TEIXEIRA E UMA JOGADA DIGNA, DOS GRANDES MESTRES...

TEIXEIRA E UMA JOGADA DIGNA, DOS GRANDES MESTRES...

Sou, desde muito tempo, um crítico ferrenho da nossa mídia em geral, da crônica esportiva em particular, das autoridades públicas que têm alguma relação com o esporte e principalmente, um crítico do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Segundo apuraram as CPI's do futebol e da Nike, Teixeira sempre se locupletou do futebol, usando o bom e velho esporte bretão, como meio de enriquecimento, como forma de conseguir "status" e como um caminho para o poder. Num país como o nosso, onde a impunidade faz morada em todos os poderes do governo e em quase todas as camadas sociais, foi fácil para Teixeira, conseguir tudo o que queria. Ele, com a riqueza e o poder adquiridos, fez uso dessa impunidade, para se safar de investigações e acusações diversas. Além disso, sempre foi um mestre em arquitetar e planejar jogadas que o beneficiassem e ao mesmo tempo, bloqueassem os movimentos dos seus inimigos...

O anúncio de que a CBF, reconhece o Flamengo como campeão brasileiro de 1987, prova isso. Esta, foi talvez, a sua maior jogada; uma jogada digna dos grandes mestres. Uma jogada que faria Maquiavel (se vivo fosse), morrer de inveja...

Em 1987, o Clube dos Treze foi fundado em oposição à CBF e em litígio, cada uma dessas entidades, organizou o seu próprio campeonato brasileiro; cada um com o seu regulamento e as suas regras. Como ao lado da CBF, ficaram os clubes de menor expressão, a entidade procurou o entendimento com o C13 e decidiram, com a concordância de "todos" os clubes, que os dois campeonatos continuariam a ser disputados simultaneamente e que ao fim, os campeões de cada módulo se confrontariam, para definir o "verdadeiro campeão brasileiro". O Flamengo porém, amarelou e se recusou a enfrentar o Sport Clube Recife. Apoiado pelo C13, que no ano da sua fundação, não iria se indispor com um dos seus membros mais ilustres, o rubro-negro carioca, alegando que a regra fora mudada no decorrer do campeonato, decidiu não enfrentar o Leão da Ilha do Retiro. Portanto, o campeão brasileiro de 1987 é, de fato e de direito, o Esporte Clube Recife, queiram ou não os torcedores e a mídia flamenga.

No decorrer desses mais de vinte anos, Teixeira, unindo-se à famigerada Rede Globo, exerce um poder absoluto, inquestionável e funesto, sobre o futebol brasileiro. O que pode se tornar o seu calcanhar de Aquiles, é o C13. Ele tenta então, usando de todos os meios, eleger um seu vassalo para a presidência dessa entidade, mas é derrotado. É derrotado, mas não fica fora de combate... e Teixeira, não perdoa. Ninguém vai derrotá-lo, sem sofrer as consequências...

O São Paulo Futebol Clube, um dos seus algozes, por influência de Teixeira, perde a chance de fazer a abertura da Copa 2014, no Estádio do Morumbi; essa honra é repassada ao Corintias, em um estádio a ser construído... Um outro dos seus algozes, é o Flamengo. Este, em função da sua megalomania, é atingido onde a dor (para ele, Flamengo), é mais dolorosa; no ego... Teixeira, maldosamente, declara ser o Sport Clube Recife, o verdadeiro campeão brasileiro de 1987 e repassa ao São Paulo, o troféu de bolinhas; um golpe de morte, no ego do rubro-negro carioca...

A vingança no entanto, não estava completa. Faltava ainda o C13. O inimigo mais perigoso e que trama fundar uma liga de futebol, independente. Um inimigo tão poderoso, que se atreve a desafiar a própria Globo...

Teixeira então, com apoio da Globo e do Corintias, dá o golpe de misericórdia nos seus inimigos; ele volta atrás e reconhece o Flamengo, como o campeão brasileiro de 1987... está declarada a guerra entre São Paulo e Flamengo; está morto e enterrado, o Clube dos Treze... Viva Ricardo Teixeira!... Viva o grande mestre!... Viva o maior de todos os mestres; o mestre dos mestres!...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 25/02/2011
Código do texto: T2814715
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