PRÁTICA DE ESTÁGIO ESCOLAR SUPERVISIONADO

Roberto de Lima PINTO

Assis BEZERRA

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INTRODUÇÃO

A Resolução n. 10 de 16 de dezembro de 2004 define o Estágio Curricular Supervisionado (ECS) a partir de duas abordagens básicas: a) Atividades relativas ao processo e b) As atividades relacionados ao produto (BRASIL, 2005).

No aspecto do processo, o ECS deverá ser um exercício que permita ao Aluno “aprender a aprender”, de modo a:

- oferecer ao Aluno a oportunidade de se assumir como Sujeito no processo de ensino e aprendizagem;

- dar a oportunidade ao Aluno de articular a relação entre os conteúdos das diferentes disciplinas e integrar as dimensões teóricas e práticas do conhecimento da realidade;

- instrumentalizar o Aluno para trabalhar com dados e informações; e

- desenvolver uma massa crítica visando que o Aluno continue intensificando seu processo de aprendizado (BRASIL, 2005).

No que diz respeito ao Produto, o ECS deverá contribuir para a formação de profissionais mais integrados ao mundo do trabalho, tanto em termos de conduta, quanto no que tange às habilidades e competências, em particular nas Ciências Biológicas, ou seja, o ECS deve significar um mecanismo para:

- Contribuir com a formação de profissionais capazes de trabalhar para o sucesso das organizações escolares;

- Contribuir com a formação de indivíduos mais maduros em termos pessoais, profissionais e intelectuais; e

- Oferecer dados que permitam avaliar e realimentar os conteúdos e métodos de ensino e aprendizagem nas Ciências Biológicas (BRASIL, 2005).

No campo da educação a realização do ECS é muito importante, visto que se trata de um processo organizado, sistemático e intencional, ao mesmo tempo em que é complexo, dinâmico e evolutivo, pois a educação se assenta sobre fundamentos, princípios e diretrizes para norteá-lo e dar unidade e consistência às ações educacionais promovidas pelas escolas, com vista a aprendizagem e a formação de crianças, jovens e adultos (LÜCK, 2009).

A prática do ECS, inclusive, abrange uma das premissas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Art. 2º. Lei 9.394/1996, tal qual tem a finalidade de “promover o desenvolvimento pleno do educando, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (LÜCK, 2009, p. 22).

Não obstante a pertinência do ECS para contribuir com a formação de cidadãos, seja para o convívio social ou para o mercado de trabalho, no entanto a educação pública não vem apresentando níveis satisfatórios de qualidade.

Este processo de deterioração do ensino público, inclusive, vem ocorrendo desde o ano de 2008, em particular no Estado do Pará, quando o Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa Educacionais (INEP) avaliou o desempenho dos estudantes da Educação Básica desse Estado e constatou que 42% dos alunos estão em “estado muito crítico"; quanto ao desenvolvimento de habilidades e de competências em língua portuguesa (URBAN, 2011).

Os alunos considerados “qualificados adequados" pelo INEP representaram apenas 5%, sendo que, deste, a maioria (96%) estuda em escolas públicas (URBAN, 2011). Estas estatísticas indicam que os nossos alunos da rede pública de ensino básico apresentam baixo rendimento escolar, o que coloca outra situação em cheque: os nossos alunos aprendem pouco, pois não consegue se desenvolver como bom aprendiz em sala de aula.

Este baixo desempenho escolar se reflete na quantidade de matriculas, a qual vem reduzindo ao longo do ano. Para se ter noção dessa situação: enquanto em 2007 o sistema público de ensino contava com 368 mil alunos matriculados; em 2008 este indicativo foi de 337 mil estudantes, resultando em uma defasagem de 31 mil alunos (SIQUEIRA, 2009). Isto é um agravante, pois onde estes jovens estão ocupados, se não estão na escola?

E, no ensino médio, esta realidade não é distinta, pois o INEP avaliou o desempenho dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2014, tomando como objeto de pesquisa exatamente 15.640 escolas em todo o País. Dessas, “as mil piores escolas estão localizadas no Estado do Pará, com maior pertinência nesse ranking a E. E. F. Manoel da Vera cruz Sá, situada no Município de Curralinho” (MELLO, 2015, p. 4).

