"CDFs se saem melhor em provas escolares, vestibular e concursos porque estudam mais" ??

(Repetitivo mas necessário)

Sim e não. Mas mais não do que sim.

Essa é uma das verdades proibidas da escola, ou melhor dizendo, do sistema tradicional de ensino, porque revela que, não adianta se esforçar muito nos estudos se não apresentar potencial para aprender, o oposto do que prega. No meu caso, por exemplo, se eu "estudar' bastante matemática (tentar memorizar boa parte da matéria dada), que é uma das minhas maiores fraquezas, é improvável que consiga me sair muito bem num teste que avalie essa capacidade. Mas ainda é possível que me saia um pouco melhor do que em relação ao meu desempenho habitual.

Portanto, os CDFs não tiram as notas mais altas de suas classes ou em outras avaliações, como as provas de concurso público, apenas por serem mais motivados, sugerindo que os outros sejam mais preguiçosos, mas principalmente porque apresentam um maior potencial para memorizar e aprender. E claro que a motivação pode ajudá-los a maximizar essa vantagem.

Mas, tanto a escola, ou o sistema tradicional de ensino, quanto os outros métodos de avaliação citados, continuam negando essa verdade, por acreditarem que apenas o nível de motivação para estudar que determina o desempenho individual. Pois seria muito mais inteligente, justo e empático se aceitassem que não temos as mesmas capacidades cognitivas (quantitativas e qualitativas) e, então, passassem a respeitar e a lidar com essa diversidade (atributo provavelmente mais intrínseco ao ser do que ao meio), em outras palavras, se abandonassem esses modelos arcaicos, e até opressivos, de ensino ou seleção, por aqueles que realmente foquem na realidade plural das inteligências dos indivíduos humanos.