Dunga não dá a mínima para popularidade

Justiça seja feita: Dunga é o tipo do sujeito que não quer aparecer e não está a fim de agradar a ninguém. Quando foi contratado pela CBF, uma das suas missões – além de resgatar o prestígio da seleção e o amor à camisa amarela – era apagar aquela impressão de bagunça da Copa de 2006. Recorde-se que os treinos em Weggis, na Suíça, eram uma autêntica esculhambação.

Claro que aquilo não foi determinante para o nosso fracasso. Perdemos porque o time estava velho e acima do peso. Mas o fato é que os primeiros dias de treino no CT do Atlético-PR serviram para mostrar, sobretudo à mídia, que ninguém vai ter moleza para arrancar notícias da seleção brasileira a partir de agora.

Dunga também não está nem um pouco preocupado em agradar aos torcedores (ele já foi aprovado por 67% da torcida, agora caiu 8 pontos, segundo o Datafolha). Na primeira aparição pública dos jogadores em Curitiba, teve gente cometendo o sacrilégio de gritar: “Argentina! Argentina! Argentina!”. Os fãs deixaram máquinas fotográficas, bandeiras e cornetas de lado para entonar palavras de ordem contra aqueles que consideram vilão: “Dunga, bundão, abre esse portão”, e “Adeus, Dunga!”

Acho bom os repórteres começarem a se acostumar com os novos tempos. E acho bom também o público dar um desconto se por acaso o noticiário – seja ele de TV, rádio, jornal ou web – não trouxer informações relevantes em seu conteúdo. O Estado de S. Paulo, por exemplo, deu manchete ontem para um pastor evangélico que vai acompanhar a delegação. Foi destaque ainda em diversos veículos a informação extraída do Twitter de Kaká, dando conta que “Robinho está tocando cavaco melhor do que Júlio Baptista”.

Ah, bom, agora já sei de tudo que se passa nos bastidores da seleção…

SIGA O BLOG "FUTEBOL ETC" NO TWITTER

http://twitter.com/marcondesbrito

Marcondes Brito
Enviado por Marcondes Brito em 25/05/2010
Código do texto: T2278091