Portanto, verificamos que tanto no ensino fundamental, como no ensino médio, os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, cujo aspecto mais visível dessa situação são as medias baixas, com reprovação ou, se aprovado, sem qualquer aquisição de capacidade ou de habilidade das disciplinas ensinadas, notadamente em Ciências e em Biologia.

Foi este problema de baixo desempenho e de rendimento escolar na escola pública que nos chamou atenção para investigar esta questão durante o meu ECS. Diante dessa situação, preocupa-nos com a seguinte reflexão: quais são os fatores que levam os alunos a ter baixa aprendizagem em Ciências e em Biologia?

Em face do explanado, este Relatório de ECS tem o objetivo de identificar os principais fatores que levam os alunos a ter baixa aprendizagem em Ciências e em Biologia na escola pública.

Busca-se alcançar esta proposta através da Observação durante a vivência do ECS na unidade escolar da rede pública de ensino. Ademais, acredita-se que a experiência no ECS na organização de ensino seja de grande valia, pois representa uma grande oportunidade para qualificar o formando no Curso de licenciatura em Ciências Biológicas.

Afinal de contas, o estágio nos ensina a praticar a profissão, a partir de diversas atividades didáticas, buscando conhecer a melhor estratégia metodológica para mais facilitar a aprendizagem dos alunos. Mais que isto, o ECS contribui para preparar o futuro educador para desenvolver suas atividades com competência e qualidade, atributos tão exigidos pelo concorrente mercado de trabalho, contribuindo para formar profissionais efetivamente habilitados para exerce a profissão docente com ética e responsabilidade.

Para facilitar o entendimento da elaboração deste relatório de ECS seguimos um roteiro, conforme as recomendações das Faculdades Integradas Ipirangas, cuja estrutura permitiu desenvolver os seguintes tópicos de questões: Diagnóstico da escola estagiada; Observação das ações no contexto escolar; Observação das atividades desenvolvidas em sala de aula; Apoio nas ações docentes em sala de aula; e a prática do Estágio em sala de aula.

A esse roteiro, adicionamos as considerações finais do estudo, com vista a dar uma contribuição para solucionar o problema levantado, e as referências bibliográficas, as quais fundamentaram a pesquisa.

1 DIAGNÓSTICO DA ESCOLA ESTAGIADA

O ECS estágio foi realizado na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Duque de Caxias. localizada na Rua da Marinha, nº 191, Bairro da Marambaia, Belém. Este estabelecimento disponibiliza o ensino fundamental, Médio e a Educação de Jovens e Adultos – EJA. Conta com 17 professores e que ministram aulas para cerca de 200 alunos, distribuídos no turno da manhã, tarde e noite.

Esta unidade escolar conta com duas gestores, sendo uma que administra o estabelecimento de dia e, a outra, a noite. Conta com secretárias e técnicos pedagógicos, além de outros colaboradores que viabilizam a merenda (quando tem disponível) e a segurança do patrimônio público.

Pode-se considerar que a EEEFM Duque de Caxias como uma unidade de ensino de médio porte, pois apresenta tamanho considerável, com boa estrutura e com espaço para a prática de lazer, educação física ou de esporte.

O ECS nesta unidade de ensino foi realizado no período de 28 de março do corrente ano a 30 de junho de 2016. Portanto, foram três meses de vivência e de experiência no ambiente de ensino aprendizagem, convivendo com os professores e alunos durante as aulas de Ciências e de Biologia.

As informações e dados de interesse deste Relatório foram levantadas mediante a Observação direta nas aulas de Ciências e de Biologia, cuja estadia no ambiente de ensino contou com o apoio do professor destas disciplinas, com vista a integrar a teoria aprendida nas Faculdades Integradas Ipiranga com a prática da docência da Escola Duque de Caxias.

