Futebol: drible e magia

Penso que a magia seja a arte do impossível: impossível uma bela mulher desaparecer dentro de uma caixa e reaparecer do outro lado do palco. Só por mágica!

Do mesmo modo, consideremos o drible: a arte de driblar consiste em encarar o oponente com a bola nos pés, iludi-lo, e em seguida despontar mais à frente, com a bola nos pés e o adversário às costas.

Há entre os neófitos a crença em que o drible decorre da rapidez e energia do jogador, mera ilusão. Dissequemos a situação: o drible se inicia com a bola entre os dois oponentes e a meta à frente, e finaliza com a bola entre o driblador e a meta adversária, com o oponente vencido às suas costas, verdadeira mágica!

Esta magia é obtida através da ilusão, não da rapidez. Consiste, fundamentalmente, em fazer o oponente crer que a bola irá para um lado, e fazê-la passar pelo outro, ou, impossibilidade ainda maior: conduzi-la pelo espaço inexistente entre as pernas do adversário, um assombro!

Em uma semana, os grandes magos da bola estarão reunidos em seu conciliábulo mundial quadrienal, onde apresentarão seu enorme arsenal de magias. Dos embates eliminatórios resultará um único grupo campeão. Que vença o melhor!