A Copa de 2014 por enquato é só problema

Manchete de ontem na midia: “Decisão sobre abertura do Mundial cabe à Fifa”, diz o ministro dos Esportes, Orlando Silva. A afirmação foi feita após uma reunião em Brasília com o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. “Ao governo cabe dar o suporte e cumprir os compromissos”, completou.

O ministro informou ainda que a Fifa está isenta de impostos no Brasil em todos os serviços que prestar referentes à Copa do Mundo de 2014. A isenção tributária valeria de janeiro de 2011 até 31 de dezembro de 2015. “A decisão de isentar a Fifa é a partir da avaliação de que o Brasil vai ganhar muito mais com o aquecimento da economia. A isenção de impostos terá impacto menor do que aquilo que será gerado pela economia e o que será arrecado de tributos”, afirmou.

Algumas observações sobre o tema:

1) – O Governo e a CBF aparentemente querem ficar longe dessa polêmica que envolve a indicação do Morumbi, mas é evidente que a Fifa vai ouvi-los antes de tomar qualquer decisão.

2) – É lamentável essa isenção tributária concedida à Fifa, num país que sufoca empresas, empresários e consumidores com uma ganância na arrecadação de impostos. A Fifa enche os cofres de dinheiro, cabendo a nós, somente a nós, arcar com o chamado Custo Brasil. O Custo Brasil é um termo genérico, usado para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego, o trabalho informal, a sonegação de impostos e a evasão de divisas.

3) – O governo não está dando o necessário suporte para cumprir os compromissos, especialmente no que se refere à construção dos estádios da Copa. A própria CBF não esconde inquietação com a falta de providência. As arenas esportivas têm de estar prontas até dezembro de 2012 e muitas ainda nem começaram a reforma. O limite de 30 meses da realização dos empreendimentos já entrou na fase do esgotamento.

4) – Por fim, a propósito de toda a gastança com estádios para a Copa/14, lembro reportagem que li recentemente no site portugues "Oje". Há o risco de alguns estádios virarem “elefantes brancos”, como aconteceu em Portugal, que também investiu muito para sediar a Eurocopa 2004 e hoje pensa até em demolir algumas arenas para evitar as despesas de manutenção.

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