2 OBSERVAÇÃO DAS AÇÕES NO CONTEXTO ESCOLAR

2.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA

No ambiente de ensino constatou-se que o professor é bastante acessível, pois permite perguntas e a participação dos alunos durante a condução das aulas de ciências e de Biologia. Quando é interessante a pergunta do aluno, o professor abre uma discussão sobre a questão posta, podendo todos se manifestar, porém isto ocorre apenas com uma minoria.

Especificamente quanto à Gestão, podemos considerar que esta é democrática, porque a Diretora participa de muitos eventos na escola, visto que ela viabiliza o plantão pedagógico, com a participação dos professores, dos pais e dos colaboradores diretos.

Periodicamente os pais são chamados para tomarem ciência do rendimento escolar dos filhos, cujo critério de avaliação dos são as próprias notas das provas dos mesmos. A direção do estabelecimento escuta os pais para, juntos, encontrarem solução para o problema de baixa aprendizagem de muitos alunos, principalmente no ensino fundamental da escola estagiada.

Diante disso, pode-se afirmar que as atitudes do professor e da diretora da Escola Duque de Caxias são democráticas, sendo um fator que pode contribuir para aumentar a qualidade do processo ensino aprendizagem, na medida em que ambos permitam que o aluno seja o ator central do processo de construção de conhecimento e de saber de ciências e de iologia no ambiente de ensino.

Consideramos que a Gestão democrática deve se traduzir na construção de uma ambiente administrativo e pedagógico que favoreça que o aluno se autodesenvolver e de maneira autônoma, como bem recomenda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, de modo a elevar a intelectualidade dos sujeitos.

Para tanto, este tipo de Gestão deve propiciar mecanismos para investir no aumento da qualidade do ensino, com recursos pedagógicos, inovando a metodologia docente, que estimulem a criatividade e as faculdades cognitivas e intelectuais dos alunos, e não que fiquemos apenas com os materiais didáticos tradicionais tipo livro e quadro branco, pincel, cópias e exercícios para fixar os conhecimentos transmitidos.

Neste aspecto, a Gestão Democrática, no dizer de Lück (2009), deve zelar pela constituição de uma cultura escolar proativa e empreendedora capaz de assumir com autonomia a resolução e o encaminhamento adequado de suas problemáticas cotidianas, utilizando-as como circunstâncias de desenvolvimento e aprendizagem profissional. Devem ainda os diretores zelar pela realização dos objetivos educacionais, visando alcançar padrões de qualidade definidos pelo sistema de ensino e leis nacionais, estaduais e municipais.

2.2 TRABALHO PEDAGÓGICO INTEGRADO

O docente da escola pesquisada não desenvolve a sua função de maneira isolada e nem de maneira aleatória, já que o mesmo segue um planejamento, o qual contempla a participação de vários atores (diretora, pais de alunos, professores, comunidade escolar, etc.).

Além de prestar um serviço orientado, o professor busca integrar os conteúdos ministrados com a realidade do aluno, como modo de facilitar a aprendizagem. Nesse processo, além dos alunos, estagiários e monitores, contribuindo com suas respectivas visão de mundo e de formação acadêmica, enriquecendo a didática de ensino.

Para Lück (2009), o trabalho docente integrado vem atender uma das premissas da gestão democrática, a realização do processo de gestão inclui também a participação ativa de todos os professores e da comunidade escolar como um todo, de modo a contribuírem para a efetivação da gestão democrática que garante qualidade para todos os alunos.

Esta integração do trabalho pedagógico deve obedecer algumas premissas recomendadas pela LDB - Art. 12, tais como destaca Lück (2009):

i) Elaboração conjunta da proposta pedagógica;

ii) Administração, em forma colaborativa, dos recursos materiais e financeiros;

iii) Fazer cumprir os 200 dias letivos, correspondentes a 800 hora-aula;

iv) Recuperar os alunos de menor rendimento;

vi) Articular com as famílias, a comunidade e com colaboradores a integração com a escola; e

vii) Deixar os pais informados sobre a freqüência e rendimento dos alunos.

