2014: o fim de um ciclo

2014: o fim de um ciclo

Esse ano os brasileiros aguardaram a Copa com uma expectativa diferente, por ser disputada no Brasil. Dessa maneira, como se esperava, a conquista do hexacampeonato se tornou mais que obrigatória, ou seja, a responsabilidade foi ainda maior para o Neymar, ídolo do Santos e em boa fase no Barcelona.

Nesse quadro está o fator que, de fato, é a prova de que enquanto o Brasil não “reinventar” sua metodologia de jogar futebol, não será campeão novamente tão logo. Os tempos hoje são outros, não há mais espaço para a individualidade. Aliás, eis um aspecto que vai contra a essência do futebol, um esporte coletivo, todos ganham, todos perdem.

Mas, o Brasil, em todas as copas, apresentou a individualidade como “carta especial” para conquistar os cinco títulos que possui, mas só enquanto funcionou. Desde quando Dunga assumiu no período anterior à Copa de 2010 na África, a individualidade se mostra um método saturado, que não funciona mais. No entanto, resultados positivos como a conquista da Copa América do ano passado, “mascaram” essa análise.

Porém, depois do fim do sonho diante de um grande time, que usou, essencialmente, da metodologia básica do futebol para, sem dó, massacrar em poucos minutos a seleção brasileira como nunca se tinha visto, é mais do que prova de que o método brasileiro é ultrapassado.

Foi-se a era de Pelé, Carlos Alberto Torres, Zico, Romário, Ronaldo e agora Neymar, o Brasil deve pensar coletivamente, começar do zero. Pois, assim como as conquistas não serão apagadas, os vexames também não serão.

Provavelmente, será um processo lento, mas espero que gradual de mudança, inovação, a não ser que o país se contente com o pentacampeonato e esteja pronto para uma queda brusca, que essa goleada histórica tenha sido a última grande decepção em Copas, já passou da hora de se jogar futebol como deve ser jogado, coletivamente.

Marcel Lopes

09-07-2014