outros da sua infelicidade. Isso ocorre muitas vezes, por que a opção, condição ou comportamento não está bem resolvido na própria pessoa por razões que não se podem definir sem uma boa análise. A pessoa assume a condição de vitima, de inferior na medida em que se coloca fora das coisas e culpa os outros pelas consequências. É como apelido, se a pessoa demonstra irritação, ele pega, ou ela aceita sem se incomodar; finge que nem ligou, ou se irrita, se ofende, assume o apelido ou o estereótipo, e muitas vezes se afasta do grupo.

Sofrer com algum estereótipo, na verdade é não se aceitar como é, e se ver de fato como diferente; é lamentar que a vida é injusta, que as pessoas são injustas, que vive sofrendo injúrias e preconceitos por ser de fato diferente. É permitir que ele se instale em você por carência ou desejo de chamar a atenção dos outros por questões emocional mal resolvidas. A questão é simples, - se aceitar como é; não se envergonhar da condição social, cor ou comportamento sexual, se não quiser ser rotulado. As pessoas tendem a olhar como natural o que acontece de forma natural, sem muitos exageros e alarmes. A pessoa que se coloca no lugar de vítima tem justificativas para não ser bem sucedido, - a sorte nunca lhe bate à porta, prejudicando-o nas várias áreas da sua vida. Mas, há aquelas que são bem sucedidas e lindas por dentro e por fora e mesmo assim se ofendem com os tais estereótipos e ainda se veem como vítimas de preconceito, do destino, e, saem gritando aos ventos as injustiças e injurias sofrida, simplesmente porque se veem como diferentes, não são bem resolvidas emocionalmente, e não se aceitam como são.

Maria Teixeira

Psicopedagoga e especialista em linguagem

m.teixeira@uol.com.br

Livros da autora - www.clubedeautores.com.br

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