2.3 RELAÇÕES INTERNAS

Certamente que o ambiente escolar deve ser propício à promoção da aprendizagem de ciências e de Biologia. Para tanto, os atores que fazem a escola devem ter entendimento recíproco, muito embora da possibilidade de ideias divergentes no estabelecimento escolar.

Durante a nossa estadia na escola investigada não se observou indícios de desentendimento entre os pares (diretora, professor, secretária, colaboradores e vigias), pois cada qual se ocupa na sua função, de modo haver uma complementaridade para mais bem viabilizar o objetivo da escola, que é prestar serviços de educação e de qualidade, principalmente para a comunidade que coabita às proximidades da Escola Duque de Caxias.

Enfim, podemos dizer, pelo visto, que a referida escola possui uma boa relação interna, cujo comportamento certamente deve se refletir na qualidade do ensino prestado por esta organização escolar.

2.4 EXECUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

O Projeto Político Pedagógico – PPP é objeto do Art. 12º. da Lei 9.394/96 da LDB que, no geral, é definido como sendo o “Projeto pedagógico da escola” (Art. 14º. inciso I). O PPP toma como principio a visão de conjunto no que tange ao processo pedagógico intencional a ser promovido na escola, mediante a contribuição dos professores e demais membros da comunidade escolar, incluindo os pais dos alunos (LÜCK, 2009).

Assim, o PPP representa um instrumento que fundamenta e orienta o fazer nas atividades de ensino, ou seja, expressa a prática pedagógica das escolas, dando direção também à gestão. Constituí, sobretudo, um instrumento teórico-metodológico que organiza a ação educacional do cotidiano escolar de forma refletida, sistematizada e orgânica (LÜCK, 2009).

O PPP faz parte do planejamento da escola pesquisada, onde estão formalizadas os conteúdos de ciências e de Biologia, instrumentos, estratégias e os recursos que constituem o ensino fundamental e médio. Por isto, consideramos que o PPP seja nada mais que uma peça do planejamento escolar para se conseguir determinadas metas na educação, visando a qualidade do ensino e da aprendizagem.

Este PPP é sempre colocado em prática pela escola, pois os professores tem que cumprir as metas que ali são editadas. Este documento é cumprido por período trimestral, semestral e ano.

3 OBSERVAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA

3.1 PLANEJAMENTO

Sem planejamento, que organize e dê sentido e unidade ao trabalho pedagógico, as ações tendem ser improvisadas, aleatórias, espontâneas e imediatistas, cujo comportamento no ambiente de ensino pode resultar em erro, trazendo prejuízos aos alunos e a educação.

Portanto, o ato de planejar na educação se traduz em aprendizagens efetivas e significativas. Mais que se preocupar com a aprendizagem, o planejamento é imprescindível na escola, visto a complexidade que envolve a educação, por envolver a organização, administração e controle do desempenho de pessoal, que são os alunos (LÜCK, 2009).

Na escola estagiada o professor faz o planejamento com base nos assuntos a serem ensinados, os quais se configuram no livro didático escolar adotado pela escola, onde possibilita as ações do professor em sala de aula durante determinado período de tempo.

No entanto, Lück (2009) considera que as escolas públicas carecem de planejamento, o qual venha atender as reais demandas dos alunos, com claras definições das competências de cada um envolvido no processo, visando resultados positivos da sua praticidade. Esta constatação tem validade, pois não é por acaso que, em muitas das escolas, o plano Pedagógico fica guardado nas gavetas da direção da escola.

3.2 METODOLOGIA E RECURSOS UTILIZADOS

Constatou-se que na escola pesquisada há predominância de uma didática tradicional, com base apenas no quadro branco, pincel automático, livros, exercício para fixar os conhecimentos repassados e trabalhos para fazer em domicilio. Faz parte também dos recursos de aprendizagem a biblioteca, a qual conta um acervo considerável livros de variados gêneros e uma sala de vídeo para ministrar aulas de ciências e de Biologia.

A partir destes recursos o professor se limita a passar o assunto no quadro branco, explicando o mesmo e depois pergunta se os alunos entenderam e tira as duvidas de quem não entendeu. Em seguida, passa exercícios para fazer em sala de aula e/ou para fazer em casa, uma forma de avaliar se de fato o aluno aprendeu ou não assunto de ciências ou de Biologia.

