Os exageros na educação dos filhos

Na educação dos filhos todo exagero é negativo. Incentivar, apoiar e elogiar as atitudes de uma criança pode elevar a sua autoestima. O problema é que o exagero pode levar a um efeito exatamente contrário. Os pais exageram quando começam a elogiar qualquer coisa, mesmo que banal. Encorajar e parabenizar um filho deve fazer parte da rotina da família, desde que os pais percebam que a criança realmente se esforçou para atingir aquele objetivo. Ás vezes se cria todo um cenário e a criança é colocada nele e aí ela é coberta de elogios por algo que não se esforçou para realizar. Passa uma falsa realidade para a criança. O filho deve ser encorajado a realizar feitos que o leve a pensar, a criar e, aí sim, ser elogiado pelo o que de fato realizou. Os elogios excessivos e falta de encorajamento são dois extremos perigosos. A família deve encontrar o seu equilíbrio. Ajude o seu filho, não o substitua. Ame-o, não o idolatre. Inclua-o na realização de algo que o envolva, não faça para ele. Responda as suas dúvidas com outra pergunta. Não o instrua a fazer conforme você faria. Não exija que seja o melhor, diga-lhe para fazer bem feito, ser bom, e dê exemplos. Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha. Não mime em demasia, pois, o mimo excessivo pode ser pior do que o abandono. Não fabrique um castelo para ele, ensine-o a viver com naturalidade, porém, sempre sonhando grande. Não lhe dedique a sua vida, o inclua na sua, pois, um dia ele cresce e vai seguir a sua própria vida e, depois, cadê a sua?. Proteja-o, não o cubra, não o isole, pois, isso é o esconder do mundo.

Proteger os filhos é um instinto natural de todo pai e mãe. No entanto, quando o zelo se torna excessivo, o desenvolvimento dos pequenos: físico, motor e emocional, podem ficar seriamente comprometidos. Os excessos podem ter impacto direto na autoestima, nas relações interpessoais e na autonomia da criança. Mostre-lhe o perigo, não o aterrorize. A criança pode aprender que os adultos devem cuidar dela e protegê-la, e que deve ter cuidado sempre. A superproteção pode causar um alto nível de estresse na criança, pois ela ficará sempre em alerta e com receio de algo, pode se tornar um sujeito medroso. A superproteção o impede de explorar o mundo e, de aprender por meio das próprias experiências. As cobranças obsessivas podem também causar danos na criança, pois, a vontade de agradar ou o receito de não atender a demanda do pai ou da mãe, pode causar-lhe frustrações e infelicidade, pode torna-se uma pessoa preocupada em demasia em agradar o outro e inibir o seu próprio desejo. Nessa perspectiva, os excessos podem ser barreiras que podem acarretar um atraso no desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo da criança em formação.

Maria Teixeira

Referências: Livro Limites – Como lidar com os pequenos?

http://www.clubedeautores.com.br/book/170717--Limites?topic=relacionamentos#.WBDuj9IrLIU

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