Copa do mundo! Qual a maquiagem perfeita para um evento desta envergadura?

Passando de ônibus numa Rua em SP, li rapidamente uma manchete em uma banca de revista num jornal o qual não consegui visualizar o nome, mas a chamada me deixou perplexa. Se bem me recordo, seria quase isto: “Poderá o capitalismo salvar o futebol brasileiro”?

Tão desinformada que sou no assunto, sequer sabia que o futebol estava perdido em alguma selva, nalgum mar bravio, ou mesmo doente correndo risco de morte! Fiquei divagando nas lembranças das leituras sobre os leilões de escravas na época do tráfico de pessoas entre Brasil e África, quando havia outra escravidão declarada. Já que na atualidade a escravidão é maquiada para disfarçar as imperfeições ou furos existentes nos planos macabros.

Na atualidade, vende-se um jogador, como se vendia uma escrava na época da outra escravidão. Quando os compradores - os sinhozinhos dos engenhos- chegavam e manuseavam as mulheres negras à procura de quesitos como: Quantos dentes possuem? É forte para o trabalho? É boa parideira para render novos trabalhadores? Daria boa “ama de leite” para algum nenê do sinhozinho? Como contam os relatos da época.

Procurei refletir sobre a frase analogicamente à situação dos jogadores futebolísticos da atualidade. No Ocidente, em específico no Brasil, - dos demais não sei dizer nada-, a impressão que se têm, é que a antigona “lei de Gerson” cujo teor era a palavra de ordem “levar vantagem em tudo”, continua valendo: “se dá lucro é válido, se não proporciona lucro, descarta-se”. Tudo passa pela régua da lucratividade imediata. A lucratividade, o imediatismo globalizado mata o ser humano existente por detrás de cada empreendimento, seja grande ou médio. No pequeno empreendimento ninguém investe tempo sequer para pensar que possa existir.

Futebol dá dinheiro? Investimento nele, não na pessoa, no ser humano do jogador. O que o mundo futebolístico fez pelos seres humanos, pelo espírito em aflição e pobreza material de idolos como: Garincha, Muller. A mídia trás algo sobre os desacertos do Muller:

“Na miséria, há 3 anos sem trabalho, Muller arruma emprego: Na entrevista, o ex-atacante admite que gastou tudo o que ganhou com mulheres e luxos desnecessários. “Gastei com mulheres, com carros e etc. gastei com vaidades pessoais. Gastei dinheiro com amigos, entre aspas.

Amigos de ocasião. Por eu ser uma pessoa generosa, muita gente se aproveitou mesmo de mim”, disse em entrevista ao jornal Marca Brasil”.

Pareceu-me honesto ao afirmar que perdeu tudo graças a seu envolvimento com atos pecaminosos, não jogou a culpa em ninguém. Merece nova oportunidade por admitir sua má administração e mostrar desejo de recomeçar.

Não apenas ele, há outros tantos da lista dos marginalizados, desestruturados e sem esperanças após passarem da idade para dar lucro a seus sinhozinhos modernos do engenho futebolísticos. O ser humano só tem valor no campo, para torcedores, para empresários do futebol, enquanto proporciona lucratividade certa. Quem o salvou da decepção e derrota? Só há preocupação com lucros advindo das bilheterias?

Sexo proporciona lucro imediato mesmo que á custa de destruição da dignidade? Então investimento na indústria do sexo e seus “produtos”. Pouco importa a pessoa que entra com o capital de giro: seu corpo. Drogas dão lucro? Para uma minoria evidentemente! Mesmo que sendo um genocídio a céu aberto? Então, facilite seu trânsito no país e no continente; descriminalize o porte de pequena quantidade. É veneno mortífero, mas é pequena quantidade, morte lenta. Qual o problema? E os seres humanos destruídos diariamente nesta corrida frenética em busca de lucratividade para alguns?

Algum empresário futebolístico, mídia comercial, marketeira, investe tempo planejando soluções para os desgastes emocionais, existenciais e financeiros existentes por detrás de um jogador que é rejeitado porque não proporcionou lucro fácil? Se os há, são poucos. Alguma instituição religiosa fora das igrejas evangélicas tem criado centros de recuperação da auto-estima e saúde das prostituas que envelhecem e não mais podem contar com seu capital financeiro - o próprio corpo-? O que se dizer do emocional e espiritual dos drogados? Há um ser humano, como corpo e alma pelos quais Jesus morreu e ressuscitou? Não continua morto dependurado naquela nem em outra cruz qualquer? Não basta um feriado de Corpus Cristi para poder ficar em casa.

É tempo de Copa, de ano eleitoral, dia de Córpus Cristi, mas também de muita reflexão sobre a necessária ação de Cristo na vida dos seres humanos destruídos pela ambição da lucratividade fácil em detrimento da qualidade de vida vai além de um dia para descanso.

A proposta do evangelho abrange todos os recônditos da alma humana destruídos pela ambição desumana de lucratividade sobre seus semelhantes. O dinheiro compra uma cama caríssima, mas não compra o sono para dela desfrutares. Pode comprar um carro luxuosíssimo, porém, não lhe devolve a vida se a perderes num desastre automobilístico. O dinheiro compra um apartamento de luxo no prédio mais chic em NY, mas não compra paz de espírito para se viver bem dentro dele.

Disse Jesus: “Eu vim para que tenham vida e vida com abundância”. Não há necessidade de se salvar um empreendimento futebolístico. Salve-se a alma do ser humano por detrás do empreendimento e já se terá conseguido efetuar uma grande salvação a qual nem toda a soma de dólares no mundo poderão comprar. Jesus também disse: “Loucos, esta noite se te pedirem a alma, o que tens granjeado de que te servirá? Assim é aquele que para si ajunta tesouros e riquezas, e não é rico para com Deus” Lucas 12. 20 e 21.

nana caperuccita
Enviado por nana caperuccita em 29/05/2013
Código do texto: T4315280
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.