Verificou-se que diante dessa didática muitos dos alunos não demonstram interesse nas aulas e muito menos nas explicações do professor, sendo que o resultado vem na época das avaliações onde estes mesmos estudantes tiram notas baixas, revelando baixo desempenho escolar.

Nesse aspecto se reproduz o problema da dificuldade de aprendizagem, uma vez que não constatou nenhuma estratégia para estimular e incentivar o aluno a se interessar pelos estudos, muito embora outros alunos se dediquem aos estudos, tiram boas notas e se destacam em classe. Um indicativo do desinteresse do aluno é que a maioria não fazem o trabalho recomendado pelo professor, ou seja, o aluno não exercita a aprendizagem.

Acreditamos que o educador deva inovar sua metodologia de ensino, de modo que o aluno se torne um agente ativo na construção de saber no ambiente de ensino, ou seja, temos que deixar um pouco o livro de lado, com vista a encontrar recursos alternativos para difundir o conhecimento escolar.

A Teoria da Aprendizagem Significativa, proposta por David Ausubel, mostra que “os conhecimentos prévios dos alunos devem ser valorizados, para que possam construir estruturas mentais utilizando, como meio, mapas conceituais que permitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos, resultando em uma aprendizagem prazerosa e eficaz” (AUSUBEL,1982, p. 45).

Ou seja, a aprendizagem se torna significativa quando os conhecimentos anteriores do aluno são inter-relacionados ao novo conteúdo a ser estudado o qual passa a ser incorporado às estruturas de conhecimento, adquirindo significado especial (AUSUBEL,1982).

Com base nessa teoria, acredita-se que o professor da escola pesquisa poderia muito bem trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos sobre os assuntos de ciências e de biologia, relacionando com os conhecimentos escolar destas matérias. Afinal, os sujeitos têm conhecimento empírico e de mundo do seu próprio convívio familiar e social, onde poderia ser uma “plataforma” para adquirir conhecimentos escolar destas disciplinas.

Ausubel (1982) defende a ideia de que a aprendizagem significativa, quando colocada em prática, resulta em três pertinentes vantagens para o aluno, entre elas:

- o conhecimento que se adquire de maneira significativa é retido e lembrado por mais tempo.

- aumenta a capacidade de aprender outros conteúdos de uma maneira mais fácil,

mesmo se a informação original for esquecida.

- Caso a memória esqueça, a reaprendizagem é facilitada.

Portanto, o educador da escola Duque de Caxias tem que “estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento”, como bem prevê o item IV da LDB (LÜCK, 2009).

3.3 RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

Como já posto, o docente permita a intervenção dos alunos na condução das aulas de ciências e Biologia, em forma de questionamentos, conforme os assuntos ministrados. Por isso, constatou-se uma relação harmônica entre professor-aluno, muito embora alguns dos alunos se demonstrassem mais dinâmicos, onde o docente tem que chamar atenção dos mesmos para o bom andamento das aulas.

Para manter o equilíbrios no ambiente de ensino, Llück (2009) acredita que o docente deva ter uma atuação aberta junto de seus alunos, porém com forte liderança, demonstrando perspectivas positivas para o sucesso dos mesmos, ou seja, o educador deve se demonstrar interessado pela causa do aluno, que é a busca do sucesso em sua vida pessoal e profissional.

Cabe salientar que cada um tem seu papel a desempenhar em sala de aula. Se por um lado, o professor deve ensinar, por outro, o aluno tem o direito de ter uma aprendizagem de qualidade e significativa. Acreditamos que a harmonia na escola pode ser rompido, quando um destes papeis, ou ambos, deixam de ser exercidos. O aluno que não aprende fica inquieto e nervoso, cujo comportamento pode se manifestar em forma de agressividade ou algo do gênero.

Enfim, o educador e colaboradores devem criar um ambiente favorável à boa aprendizagem dos alunos, de modo que os mesmos venham ter uma clara compreensão dos conteúdos escolar, adotando estratégias para recuperar os alunos de menor rendimento. Constatou-se que os professores são qualificados para ministrar as aulas de ciências e de Biologia, porém falta mecanismos para envolver o aluno na construção da sua própria aprendizagem.

4 APOIO NAS AÇÕES DOCENTES EM SALA DE AULA

4.1 ATIVIDADE DOCENTE

Na escola Duque de Caxias, contatamos que o professor tem apoio de estagiários e de monitores para auxiliar o trabalho didático em sala de aula. Este auxilio é de fundamental importância para aumentar a qualidade do ensino na escola pesquisada, pois o educador compartilha tarefas aos seus colaboradores.

Este apoio às ações docentes vai além dos colaboradores cogitados, já que participam das atividades docentes, direta ou indiretamente, a diretora, secretária, pais de alunos, técnicos, fortalecendo o ambiente democrático do fazer educação.

Uma forma de reunir todo este pessoal de apoio é quando se coloca em prática o Projeto pedagógico da escola através da feira da cultura, onde são expostos os conhecimentos trabalhados e adquiridos no decurso do ano em sala de aula.

5 A PRÁTICA DO ESTÁGIO EM SALA DE AULA

As informações e dados de interesse deste Relatório de ECS I foram levantadas no local de vivência escolar na Escola Duque de Caxias, contemplando o ensino fundamental e médio, cujo método adotado foi a Observação direta das aulas de Ciências e de Biologia. A estadia no ambiente de ensino contou com o apoio do professor destas disciplinas, com vista a integrar a teoria aprendida nas Faculdades Integradas Ipiranga com a prática docente.

No período de estágio a Observação permitiu captar e aprender muitos elementos que constituem o processo ensino aprendizagem de ciências e de Biologia, dentre os quais:

- como elaborar provas, a partir dos conteúdos ensinados,

- como passar trabalhos, como mecanismo para fixar os conhecimentos ensinados,

- como fazer chamadas,

- como manter a harmonia em sala de aula, com uma atitude de liderança junto aos alunos,

- como fazer os alunos a participarem das aulas, através de perguntas, com finalidade de puxar discussão sobre o assunto ministrado,

- como preencher a caderneta,

- como fazer um resumo das aulas ministradas,

- como lançar notas dos alunos, etc.

Dentre as aulas que tomamos como aprendizagem destacamos o estudo das características gerais dos seres vivos, cujo conteúdo ministrado foi: a Organização Celular, Composição química, Biodiversidade e taxonomia.

Portanto, esta prática foi de suma importância para o meu preparo, como futuro docente de ciências biológicas nas escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Relatório de ECS teve o objetivo de identificar os principais fatores que levam os alunos a ter baixa aprendizagem em Ciências e em Biologia na escola pública Duque de Caxias.

A vivência e a Observação em sala de aula da Escola investigada mostraram que a escola pública pouco cumpre com o que recomenda as diretrizes curriculares do ensino fundamental definida pelo MEC, quanto à promoção do aluno intelectualmente autônomo.

Apurou-se que o processo ensino aprendizagem não contempla o aluno como sujeito construtor de conhecimento, pois o mesmo pouco participa de maneira efetiva e ativa durante as aulas, atuando mais como um sujeito passivo, recebendo apenas conhecimentos.

Por conseguinte, os alunos não adquirem competências e habilidades nos campos de conhecimentos em que fazem parte, em particular em Ciências e Biologia, afetando certamente a sua formação pessoal e profissional, em função do seu pouco desenvolvimento cognitivo e intelectual durante o período de aprendizagem escolar.

Este modelo de ensino obsoleto e que pouco promove o indivíduo resulta em dificuldade do próprio sujeito em se inserir à sociedade e no mundo do trabalho, o qual é bastante exigente.

Ou seja, se a escola pública é pouco eficaz no ensino, então esta instituição não contribui para gerar competências e habilidades no aluno, tal como prevê a LDB, como: resolver problemas com iniciativa; prestar trabalho colaborativo e em equipe; ter raciocínio rápido e crítico bem informado; ter visão estratégica; atuar criativamente; ter liderança; ser analítico e crítico; etc.

Estes atributos os quais os alunos não conseguem adquirir na escola e que se refletem na sua formação pessoal e profissional apenas são resultados do problema de baixo desempenho e de rendimento escolar na escola pública.

Dentre os principais fatores que concorrem para a baixa aprendizagem em Ciências e em Biologia na escola pesquisada identificamos os seguintes: os alunos não são estimulados para o exercício da sua criatividade; os alunos são sujeitos autônomos na construção de saber, já que os mesmos apenas recebe os conhecimentos do professor; não há inovação na didática do professor e que possa incentivar e permitir a participação direta do aluno no processo; não há qualquer indício de manipulação de concreto para expressar os conhecimentos sobre Ciências e Biologia; entre ou necessidades de aprendizagem.

Intervenção Pedagógica em sala de aula

Para aumentar a aprendizagem e reduzir o problema de baixo rendimento escolar dos alunos da escola pública recomenda-se a exploração dos Suportes Informativos, pois os mesmos significam vigorosos Recursos para ensinar conteúdos, pois são dotados de potencial dinâmico, o que leva a melhorar o desenvolvimento cognitivo do sujeito, estimulando sua capacidade de pensar criticamente e de solucionar problemas (BITENCOURT, 2004).

O docente pode reformular seu método, redefinindo seu papel no processo ensino aprendizagem, colocando o aluno como sujeito coadjuvante do processo de produção e de aquisição de conhecimento de Ciências e Biologia, a partir, por exemplo, do teatro, indumentárias ou de material palpável e concreto, transformando a sala de aula em um verdadeiro laboratório de aprendizagem.

No demais, a elaboração deste Relatório de ECS foi significativa para o conhecimento prático do curso de Ciências Biológicas, cujo contato com as ferramentas didáticas pedagógicas foi decisivo para a promoção da minha capacitação profissional, como docente nestas importantes disciplinas, aumentando a minha qualificação para o exercício da atividade com responsabilidade e ética.

E mais: a elaboração desse documento significou colocar em prática toda a teoria aprendida nas Faculdades Integradas Ipiranga, uma vez que agregou-me conhecimentos das ciências Biológicas, consolidando a minha formação e qualificação profissional.

Encerrando estas considerações, acreditamos ter cumprido as exigências da Resolução nº 10 de 16/12/04, a qual prevê que “o ECS deve ser uma ferramenta para que o formando se capacite e se habilite no processo e no produto da Ciências Biológicas”.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação: NBR 14724:2011. Rio de Janeiro, ABNT, 2011. Disponível em: www.ABNT.org.br. Acesso em: 19 Nov., 2015.

BITTENCOURT, Cicer M. Fernandes. Fundamentos e Métodos. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2011 (Coleção docência em formação).

BRASIL. Resolução n. 10 de 16/12/04. Definição e objetivos do Estágio Curricular Supervisionado. Brasília, DF, MEC, 2005.

BRASIL. Instituto de Desenvolvimento da Educação Básica. Avaliação da qualidade do ensino nas escolas da rede Estadual e Municipal. Brasília, DF, MEC/IDEB, 2013.

IDEB fica abaixo da meta no ensino médio e no ciclo final do fundamental. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/09/ideb-fica-abaixo-de-meta-no-ciclo-final-do-ensino-fundamental-e-no-medio.html. Acesso em: 3 set. 2016.

LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009.

MELLO, Luiza. Escolas estaduais estão entre as mil piores notas. Jornal O Diário do Pará. Belém, c. política, p. 4, 06 Ago. 2015.

URBAN, Maria Lourdes. Perfil do Profissional do Ensino no Novo Milênio. 2011 (texto sobre educação). Disponível em: http://www.adorofisica.com.br/textos/textos_milenio.html. Acesso em: 2 set. 2016.

ASSIS BEZERRA e Roberto Pinto
Enviado por ASSIS BEZERRA em 10/06/2017
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